A desarticulação completa de várias instituições, as políticas erráticas e a quase supressão / exclusão das variáveis Ambiente e Educação / Formação em todas as decisões de muitos governantes e seus representantes, que iludidos pelo neoliberalismo, incapazes e insensíveis em assegurar muitos dos programas de desenvolvimento sustentável já existentes (por exemplo, até agora só 5% das autarquias é que aderiram à Agenda 21)e que conduziram ao estado catastrófico de Portugal em 2004.
Neste vergonhoso percurso do país pós-adesão à CEE , não se deu a devida atenção às regiões já de si mais desfavorecidas e medidas que mitigassem a migração para as cidades . Por outro lado, os incêndios e uma má política dos solos, por erosão, aceleraram a desertificação. Neste desequilíbrio, quem está a sofrer muito mais são os habitantes dessas regiões. Pessoas com aspectos culturais próprios e que estão a desaparecer cada dia que passa e são pessoas que deixaram de ter acesso a bens que conseguiriam também conquistar (como Saúde, Educação, Emprego, Rede de Transportes...), se recorressem a esses programas específicos.
Para cúmulo, os últimos telejornais invadem-nos com notícias alarmistas sobre os "perigos" dessas regiões e dos seus habitantes, como se tratassem de focos de "epidemias", "homicidas" e de "ladrões". Num furor irracional exploram dia sim dia sim e até à exaustão, sem nunca referirem as causas de tão acentuada desertificação.
Repudio veementemente este vampirismo televisivo que temos assistido ultimamente.
Exige-se ética e um jornalismo mais sério. Mais respeito por todos os cidadãos, sejam eles moradores na Lapa, Lagarteiro, Cascais, Foz ou Seara.
João Soares
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