Árvore rumorosa pedestal da sombra
Sinal de intimidade decrescente
Que a Primavera veste pontualmente
E os olhos do poeta de repente deslumbra.
Receptáculo anónimo do espanto
Capaz de encher aquele que direito à morte passa
E no ar da manhã inconsequentemente traça
O rasto desprendido do seu canto.
Não há Inverno rigoroso que te impeça
De rematar esse trabalho que começa
Na primeira folha que nos braços te desponta
Explodiste de vida e és serenidade
E imprimes no coração mais fundo da cidade
A marca do princípio a que tudo remonta.
António Gedeão in
Primavera
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