Numa viagem que fiz há quatro anos atrás , em que tive oportunidade de conhecer brevemente a zona fronteiriça do nosso País que vai da Guarda até Miranda do Douro, passando por Barca d´Alva, ficou-me o entusiasmo de voltar logo que possível para conhecer melhor o Parque Natural do Douro Internacional.
Finalmente proporcionou-se ir ao encontro dessa região.Tendo tomado conhecimento de uma bela casa de turismo rural integrada na Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo decidi então por ir este fim de semana.Os proprietários desta confortável casa em sítio calmo e tão antigo são dois biólogos António Monteiro e Ana Berliner. Durante este fim de semana tive oportunidade de conhecer melhor os espaços naturais da Terra Quente, em particular a albufeira de Almofala, o vale do Rio Águeda, o miradouro da Sapinha, os percursos da Ribeira do Mosteiro, Calçada de Alpajares e do Penedo Durão. Pude observar e estar em contacto também com os burros de Miranda, graças ao facto de António Monteiro ter uma propriedade onde são bem tratados. Foi na casa deles também que conheci os livros e trabalhos destes dois fotógrafos: Paulo Caetano e João Cosme.
Comprei a obra Ambientes-A Magia e o Encanto da Natureza no Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo no posto de turismo de Castelo Rodrigo e apesar de ainda não estar disponível na internet, garanto-vos que é uma obra de beleza excepcional, com fotografias excelentes de João Cosme e textos do António, demonstrando realmente ser um grande apaixonado desta região, uma vez que tem dedicado praticamente a sua vida pessoal e profissional na defesa da conservação da fauna do Alto
Douro.Parabéns.
Reportagem fotográfica realizada por João Cosme para a National Geographic..
Obras e trabalhos de Paulo Caetano
Portugal Ainda de Rui Vasco , Paulo Caetano
Editora: Editorial Bizâncio
Data de Capa: 2000
Formato: 23 x 31
Suporte: Livro
Nº Páginas: 245
ISBN: 972530103X
Breve Descrição: Esta é uma viagem guiada pelas fotografias que retratam pormenores únicos e eternizam temas que poderão desaparecer dentro de alguns anos. Viagem esta a uma mundo rural que ainda sobrevive neste universo tecnológico e europeu. Pode-se dizer também que é uma viagem que comemora a passagem do milénio num Portugal ainda português.
Ibéria Selvagemde Paulo Caetano , Joaquim Ferreira
Editora: Audil-Distrib. Livros e Mat.Audio, Lda.
Data de Capa: 2003
Formato: 31 x 23
Suporte: Livro
Nº Páginas: 232
ISBN: 9728720025
Entrevista a Paulo Caetano feita por Elsa Andrade a propósito deste belíssimo livro!!O livro também explora e fala de biólogos nacionais e espanhóis que todos os dias estudam e procuram proteger os habitats destes extraordinários seres vivos! (extractos)
P – Quais os maiores perigos para a preservação destas espécies?
R– Os maiores perigos para a preservação de todas as espécies, incluindo o Homem, é a destruição da natureza. Quando se queimam e cortam florestas de carvalhos, castanheiros, sobre e azinho para se plantar a relva dos campos de golfe, quando se terraplanam montes para erguer auto-estradas e urbanizações de luxo, quando se destroem vales e cursos de água para construir barragens desnecessárias... então estamos a envenenar a água que bebemos, o ar que respiramos e a terra onde nos movemos – e isso tanto mata o Homem, como os animais. Tanto conduz à extinção de espécies selvagens que vivem neste planeta há mais tempo que a espécie humana – e isto é um dado científico, pois o Homem como espécie é muito recente –, como hipoteca o futuro dos nossos filhos e netos que herdarão uma Terra arrasada. Mas além da destruição dos habitats naturais, essenciais para a Vida, existem outras ameaças, como a caça furtiva, a pilhagem de ninhos, o veneno lançado nos montes.(...)
P – Na realização do livro houve um objectivo de dar a conhecer a fauna ibérica ou de contribuir para a sua preservação?
R – Só defendemos aquilo que amamos. E para amar é preciso conhecer, saber que existe e que pode desaparecer. E que um gesto nosso, por pequeno que seja, ajuda a fazer a diferença, a colocar um grão de areia na engrenagem da destruição. Ao divulgarmos o património natural da Ibéria Selvagem e as espécies raras que ainda sobrevivem esperamos dar um contributo para a sua preservação.
P - O livro pode ser visto como uma viagem a dois mundos em extinção: o dos animais e o das pessoas que (com)vivem com eles?
R - Sim. O desaparecimento do mundo rural – e dos equilíbrios milenares que gerou – causa grandes perturbações nos ecossistemas naturais. Daí também a importância de se defender as espécies selvagens: são um factor de riqueza local e de atracção, numa perspectiva de desenvolvimento sustentado. Sem essa riqueza natural, as regiões rurais ficarão ainda mais pobres. Ao defendermos a natureza, estamos a ajudar a manter e a dar melhores condições de vida às populações rurais.
Você encontrar-se-á em pleno santuário natural das arribas do Douro, este património chegou até nós devido ao respeito com que as gerações passadas trataram este espaço. Respeite a tranquilidade deste local cumprindo as seguintes indicações:
- Proibido fazer ruído
- Não deixar lixo
- Não arrancar plantas ou incomodar animais
- Proibido acampar
- Não fazer lume
- Não conduzir o carro fora das estradas ou caminhos
RECOMENDAÇÕES AOS VISITANTES
As arribas do Douro possuem um relevo acidentado, com enormes precipícios escarpados e um clima agreste, por isso ao percorrer esta área tenha em atenção as seguintes recomendações:
- Não realize percursos pedestres sozinho
- Use roupa e calçado confortáveis
- Nos períodos mais frios e chuvosos, use roupa quente e impermeável
- Leve sempre água e alimentos para percursos mais longos
- Leve binóculos
- No Verão evite os períodos mais quentes do dia, use chapéu e protector solar. Não se aproxime dos afloramentos rochosos
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