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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Balanço do Ambiente em 2008, feitos pela UICN e Quercus, são inquietantes

Relatório aqui

Mamíferos e anfíbios estão a atravessar crise de extinção Público, 06.10.2008 - 12h29 Ricardo Garcia

Os mamíferos e os anfíbios do mundo estão numa crise de extinção, diz a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). De acordo com a edição de 2008 da Lista Vermelha das espécies ameaçadas, divulgada hoje, há 1141 mamíferos em risco de extinção: cerca de 21 por cento das 5487 espécies conhecidas. Pela primeira vez, a Lista Vermelha avaliou todas as espécies descritas de mamíferos. Mas, entre elas, há 836 para as quais não há dados suficientes para se saber se estão ou não ameaçadas. O número de mamíferos em perigo pode chegar aos 36 por cento do total. Há 188 mamíferos criticamente em perigo de desaparecer, entre eles o lince ibérico (Lynx pardinus), que é utilizado pela UICN este ano como exemplo da actual crise da biodiversidade. Só em Espanha é que o lince ibérico tem sido avistado na natureza. Segundo um comunicado da UICN, a espécie tem uma população de 84 a 143 adultos e que continua em declínio. Também os anfíbios atravessam uma séria crise de sobrevivência, segundo a UICN. Praticamente um em cada três espécies que existem no mundo corre o risco de se extinguir. Mamíferos, anfíbios e aves são os únicos grupos de seres vivos cujas espécies identificadas estão avaliadas quase que integralmente na Lista Vermelha. O mesmo não ocorre com répteis, peixes, invertebrados e plantas. No total, dos cerca de 1,6 milhões de espécies até agora descritas no mundo, apenas 2,7 por cento foram avaliadas pela Lista Vermelha. Destas, 38 por cento estão em risco de extinção. Do resto pouco se sabe, sendo impossível fazer-se uma avaliação completa, por exemplo, das quase 300 mil plantas ou dos 1,2 milhões de invertebrados que se conhecem. Por isso, a UICN está a lançar um índice que funciona como uma espécie de Dow Jones (o indicador da tendência das bolsas norte-americanas) para a biodiversidade. O índice SRLI (Sampled Red List Index) avalia a tendência de extinção dentro de um grupo a partir de uma amostra aleatória de suas espécies. Na Lista Vermelha de 2008, Portugal aparece com 159 espécies em risco de extinção. A maior fatia refere-se a 67 espécies de caracóis da Madeira e Açores. A seguir, vêm 38 espécies de peixes. Há onze mamíferos em risco, dentre eles o lince. 
Apesar do ano 2008 ter sido marcado por questões económicas, como a subida do preço do petróleo e a crise financeira, as questões ambientais não foram relegadas para o esquecimento. É cada vez mais unânime nas sociedades actuais que a melhoria do desempenho ambiental é também uma forma de combater os problemas sociais e económicos. Na verdade, a subida do preço do petróleo fez aumentar o investimento público e privado nas energias renováveis e, apesar de ter voltado a descer tão abruptamente quanto subiu, a sociedade já percebeu a necessidade de encontrar alternativas energéticas ao petróleo, não só pelos problemas ambientais que provoca, mas também pela volatilidade do seu preço nos mercados internacionais. No entanto, apesar de 2008 ter sido o primeiro ano de cumprimento do protocolo de Quioto, para além dos efeitos decorrentes da subida do preço dos combustíveis, não se notou nenhum esforço acrescido para reduzir as emissões dos gases com efeito de estufa em Portugal.

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