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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Bento Jesus Caraça, nasceu a 18 de Abril de 1901 ~ Português pleno de Consciência Humanista



Gostaria de perguntar ao líder do "Verdadeiros Finlandeses" se por acaso conhece a história da Europa e do papel de Bento Jesus Caraça num período terrível que foi o nazismo e mais  se ele  conhece a craveira intelectual e universalista da sua obra? Ele nem sabe nem sonha.O sistema de ensino finlandês também terá muitos erros por sinal.

“Qual deve ser a acção da Universidade Popular Portuguesa?
[daqui]
A sua acção deve limitar-se, se é que o termo limitar pode ser empregue aqui, ao desenvolvimento e propagação da cultura. Cultura, sempre cultura e, se é necessário adjectivá-la, direi cultura revolucionária. Revolucionária em que sentido? No sentido de que ela deve tender a dar a cada homem a consciência integral da sua própria dignidade, o conhecimento completo de todos os seus direitos e de todos os seus deveres. Sejamos homens livres e criemos homens livres, dentro do mais belo e nobre conceito de liberdade- o reconhecimento a cada um do direito ao completo e amplo desenvolvimento das suas capacidades intelectuais, morais e materiais.

Revolucionária ainda no sentido de que ela deve tender na sua essência ao desenvolvimento do espírito de solidariedade – dever do mais forte: ajudar o mais fraco- e deve ser portanto internacionalista na sua forma. E que ninguém ligue à ideia de internacionalismo a da destruição da pátria; o coração do homem é grande e nele cabe bem o amor da sua pátria e o da humanidade.

Revolucionária ainda no sentido de que, dando a cada um, como disse, a consciência integral da sua dignidade, permita que cada proletário culto deixe de ser, como infelizmente na maioria dos casos até agora, um burguês e consequentemente um traidor à sua classe. Problema terrível este que urge resolver, para que deixemos de assistir ao espectáculo degradante da renúncia do povo em si próprio.

Revolucionária ainda e sobretudo no sentido de que, preparando cientifica e moralmente a classe proletária para o desempenho da missão futura que lhe incumbe, a torne bem consciente do seu dever último e supremo – o do seu próprio desaparecimento num futuro mais longínquo em que não deve haver classes mas apenas homens livres conhecendo-se , amando-se e trabalhando solidariamente dentro dum novo equilíbrio social- o da realização do bem comum."


(Da intervenção na sessão da Universidade Popular Portuguesa, de 21 de Novembro de 1929)

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