A GLOBALIZAÇÃO E A ERA DA INFORMAÇÃO
Olímpio Araújo Junior*
Inicialmente, os pensadores sociais modernos acreditaram que o mundo se globalizaria por interdependência, onde um país ajudaria os desenvolvimento dos demais. Era essa a globalização ideal. Porém, sabemos que é ingenuidade pensar que países ricos se interessariam em mudar suas políticas de desenvolvimento e dominação para ajudar países pobres, que são seus eternos pontos de exploração e manutenção de seu poder econômico.
A globalização passou então a acontecer pela competitividade entre blocos econômicos ou entre países não pertencentes a um mesmo bloco, e hoje, a economia mundial está nas mãos das grandes corporações de empresas transnacionais e multinacionais, geralmente com sede nos países mais ricos do mundo.
O grande problema da globalização é que ela não beneficia a todos de maneira uniforme. Uns ganham muito, outros ganham menos, outros perdem. Na pratica, exige menores custos de produção e maior tecnologia para uma maior competitividade, assim, países do terceiro mundo não podem competir no mercado externo e sua mão de obra menos qualificada é descartada ocasionando desemprego e mais pobreza. Os países ricos acabam ficando mais ricos, e os países pobres ficam mais pobres.
A globalização vem ocorrendo, principalmente, por causa do desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação e do encurtamento das distâncias. Isso tudo fez com que a humanidade entrasse em uma nova “Era”, a “Era da Informação”. A revolução dos meios de comunicação, e da Internet permitiu o acesso instantâneo à informação. Hoje, uma pessoa comum tem acesso em apenas um dia, a mais informações do que uma pessoa tinha durante toda sua vida na idade média.
A universalização da informação, principalmente graças a Internet, tem sido apontada como uma forma eficaz de diminuir as desigualdades sociais e promover as camadas sociais da população que sempre foram discriminadas dos avanços tecnológicos, mas sabemos que isso só tem acontecido efetivamente em países de primeiro mundo, sendo que em países como o Brasil, o processo tem sido muito mais lento do que o necessário.
A verdade é que ainda não sabemos como agir dentro de todo esse processo, e como mantemos um atraso tecnológico e não investimos o necessário em educação de qualidade, corremos o risco de nunca atingirmos o desenvolvimento necessário para que nossa população possa ter qualidade de vida e justiça social. Por isso, é imprescindível investir em tecnologias da informação, voltadas principalmente a população em geral. Na Era Industrial, a ênfase era o produto, na Era da Informação, a ênfase deve ser a educação. Só assim conseguiremos vencer neste mundo globalizado.
A BANALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Olimpio Araujo Junior*
Na Era da Informação do atual mundo globalizado, onde o conhecimento se multiplica em questão de segundos, a principal e mais marcante característica que podemos observar é a penetrabilidade das tecnologias da informação e as transformações que as mesmas causam na sociedade, causando uniformidade e banalização dos valores sociais, éticos, morais e culturais.
Nunca o homem teve tanto poder de comunicar e nunca sua responsabilidade moral diante da sociedade foi tão grande. As grandes redes de Tv, no Brasil e no exterior, são reconhecidas por sua capacidade de mobilizar rapidamente grandes grupos de opinião em todo o planeta, transformando a informação um espetáculo sensacionalista. Não dando lugar para uma análise crítica dos acontecimentos.
De um lado, alguns programas de TV parecem estar o tempo todo ditando regras e padrões de comportamento. Telejornais apresentam exemplos diários de impunidade e denúncias diárias de corrupção. O baixo nível resultante da caça de audiência a qualquer custo, a descrença nos valores da política, o consumismo desenfreado, o capitalismo selvagem, a exploração do sexo como produto de venda de mídia, a banalização da violência, passaram a ser vistas como uma cobertura informativa de entretenimento, ou seja, informações banais.
Do outro lado, os telespectadores choram por personagens fictícios de filmes e novelas, mas permanecem inalterados, duros, diante da injustiça social real denunciada pelos noticiários, que já se tornaram comuns devido sua frequência. No século da informação, enquanto se amplia o espectro da comunicação, reduz-se a profundidade. Fala-se mais, comunica-se menos.
Em breve teremos um novo “Big Brother Brasil”, e com certeza vamos ter que aturar horas diárias de notícias e analises sobre o perfil dos participantes e suas “interessantíssimas” histórias de vida, e assim, centenas de milhões de brasileiros vão receber em suas casas doses diárias de alienação.
Na Internet, considerada o meio de comunicação mais democrático do planeta, qualquer boato pode virar notícia, assim, tem crescido assustadoramente o número de mensagens virtuais de origem e conteúdo duvidoso, o que muitas vezes acaba comprometendo até mesmos os veículos de comunicação sérios.
Democratizar a comunicação não significa somente o direito à informação mas que todos tenham o direito a comunicar e a informar, porém, este direito deve ser exercido com responsabilidade, pois informações incorretas podem muitas vezes causar danos irreparáveis. Precisamos nos conscientizar disso e começar a boicotar veículos de comunicação anti-éticos, sem compromisso com a qualidade de seus conteúdos e sem respeito com seus usuários.
* relembro que Olímpio Júnior é o Gestor Nacional de Conteúdo da Rede de Comunicação Ambiental EcoTerra Brasil
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