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domingo, 25 de dezembro de 2005

A Terapia com Animais ou Zooterapia


A pet is an island of sanity in what appears to be an insane world. Friendship retains its traditional values and securities in one's relationship with one's pet. Whether a dog, cat, bird, fish, turtle, or what have you, one can rely upon the fact that one's pet will always remain a faithful, intimate, non-competitive friend -- regardless of the good or ill fortune life brings us."
Dr. Boris Levinson, child psychologist
                                     
Estudos recentes têm mostrado que o uso de animais tais como, cães, gatos, pássaros, cavalos, burros, golfinhos, etc., representa um contributo importante para o bem-estar social e psicológico das pessoas. 

As relações humanas, neste mundo apressado em que vivemos, negligenciam muitas vezes o toque, o contacto físico, o olhar nos olhos, etc. No entanto, estes comportamentos são de extrema importância para garantir o nosso bem-estar emocional. O toque, por exemplo, dizem os estudiosos destas questões, aumenta a nossa auto-estima, e desenvolve no ser humano, sentimentos de proximidade, segurança e confiança pelo seu congénere e o meio envolvente. 

A utilização de animais como parte de um programa terapêutico foi primeiro registado no século IX, em Gheel, na Bélgica, onde pessoas com necessidades especiais foram pela primeira vez autorizadas a cuidar de animais domésticos. Nos anos 60, graças ao psicólogo infantil americano, Boris Levinson, assiste-se ao ressurgimento da terapia baseada em animais.
Fonte: AEPGA

Crianças provenientes de famílias em risco e adultos com problemas sociais e de adaptação. 

O que é um animal de terapia.

Trata-se de um animal que pelas suas características comportamentais e/ou morfológicas, aliado a um treino específico permite a recuperação de traumas ou auxilia na aprendizagem. Actua geralmente com a supervisão do dono ou treinador preparado para a sua função.

Nem todos os animais podem ser animais de terapia.

Um animal de terapia deve ser calmo e inspirar confiança em quem o irá manejar, deverá sustentar o olhar das pessoas, gostar de que lhe façam festas, o abracem e toquem, mantendo-se calmo perante movimentos bruscos e barulho alto. Um animal que rosne, fuja, demonstre impaciência ou seja nervoso não servirá para trabalhar. Se não interage, não poderá auxiliar ninguém.

Exemplos de animais de terapia.

1-Cavalos e Burros

A Hipoterapia e asinoterapia são muito importantes no acompanhamento de crianças com paralisia cerebral, autismo, hiperactividade e síndrome de Down, tanto em termos físicos, como em termos de ligação emocional. Não só o montar o animal ou interagir com o mesmo, como, consoante o caso, tratá-lo , em termos de o alimentar e escovar, é benéfico para a coordenação motora e para o amor próprio. São exemplos já seguidos no nosso país com excelentes resultados. Em países como os Estados Unidos e Inglaterra a terapia com golfinhos é igualmente utilizada com muito sucesso como coadjuvante da hidroterapia.

2-Cães e Gatos

Os cães são muito usados em terapia, inclusivamente raças injustamente vistas como más, como o rottweiler, que pela sua autoconfiança e autodomínio é um excelente animal de apoio e usado pelas equipas de terapeutas.

Desde os casos referidos anteriormente, passando pelas enfermarias de hospitais até aos lares de idosos, as suas visitas permitem um aumento da auto-estima e do bem estar. Crianças com problemas tornam-se mais abertas e comunicativas .

Colocando um parêntesis, o estabelecimento prisional de Monsanto possui inclusive um canil onde as pessoas podem deixar os seus animais de férias, sendo o seu tratamento da responsabilidade dos reclusos como parte do programa de recuperação, na interacção com os outros presos e com os guardas prisionais.

O simples facto de acariciar um cão ou gato é calmante e parte da recuperação passa pelo bem estar psicológico. Um cão ou um gato numa enfermaria pediátrica humaniza o ambiente ainda mais que a simpatia das enfermeiras.

Um cão, um gato ou uma ave, são por vezes o único suporte dos idosos sem família e a sua razão última de viver, diminuindo a sua carga de ansiedade e evitando depressões.

Nas escolas, existir um animal ao cargo de uma turma (sempre, note-se sob a supervisão de um professor) aumenta a auto-estima e o sentimento de pertença ao grupo das crianças, bem como de responsabilização perante a sociedade.

Podemos assim ver que embora os animais não sejam já os parceiros principais ao lado do homem em termos de protegê-lo dos animais selvagens, guardando rebanhos, ou servindo de meio de transporte, continuam assim mesmo, a ser essenciais, ajudando-nos a viver melhor e a superar as situações que advêm do nosso dia a dia ou do cada vez mais complexo modo de vida urbano.

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