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domingo, 2 de abril de 2006

As endogamias e a auto-infoexclusão

A endogamia e a sua denuncia por parte do Miguel Araújo é cultural, não só a nível de grandes instituições como de grandes ou pequenos grupos nacionais, mesmo até ambientais....A familiaridade é importante e recomenda-se pois não vá esse novato querer já ser presidente da coisa...
É desgastante e retira muita energia...quando temos problemas gigantes que urge mobilizar....
Devia haver mais grupos de trabalho em Portugal, criar sites que mobilizem as pessoas em torno de um objectivo ( como p.ex: Blairwatch; Corporatewatch) e mobilizar torna-se ainda muito mais difícil....não é apenas a falta de um escritório ou um espaço para as reuniões de trabalho...

Trata-se de comunicação eficiente, rápida e cujos efeitos já têm trazido mudanças efectivas nas atitudes dos cidadãos, políticos,...portanto mudanças.

Estamos num mundo em que já há teletrabalho!!!
O familiarismo e a cunha salva os portugueses das taxas de suicídio mas veta as pernas do pragmatismo, da verdade e da transparência de critérios. Lendo José Gil compreende-se que esta característica portuguesa é muito resistente...
Outra característica eu chamo-a de auto-infoexclusão. Explico:
Vou muitas vezes à feira aqui perto, da Senhora da Hora e espanto-me ver senhoras e velhinhas dominarem muito bem os telemóveis e capazes de escolher sozinhas e de comprarem para os seus filhos e netinhos um DVD ou um CD com o maior à-vontade... e sabendo que são produtos pirata a maioria. Depois vejo as mesmas senhoras no centro de saúde e/ou nos correios e/ou nas finanças com imensas reticências em passar para escrito a reclamação...exultam, explodem e nada...ah pois e tal...e nem falar-lhes de formulários e computadores....
Se percebem e manipulam um telemóvel, leitores de DVD, etc....porquê tamanha teimosia ainda em relação ao computador....???
Ora aí está: tem que escrever, tem que ler, interpretar...
Vem ao de cima a nossa dificuldade (educadores e professores): estimular nos outros a conversão para a escrita daquilo que vai sendo apreendido, incutir no aluno/ no outro o desejo de fazer o conhecimento por si próprio, com o apoio de livros, internet e não só de DVD....hoje em dia são importantes, pois não compreendem o alcance de muitas demagogias e inverdades que lhes afectam depois as suas vidas...e essa recusa do PC e da Internet (apesar de já ser relativamente acessível) é um fenómeno de auto-infoexclusão...
Incapazes assim de refutar e agir contra....expor por escrito as ideias, auto-avaliar-se, corrigir-se, etc....

Nesta luta contra a autoinfoexclusão está também, a meu ver, um factor muito importante: é necessário mais gente voluntária em traduções (claro, com a prévia autorização e copyrights)...

O mesmo fenómeno se passa com a assinatura de petições on-line...isto é, os utentes têm os recursos (PC, domínio técnico de muitos textos a que se referem essas petições, domínio de línguas estrangeiras) e no entanto poucos assinam. Por vezes conto por dedos.....

Considero um desastre muitos portugueses bem letrados e informados não assinarem as centenas de boas petições e tão importantes muitas delas e que é APENAS UNS SEGUNDOS a assinar...o que se passa então?

Mesmo quando é preciso dominar o inglês, pode-se contornar os obstáculos com o uso de serviços de tradução online e gratuitos. No BioTerra têm ao lado o serviço da Altavista.
Muitas petições sou eu próprio a pôr a circular em várias redes, nomeadamente na Ambio e nada...vou ver e é só dois ou três portugueses é que assinaram (às vezes vejo que somos ultrapassados por polacos e húngaros). Alguns, antes de mim(também dois ou três), já tinham assinado mas não as transmitiram às redes/fóruns....

Alguém me pode explicar??

P.S. Estão lembrados de eu falar de pequenos (grandes) projectos de Desenvolvimento Sustentável a nível Local. Pois aqui estão, seus sites e uma breve caracterização.

Lousitânea - Liga de Amigos da Serra da Lousã, é uma organização associativa, sem fins lucrativos, criada com o intuito de defender, promover e valorizar todo o espaço físico referente à Serra da Lousã

Grupo Flamingo -Fundado em 02 de Maio de 2002, o Grupo Flamingo teve origem no Grupo de Defesa do Sapal de Corroios, movimento cívico que se agrupou para denunciar e evitar a destruição daquele que é considerado o coração da Reserva Ecológica do Concelho do Seixal.

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