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terça-feira, 2 de outubro de 2007

Cientistas afirmam que biotecnologia OGM não garante segurança alimentar, nem protege o ambiente nem reduzirá a pobreza no terceiro mundo

ARTIGO CIENTÍFICO 1
Um estudo mais compreensivo mostra que a afirmação muito comum que a agricultura biológica não pode alimentar o mundo, porque tem produtividade baixa e existe insuficiente fertilizante orgânico, é uma mentira.
Por Dr. Mae-Wan Ho, 06/09/07 (traduzido por António Dinis e Ambra Sedlmayr.Muito obrigado e abraços.)

  Duas objecções são comuns à proposta de que a agricultura biológica pode alimentar o mundo. A agricultura biológica, segundo os oponentes, é pouco produtiva e não existe fertilizante orgânico suficiente para aumentar a produção suficientemente.
  Um grupo de cientistas encabeçado por Catherine Badgley da Universidade Ann Arbor de Michigan nos Estados Unidos refutou agora estas concepções erróneas sobre a agricultura biológica.
A agricultura biológica é aproximadamente tão produtiva como a agricultura convencional nos países desenvolvidos e bastante mais produtiva nos países em vias de desenvolvimento; e mais do que suficiente azoto pode ser fixado no solo através da adubação verde.
   O grupo de investigação comparou a produtividade da agricultura biológica e convencional (incluindo produção pouco intensiva de alimentos) em 293 casos, e estimou a produtividade média calculando um índice (produtividade biológica vs convencional) de diferentes tipos de alimentos e para países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Os resultados obtidos indicam que os métodos biológicos poderiam produzir alimentos suficientes para sustentar a população humana actual, e, potencialmente, uma população superior, sem necessitar de um aumento da área de cultivo.
  A quantidade de azoto passível de ser fixada por leguminosas como culturas de cobertura também foi estimada. Dados oriundos de agro-ecossistemas temperados e tropicais sugerem que leguminosas poderiam fixar nitrogénio suficiente para substituir todos os fertilizantes sintéticos actualmente em uso.
  O estudo concluiu que estes resultados indicam que a agricultura biológica tem o potencial de contribuir substancialmente para a oferta global de alimentos, minimizando os impactes ambientais associados à produção convencional.


O preço da Revolução Verde
  Os investigadores assumiram desde logo que a revolução verde trouxe avanços tecnológicos importantes; pois apesar da duplicação da população humana nos últimos 50 anos mais do que suficientes alimentos foram produzidos para satisfazer as necessidades calóricas de todos, caso os alimentos fossem distribuídos mais equitativamente.
  No entanto, existe uma grande incerteza em relação ao futuro, dadas as projecções de a população humana ascender a 9 a 10 biliões em 2050 e a tendência global de aumento do consumo de carne (necessitando mais cereais), enquanto a colheita de cereais está a diminuir.
  Além disso, esqueceram-se de mencionar a pressão adicional da produção agrícola para a procura crescente de biocombustíveis, que já criou uma crise alimentar à porta a nível mundial, segundo o artigo de John Vidal no The Guardian. Os extremos climáticos – secas e inundações – trazidas pelas alterações climáticas, certamente tornam o cenário pior do que melhor. Grande parte das reduções actuais das colheitas de cereais deve-se à degradação ambiental que são consequência de décadas de práticas agrícolas insustentáveis resultantes da Revolução Verde, tais como erosão massiva do solo, perda de fertilidade do solo, perda de terrenos agrícolas devido a salinização, depleção de aquíferos e aumento da resistência de pragas. Outros custos derivados da Revolução Verde incluem a contaminação dos aquíferos, libertação de gases efeito estufa para a atmosfera (especialmente devido à desflorestação e conversão em terrenos agrícolas) e a perda da biodiversidade.
  Muitas pessoas têm insistido que métodos mais sustentáveis de produção de alimentos são essenciais. Notavelmente, o Painel Científico Independente, constituído por dezenas de cientistas de todo o mundo, publicou um documento em 2003, chamando atenção para a necessidade de mudar para uma agricultura sustentável e biológica.
  Não é coincidência que aqueles que são os mais ferventes opositores da agricultura biológica são também os apoiantes mais fortes dos organismos geneticamente modificados, e são eles que vêem a recente procura de biocombustíveis como mais uma oportunidade para promover uma tecnologia que falhou miseravelmente em cumprir as suas promessas em 30 anos, enquanto evidências de sérios riscos para a saúde continuam a ser reveladas.


A grande diversidade de agricultura biológica
  Os exemplos de agricultura biológica considerados pelo grupo da universidade de Michigan cobrem um leque grande de diferentes sistemas agrícolas, seguindo conceitos de agroecologia, agricultura sustentável ou ecológica, mas não necessariamente agricultura biológica certificada.
  Estes sistemas recorrem a processos naturais de reciclagem de nutrientes, excluem ou raramente usam pesticidas sintéticos, sustentando e regenerando a qualidade do solo. Práticas agrícolas incluem culturas de coberto, aplicação de estrume, compostagem, rotação de culturas, associação de cultivares e controlo biológico de pragas.
  Os 293 estudos revistos consistiram em 160 estudos que compararam a agricultura biológica com a agricultura convencional e 133 estudos que compararam a agricultura biológica com métodos convencionais pouco intensivos. A maioria dos estudos são da literatura científica revista por pares e uma minoria resulta de conferências científicas, documentos técnicos ou websites de estações de investigação agrícola. Os estudos variam entre análises de uma estação de cultivo até 20 anos. Alguns estudos usam dados de antes e após a conversão para agricultura biológica.
  Para estimar a oferta global de agricultura biológica, é aplicada a média da razão entre produtividade em regime biológico e em regime convencional aos valores correntes de produção alimentar, menos as percas pós colheita, a partir dos dados da UN FAO de 2001.

Colheitas biológicas superam colheitas convencionais
  As razões de produtividade sumariadas na tabela 1 são agrupadas em 10 categorias, cobrindo as componentes animais e vegetais mais importantes para a dieta humana.
  Como é possível verificar (ver tabela no artigo original, em inglês), as médias de produtividade de produtos biológicos e convencionais são aproximadamente iguais no mundo desenvolvido, mas nos países subdesenvolvidos (onde mais alimentos são necessários e onde os agricultores são menos capazes de pagar fertilizantes sintéticos caros e pesticidas) as mais valias da produção biológica são mais evidentes. Razões de produtividade produtos biológicos versus convencionais variam entre 1.6 a 4.0. A razão média para todos os produtos alimentares a nível mundial é 1.3.


Mais que alimentos suficientes para alimentar o mundo
  O grupo desenvolveu dois modelos para a produção global de alimentos. O modelo 1 é conservador e aplica razões de rendimento obtidas a partir de estudos feitos nos países desenvolvidos a toda a área agrícola do mundo. O modelo 2 é mais realista, aplica as razões de rendimento dos países desenvolvidos e dos países subdesenvolvidos em proporção à sua área agrícola. As calorias per capita são estimados com este modelo multiplicando os rendimentos médios por estimativas da FAO sobre o teor calórico da respectiva categoria alimentar.
  A quantidade de alimentos disponível segundo o modelo 1 é aproximadamente a mesma que existe actualmente. O ganho mais significativo corresponde ao decréscimo do uso de energia fóssil na produção de alimentos e na prevenção dos estragos resultantes da agricultura convencional. No modelo 2 existe um aumento real do rendimento de 1.3 a 2.9 vezes de várias categorias de alimentos que haveria adicionalmente.
  Ambos os modelos mostram que a agricultura biológica poderia sustentar a população humana actual. Em termos de ingestão calórica diária, a oferta mundial de bens alimentares, após perdas pós colheita, produz 2786 kcal/dia/pessoa. A média diária para uma vida saudável corresponde a 2200 a 2500 kcl/dia. O modelo 1 levaria a rendimentos de 2641 kcal/dia, ainda acima da ingestão diária recomendada. No modelo 2 o rendimento seria de 4381 kcal/dia, 157.3% acima das disponibilidades calóricas actuais. Portanto, a produção biológica tem o potencial de nutrir uma população humana bastante maior do que a actual.


Nitrogénio mais do que suficiente através de fixação biológica
  O macronutriente principal que limita a agricultura biológica em muitas regiões é o nitrogénio. Um valor mais vantajoso de nitrogénio na agricultura biológica deriva de resíduos de colheita, fertilizantes animais, compostagem e nitrogénio fixado por leguminosas (fertilizantes vegetais). Nos trópicos, as leguminosas plantadas no meio de outras culturas são capazes de fixar valores de nitrogénio consideráveis em apenas 40 a 60 dias.
  As estimativas de nitrogénio disponível globalmente são determinadas pelas razões da disponibilidade de nitrogénio ou fertilizantes sintéticos referidas em 77 estudos, 33 para regiões temperadas e 44 para regiões tropicais, incluindo 3 de regiões áridas e 18 sobre arroz com casca. A disponibilidade de nitrogénio em kg/ha é avaliada em estudos como o valor de substituição de fertilizantes (por exemplo, a quantidade de fertilizante sintético necessário para obter uma colheita equivalente a uma colheita que usa nitrogénio de culturas de cobertura) ou estimada em 66% do nitrogénio fixado por culturas de cobertura disponível para cultivos durante as estações de crescimento que seguem as culturas de cobertura. Em 2001 o uso global de fertilizantes sintéticos atingiu 82 mil toneladas. Estima-se que o nitrogénio fixado como fertilizante por culturas de leguminosas adicionais ronda as 140 mil toneladas, valor baseado na disponibilidade média de nitrogénio de 102,8 kg/ha (a disponibilidade média de nitrogénio em zonas temperadas e tropicais é de 95,1 kg/há e 108,6 kg/há, respectivamente). Corresponde a 171% do nitrogénio sintético usado actualmente no mundo, ou mais 58 mil toneladas. Até nos EUA, onde a agricultura convencional predomina, as estimativas apontam para um excedente de nitrogénio disponível através do uso adicional de culturas de cobertura de leguminosas intercaladas nos períodos normais de cultivo.
  Em regiões temperadas as culturas de cobertura de inverno desenvolvem-se bem em Outono após as colheitas e no princípio da Primavera antes do cultivo dos mais importantes alimentos. Investigações no Rodale Institute de Pennsylvania mostraram que o trevo-roxo e a ervilhaca-peluda como cobertura hibernal em campos de aveia/trigo e soja em rotação sem fertilizantes adicionais obtêm uma colheita comparável à de cultivos convencionais.
  A
Quinta Experimental do Rodale Institute usa culturas de cobertura de leguminosas nos principais campos de cultivo de três em três anos como única fonte de fertilizante à base de nitrogénio.
  Culturas de cobertura hibernais não-leguminosas são usadas noutros anos para manter a qualidade e fertilidade do solo e controlar as infestantes.
  Em regiões tropicais áridas e semi-áridas, onde a água é pouca entre os períodos de produção alimentar, fertilizantes vegetais resistentes à seca, como o guando ou amendoim, são capazes de fixar nitrogénio. O uso de culturas de cobertura em regiões áridas revelou-se eficiente no incremento da capacidade do solo de reter humidade.
  Estas estimativas de disponibilidade de nitrogénio não incluem outras práticas para o aumento da fixação biológica de nitrogénio, como a associação de culturas, cultivo misto de plantas e árvores, rotação de gado e plantações anuais e inoculação do solo com fixadores de nitrogénio de origem bio.
  Além disso, a rotação de leguminosas para alimentação, como soja ou amendoim, pode contribuir com no máximo 75 kg/ha de nitrogénio para o cultivo de cereais que seguem as leguminosas.


Promessas e desafios
  O estudo da Universidade de Michigan tem implicações vastas. Os resultados demonstram que mesmo atendendo a estimativas conservadoras não são necessárias mais áreas de cultivo para alimentar a população humana se mudássemos para a agricultura biológica; e há nitrogénio natural suficiente para substituir o uso actual de fertilizantes sintéticos.
Numerosas são ainda as vantagens da adopção da agricultura biológica que não foram referidas no trabalho, mas que estão documentadas num estudo do Painel Cientifico Independente e noutros [4]. Veja-se igualmente [7].
  O maior ganho que a agricultura biológica representa é possibilitar a redução dos custos com a Saúde Pública e o Ambiente, estimados em mais de 59,6$ biliões por ano nos EUA [6,8].
Outra questão fundamental é a segurança alimentar. Além disso, o Rodale Institute descobriu que a agricultura biológica mantém um valor mais elevado de nutrientes, carbono biológico e humidade no solo, o que contribui para uma maior resistência ao stress climático. Por isso não admira que em anos normais a colheita da agricultura biológica seja comparável à convencional, em anos de seca, no entanto, muito superior [6,8].
  Verificam-se reduções significativas na emissão de carbono e no gasto de combustíveis fósseis susceptíveis de abrandar as alterações climáticas ao evitar simplesmente o uso de pesticidas e fertilizantes sintéticos, para já não falar da quantidade adicional de carbono fixado no solo de campos biológicos.
  O estudo nem teve em consideração todas as opções existentes de energias renováveis ou métodos de agricultura que transformam lixo em recursos energéticos e de alimentos, tornando deste modo os combustíveis fósseis supérfluos. Tão pouco menciona as muitas vantagens sociais, económicas e para a saúde provenientes da agricultura biológica.
  As circunstâncias para uma mudança global para a agricultura biológica nunca foram tão imperiosas e urgentes. Apesar de ser prometedor, a equipa da Universidade de Michigan está consciente dos desafios da implementação à escala global da agricultura biológica. Uma prática da agricultura biológica mais alargada requer apoio por parte de instituições de investigação que se debruçam sobre métodos agroecologicos de fertilidade do solo e uso de pesticidas, um sistema extensivo forte e um público dedicado. Um empenho e apoio governativos também são importantes bem como alterações a nível de apólices que favoreçam uma mudança global para uma agricultora biológica e sustentável.
  Acima de tudo, chegou o momento de acabar com o debate se a agricultora biológica pode ou não contribuir substancialmente para o abastecimento de alimentos. Deveríamos discutir, pelo contrário, a alocução de fundos para fins de investigação sobre uma produção alimentar agroecológica, a criação de incentivos para agricultores e consumidores, e outro tipo de apólices à escala nacional e internacional afim de promover e facilitar uma mudança global.


[1]],[3] O autor não identifica página electrónica
[9] Which Energy?, ISIS Report

Artigo Científico 2


 Las compañías biotecnológicas frecuentemente afirman que los organismos modificados genéticamente (OMG) - específicamente las semillas transformadas genéticamente - son descubrimientos científicos indispensables necesarios para alimentar el mundo, proteger el ambiente y reducir la pobreza en países en desarrollo. Esta opinión se apoya en dos suposiciones críticas las cuales cuestionamos. La primera es que el hambre se debe a una brecha entre la producción de alimentos y la densidad de la población humana o tasa de crecimiento. La segunda es que la ingeniería genética es la única o mejor forma de incrementar la producción agrícola y, por tanto, enfrentar las necesidades alimentarias futuras.
  Nuestro objetivo es objetar la noción de biotecnología como una solución de bala mágica a todos los males de la agricultura, mediante la aclaración de conceptos erróneos relacionados con estas suposiciones implícitas.
  No hay relación entre la ocurrencia frecuente de hambre en un país dado y su población. Para cada nación densamente poblada y hambrienta como Bangladesh o Haití, existe una nación escasamente poblada y hambrienta como Brasil e Indonesia. El mundo produce hoy más alimento por habitante que nunca antes. Existe suficiente para suministrar 4.3 libras por persona cada día: 2.5 libras de grano, frijoles y nueces, aproximadamente l libra de carne, leche y huevos y otra libra de frutas y vegetales. Las verdaderas causas del hambre son la pobreza, la desigualdad y la falta de acceso. Demasiadas personas son muy pobres para comprar el alimento que está disponible (pero frecuentemente pobremente distribuido) o carecen de la tierra y recursos para cultivarlos ellos mismos (Lappe, Collins and Rosset 1998).
  La mayoría de las innovaciones en biotecnología agrícola han sido dirigidas a obtener ganancias más bien que empujados por la necesidad. La verdadera fuerza propulsora de la industria de ingeniería genética no es hacer a la agricultura del tercer mundo más productiva, sino preferiblemente generar ganancias (Busch et al 1990). Esto se ilustra al revisar las principales tecnologías hoy en el mercado: a) cultivos resistentes a los herbicidas tales como los frijoles de soya Roundup Ready de Monsanto, semillas que son tolerantes al herbicida Roundup de Monsanto, y b) cultivos B1 las cuales son transformados por ingeniería genética para producir su propio insecticida. En el primer caso, la meta es ganar una mayor participación en el mercado para un producto patentado y en el segundo, promover las ventas de semillas al costo de dañar la utilidad de un producto clave en el manejo de una plaga (el insecticida microbiano basado en el Bacillus thuringiensis) en el que confían muchos granjeros, incluyendo la mayoría de los granjeros orgánicos, como una alternativa poderosa contra los insecticidas. Estas tecnologías responden a la necesidad de compañías biotecnológicas de intensificar la dependencia de los granjeros a las semillas protegidas por el llamado derechos de propiedad intelectual, los cuales se oponen a los derechos de antaño de los granjeros de reproducir, compartir o almacenar semillas (Hobbelink 1991). Cada vez que sea posible las corporaciones solicitarán a los granjeros comprar los suministros de la marca de su compañía y prohibirán a los granjeros guardar o vender semilla. Al controlar el germoplasma de la semilla para la venta y forzar a los granjeros a pagar precios inflados por paquetes de semillas químicas, las compañías están determinadas a extraer la mayor ganancia de su inversión (Krimsky y Wrubel 1996).
  La integración de las industrias de semillas y químicas parece destinada a acelerar incrementos en los gastos por acre de semillas más productos químicos, lo que procura significativamente menos utilidades a los cultivadores. Las compañías que desarrollan cultivos tolerantes a los herbicidas están tratando de cambiar tanto costo por acre como sea posible del herbicida hacia la semilla por la vía de los costos de la semilla y/o costos tecnológicos. Las reducciones crecientes en los precios de los herbicidas estarán limitadas a los cultivadores que compren paquetes tecnológicos. En Illinois, la adopción de cultivos resistentes a los herbicidas constituye el más caro sistema de semilla de frijol de soya más pesticida en la historia moderna - entre US$40.00 y US$60.00 por acre en dependencia de los precios, presión de infestación, etc. Tres años atrás, el promedio de los costos de semilla más control de plaga en fincas de Illinois era de US$26 por acre y representaba 23% de los costos variables: hoy representan 35-40% (Benbrook 1999). Muchos granjeros están dispuestos a pagar por la simplicidad y robustez del nuevo sistema de manejo de plagas, pero tales ventajas pueden tener corta duración ya que surgen problemas ecológicos.
Pruebas experimentales recientes han mostrado que las semillas fabricadas por ingeniería genética no aumentan el rendimiento de los cultivos. Un estudio reciente del USDA Servicio de Investigación Económica muestra que los rendimientos de 1998 no fueron significativamente diferentes en cultivos provenientes de la ingeniería genética contra los que no provenían de la ingeniería genética en 12 de las 18 combinaciones de cultivo/región. En las seis combinaciones de cultivos/región donde los cultivos Bt o HRCs OJO VER QUE SIGNIFICA EN INGLES LAS SIGLAS prosperaron mejor, exhibieron rendimientos crecientes entre 5-30%. El algodón tolerante al glifosfato no mostró aumento significativo del rendimiento en ninguna región donde fue encuestado. Esto fue confirmado en otro estudio que examinaba más de 8,000 pruebas de campo, donde se encontró que las semillas de soya Roundup Ready producían menos bushels de frijoles de soya que variedades similares producidas convencionalmente (USDA, 1999).
  Muchos científicos explican que la ingestión de alimentos construidos por ingeniería genética no es dañina. Sin embargo, la evidencia reciente muestra que existen riesgos potenciales al comer tales alimentos, ya que las nuevas proteínas producidas en dichos alimentos pueden: actuar ellas mismas como alergenos o toxinas, alterar el metabolismo de la planta o el animal que produce el alimento, lo que hace a éste producir nuevos alergenos o toxinas, o reducir su calidad o valor nutricional como en el caso de los frijoles de soya resistentes a los herbicidas que contenían menos isoflavones, un importante fitoestrógeno presente en los frijoles de soya, que se considera protegen a las mujeres de un número de cánceres. Actualmente, hay una situación en muchos países en desarrollo que importan frijol de soya y maíz de los EEUU, Argentina y Brasil, donde alimentos construidos genéticamente están comenzando a inundar los mercados, y nadie puede predecir todos sus efectos en la salud de los consumidores, la mayoría de ellos ignorantes de que están comiendo tal alimento. Debido a que el alimento fabricado por ingeniería genética se mantiene sin rótulo, los consumidores no pueden discriminar entre alimento por IG y no-IG, y de surgir serios problemas de salud, sería extremadamente difícil rastrearlos hasta su origen. La falta de etiqueta también ayuda a proteger a las corporaciones que pudieran ser potencialmente responsables de obligaciones (Lappe y Bailey, 1998).
  Las plantas transgénicas que producen sus propios insecticidas siguen estrechamente el paradigma de los pesticidas, el cual está fracasando rápidamente, debido a la resistencia de las plagas a los insecticidas. En lugar del fracasado modelo una plaga un producto químico, la ingeniería genética enfatiza una aproximación una plaga un gen, que ha mostrado fracasar una y otra vez en pruebas de laboratorio, ya que las especies de plagas se adaptan rápidamente y desarrollan resistencia al insecticida presente en la planta (Alstad y Andow 1995). No solamente fracasarán las nuevas variedades sobre las de corto a mediano plazo, a pesar de los llamados esquemas de manejo de la resistencia voluntaria (Mallet y Porter 1992), sino que en el proceso pudiera hacer ineficaz al pesticida natural Bt, en el cual confían los granjeros orgánicos y otros que desean reducir la dependencia de productos químicos. Los cultivos Bt violan el principio básico y ampliamente aceptado de manejo integrado de pesticidas (MIP), que es que la confianza en una tecnología particular de manejo de plagas tiende a provocar cambios en especies de plagas o la evolución de resistencia a través de uno o más mecanismos (NRC 1996). En general, mientras mayor sea la presión de selección en el tiempo y espacio, más rápida y más profunda la respuesta evolucionaria de las plagas. Una razón obvia para adoptar este principio es que reduce la exposición de la plaga a los pesticidas, lo que retarda la evolución de la resistencia. Pero cuando el producto es preparado por ingeniería genética dentro de la misma planta, la exposición de la plaga salta de mínima y ocasional a exposición masiva y continua, lo que acelera dramáticamente la resistencia (Gould 1994). El Bt será rápidamente inútil tanto como peculiaridad de las nuevas semillas al igual que como una vieja ayuda rociado cuando resultaba necesario por los granjeros que desean escapar de la rutina de los pesticidas (Pimentel et al 1989).
  La lucha global por participación en los mercados está llevando a las compañías a desplegar masivamente cultivos transgénicos en todo el mundo (más de 30 millones de hectáreas en 1998) sin el adecuado avance en la experimentación de impactos a corto o largo plazo en la salud humana y en los ecosistemas. En los EEUU, la presión del sector privado ha llevado a la Casa Blanca a decretar sin diferencia sustancial la comparación entre las semillas alteradas y las normales, evadiendo así la prueba normal del FDA y el EPA. Documentos confidenciales hechos públicos en un litigio por demanda en curso, reveló que los propios científicos del FDA no coinciden con esta determinación. Una razón es que muchos científicos están preocupados de que el uso en amplia escala de cultivos transgénicos plantea una serie de riesgos ambientales que amenazan la sustentabilidad de la agricultura (Goldberd, 1992: Paoletti y Pimentel, 1996: Snow y Moran 1997: Rissler y Mellon, 1996: Kendall et al 1997 y Royal Society, 1998):
  La tendencia a crear amplios mercados internacionales para productos particulares, está simplificando los sistemas de cultivo y creando uniformidad genética en los panoramas rurales. La historia ha mostrado que un área muy grande sembrada con una sola variedad de cultivo es muy vulnerable a nuevas parejas de cepas de patógenos o plagas de insectos. Además, el uso extendido de variedades transgénicas homogéneas llevará inevitablemente a la erosión genética, según las variedades locales utilizadas por miles de granjeros en el mundo en desarrollo sean reemplazadas por las nuevas semillas (Robinson, 1996).
  El uso de cultivos resistentes a los herbicidas debilita paulatinamente las posibilidades de diversificación de cultivos y reduce así la agrobiodiversidad en tiempo y espacio (Altieri 1994).
La transferencia potencial a través del flujo de genes de los genes de cultivos resistentes a los herbicidas hacia parientes salvajes o semidomesticados puede llevar a la creación de supermalezas (Lutman, 1999).
Existe un potencial para las variedades resistentes a los herbicidas de convertirse en serias malezas en otros cultivos (Duke, 1996, Holst y Le baron 1990).
  El uso masivo de cultivos Bt afecta a los organismos que no son objetivo y a los procesos ecológicos. Evidencia reciente muestra que la toxina Bt puede afectar a los insectos beneficiosos depredadores que se alimentan de las plagas de insectos presentes en los cultivos Bt (Hilbeck et al, 1998), y que el polen movido por el viento de los cultivos Bt encontrado en la vegetación natural que rodea los campos transgénicos puede matar a los insectos no objetivo tales como la mariposa grande de alas anaranjadas con borde y venas negras (Losey et al, 1999). Es más, la toxina Bt presente en el follaje de los cultivos enterrados después de la cosecha puede adherirse a los coloides del suelo por hasta 3 meses, lo que afecta negativamente las poblaciones de invertebrados del suelo que descomponen la materia orgánica y desempeñan otros papeles ecológicos (Donnegan et al, 1995 y Palm et al, 1996).
Existe potencial para la recombinación de vectores para generar nuevas cepas virulentas de virus, especialmente en plantas transgénicas producidas por ingeniería genética para la resistencia viral con genes virales. En plantas que contienen genes con cubierta de proteína, existe una posibilidad de que tales genes sean absorbidos por virus no emparentados lo que infecta la planta. En tales situaciones, el gen extraño cambia la estructura de la cubierta de los virus y puede conferir propiedades tales como método cambiado de transmisión entre plantas.  El segundo riesgo potencial es que la recombinación entre los virus ARN y un viral ARN dentro del cultivo transgénico puede producir un nuevo patógeno que conduce a más severos problemas de enfermedad. Algunos investigadores han mostrado que la recombinación ocurre en plantas transgénicas y que bajo ciertas condiciones produce una nueva cepa viral con un rango hospedero alterado (Steinbrecher, 1996).
La teoría ecológica predice que el panorama de homogenización a larga escala con cultivos transgénicos agravará los problemas ecológicos ya asociados con el monocultivo en la agricultura. La expansión incuestionable de esta tecnología en los países en desarrollo pudiera no ser prudente o deseable. Hay fortaleza en la diversidad agrícola de muchos de esos países, y no debe ser inhibida o reducida por el monocultivo extensivo, especialmente cuando las consecuencias de hacerlo así resulta en serios problemas sociales y ambientales (Altieri, 1996).
Aunque la consecuencia de los riesgos ecológicos ha recibido alguna discusión en círculos gubernamentales, internacionales y científicos, las discusiones frecuentemente se han practicado desde una perspectiva estrecha que ha rebajado la seriedad de los riesgos (Kendall et al. 1997: Royal Society 1998). De hecho los métodos para la evaluación de los riegos de cultivos transgénicos no están bien desarrollados (Kjellsson y Simmsen, 1994) y existe una preocupación justificable de que el actual campo de pruebas de bioseguridad dice poco acerca de los riesgos potenciales ambientales asociados con la producción a escala comercial de cultivos transgénicos. Una preocupación principal es que las presiones internacionales para ganar mercados y ganancias está resultando en compañías que liberan cultivos transgénicos demasiado rápido, sin la apropiada consideración por los impactos a largo plazo en las personas o el ecosistema.
Existen muchas preguntas ecológicas sin respuesta con relación al impacto de cultivos transgénicos. Muchos grupos ambientalistas han indicado la creación de una regulación apropiada que medie entre la experimentación y la liberación de cultivos transgénicos para compensar los riesgos ambientales y demandar una mejor evaluación y comprensión de las consecuencias ecológicas asociadas con la ingeniería genética. Esto es crucial ya que muchos resultados que surgen del comportamiento ambiental de los cultivos transgénicos liberados sugieren que en el desarrollo de cultivos resistentes, no hay solamente la necesidad de probar los efectos directos en el insecto objetivo o maleza, sino también los efectos indirectos en la planta (por ej. crecimiento, contenido nutritivo, cambios metabólicos), suelo y organismos que no son objetivo. Desafortunadamente, los fondos para la investigación sobre evaluación del riesgo ambiental son muy limitados. Por ejemplo, el USDA gasta solamente 1% de los fondos asignados a la investigación biotecnológica sobre evaluación de riegos, alrededor de US$1-2 millones por año. Dado el actual nivel de despliegue de plantas de ingeniería genética, tales recursos no son suficientes para incluso descubrir la "punta del iceberg". Es una tragedia en desarrollo que tantos millones de hectáreas hayan sido plantadas sin adecuados patrones de bioseguridad. Mundialmente, tal área (en acres) se expandió considerablemente en 1998 con el algodón transgénico que alcanzó 6.3 millones de acres, maíz transgénico: 20.8 millones de acres y frijol de soya: 36.3 millones de acres, ayudados por convenios de mercado y distribución en los que participan corporaciones y distribuidores (por ej. Ciba Seeds con Growmark y Mycogen Plant Sciences con Cargill) en ausencia de regulaciones en muchos países en desarrollo. La polución genética, a diferencia de los derrames de aceite, no puede ser controlada arrojando un botalón en su derredor, y por tanto sus efectos no son recuperables y pueden ser permanentes. Como en el caso de los pesticidas prohibidos en los países nórdicos y aplicados en el sur, no hay razón para asumir que las corporaciones biotecnológicas asumirán los costos ambientales y de salud asociadas con el uso masivo de cultivos transgénicos en el sur.
Como el sector privado ha ejercido más y más dominio en promover nuevas biotecnologías, el sector público ha tenido que invertir una cuota creciente de sus escasos recursos en incrementar las capacidades biotecnológicas en instituciones públicas incluyendo el CGIAR y en evaluar y responder a los retos planteados al incorporar tecnologías del sector privado en los sistemas agrícolas existentes.Tales fondos serían mucho mejor utilizados para extender el apoyo a la investigación basada en la agricultura ecológica, ya que todos los problemas biológicos que la biotecnología se propone pueden ser solucionados utilizando aproximaciones agroecológicas. Los efectos dramáticos de las rotaciones y el intercalamiento en la salud y productividad de la cosecha, al igual que el uso de agentes de control biológicos en la regulación de plagas han sido repetidamente confirmados por la investigación científica. El problema es que la investigación en instituciones públicas refleja cada vez más los intereses de las instituciones financieras privadas a expensas de la investigación de bien público tales como control biológico, sistemas de producción orgánicos y técnicas generales agroecológicas. La sociedad civil debe solicitar más investigación sobre las alternativas a la biotecnología por universidades y otras organizaciones públicas (Krimsky y Wrubel, 1996). Existe también una necesidad urgente de desafiar al sistema de patentes y derechos de propiedad intelectual intrínseco al la cual no solamente provee a las corporaciones multinacionales del derecho de tomar y patentar recursos genéticos, sino también acelerarán la tasa a la cual las fuerzas del mercado ya alientan el monocultivo con variedades transgénicas genéticamente uniformes. Basados en la historia y la teoría ecológica, no es difícil predecir los impactos negativos de tal simplificación ambiental en la salud de la agricultura moderna (Altieri, 1996).
Aunque pudiera haber algunas aplicaciones útiles de la biotecnología (por ej. las variedades resistentes a la sequía o cultivos resistentes a la competencia de malezas), porque estos rasgos deseables son poligénicos y difíciles de construir por ingeniería, estas innovaciones tomarían por lo menos 10 años para estar listas para uso en el campo. Una vez disponibles y si los granjeros pueden afrontarlos, la contribución al fortalecimiento del rendimiento de tales variedades serían entre 20-35%; el resto de los aumentos del rendimiento debe provenir del manejo agrícola. Mucho del alimento necesario puede ser producido por los pequeños agricultores localizados en el mundo utilizando tecnologías agroecológicas (Uphoff y Altieri, 1999). De hecho, nuevas aproximaciones de desarrollo rural y tecnologías de bajo insumo encabezados por granjeros y ONGs en el mundo están haciendo ya una contribución significativa a la seguridad alimentaria a los niveles familiar, nacional y regional en Africa, Asia y Latino América (Pretty, 1995). Se han alcanzado aumentos de rendimiento al utilizar aproximaciones tecnológicas, basadas en principios agroecológicos que enfatizan la diversidad, sinergismo, reciclaje e integración; y los procesos sociales que destacan la participación y autorización de la comunidad (Rosset, 1999). Cuando tales características son optimizadas, se logra el incremento del rendimiento y la estabilidad de la producción, al igual que una serie de servicios ecológicos tales como la conservación de la biodiversidad, la rehabilitación y conservación del suelo y agua, mecanismos mejorados de la regulación natural de las plagas, etc. (Altieri et al, 1998). Estos resultados son un punto de partida para lograr la seguridad alimentaria y la preservación ambiental en el mundo en desarrollo, pero su potencial y futura extensión depende de inversiones, políticas, apoyo institucional y cambios de actitud por parte de los que hacen la política y la comunidad científica, especialmente el CGIAR el cual debe dedicar mucho de sus esfuerzos para ayudar a los 320 millones de granjeros pobres en ambientes marginales. El dejar de estimular a las personas dedicadas a la investigación agrícola y al desarrollo, debido a la desviación de los fondos y la práctica hacia la biotecnología, desperdiciará una oportunidad histórica de elevar la productividad agrícola a formas de mejoramiento social económicamente viables y ambientalmente benignas.

REFERENCIAS
Alstad, D.N. and D.A. Andow (1995) Managing the Evolution of Insect Resistance to Transgenic Plants. Science 268, 1894-1896.
Altieri, M.A. (1994) Biodiversity and Pest Management in Agroecosystems. Haworth Press, New York.
Altieri, M.A. (1996) Agroecology: the science of sustainable agriculture. Westview Press, Boulder.
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3. Mais artigos científicos e um livro gratuito do Prof. Miguel Altieri já publicados no Bioterra e que podem encontrar
aqui.

4. Lista de publicações científicas do
Centre for Sustainable Agriculture, Suécia

Approaches to Social Sustainability in Alternative Food Systems. Sumelius, J. & Vesala, K.M. (eds.) December 2005. Ekologiskt lantbruk nr 47.

Environmental impacts of eco-local food systems – final report from BERAS Work Package 2. Artur Granstedt, Olof Thomsson and Thomas Schneider (eds.). December 2005. Ekologiskt lantbruk nr 46.

Ecosystem services as a tool for production improvement in organic farming – the role and impact of biodiversity. Birgitta Rämert, Lennart Salomonsson, Paul Mäder (eds.). December 2005. Ekologiskt lantbruk nr 45.

Obstacles and Solutions in Use of Local and Organic Food. Salla Kakriainen & Hans von Essen (eds.). December 2005. Ekologiskt lantbruk nr 44.

Possibilities for and Economic Consequences of Switching to Local Ecological Recycling Agriculture. John Sumelius (ed.). Oktober 2005. Ekologiskt lantbruk nr 43.
Effective recycling agriculture around the Baltic Sea. Granstedt, A., Seuri, P. and Thomsson, O. December 2004. Ekologiskt lantbruk nr 41.

Local and organic food and farming around the Batlic Sea Sepännen, Laura (ed.). Ekologiskt lantbruk nr 40 Juli 2004.



Ecosystem properties and principles of living systems as foundation for sustainable agriculture – Critical reviews of environmental assessment tools, key findings and questions from a course process Doherty, S., Rydberg, T. (editors), with Ekbladh, G., Grönlund, E., Ingemarson, F., Karlsson, L., Nilsson, S., Strid Eriksson, I. Ekologiskt lantbruk nr 32 Januari 2002.

Pilot studies in organic broiler production – management and cross-breeds Bassler, A. and Ciszuk, P. Ekologiskt lantbruk nr 34 Maj 2002.

5. E-Livros gratuitos



6. Mais um Artigo no Bioterra, 2006

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