Por ANA FERNANDES
Sexta-feira, 11 de Junho de 2004
Um terço das doenças que afectam os habitantes do planeta são causadas por problemas ambientais, que vão desde a poluição ao consumo de água imprópria. No caso dos países industrializados, como os EUA e na Europa, esta influência é de 15 por cento. Para melhor perceber a relação entre ambiente e saúde, a Comissão Europeia lançou, na quarta-feira, um plano de acção para criar um sistema que permita dar aos Vinte Cinco dados fiáveis para agir.
Este plano de acção é o contributo europeu para a IV Conferência Ministerial sobre Ambiente e Saúde, organizada pela Organização Mundial de Saúde em Budapeste nos próximos dias 23, 24 e 25 de Junho.
Os efeitos de um mau ambiente na saúde estão estudados. Alguns documentos dão conta de que um sexto do número total de mortes e doenças entre as crianças podem ser atribuídos a factores ambientais. Em França, entre seis a nove mil urbanos morrem prematuramente todos os anos devido à poluição do ar. Na Europa, a asma e as alergias aumentaram exponencialmente nos últimos 50 anos. Cerca de dez milhões de europeus estão expostos a níveis de ruído que podem provocar perdas de audição.
Reduzir estes e outros números é o objectivo da comissão ao desenvolver este plano de acção, a aplicar entre 2004 e 2010. Para isso, será desenvolvido um sistema que pretende integrar as informações provenientes da área do ambiente, da saúde e da investigação de forma a que os três sectores se coordenem melhor. Por outro lado, pretende dar aos políticos instrumentos para decidir.
As Medidas do Plano de Acção são:
- Melhorar a rede de informações para melhor perceber as ligações entre as fontes dos poluentes e as consequências sobre a saúde
- Desenvolver indicadores de saúde ambiental
- Desenvolver monitorização integrada do ambiente, incluindo da alimentação, para determinar qual a exposição humana a poluentes
- Desenvolver um método coerente de biomonitorização (análises ao sangue, urina ou cabelo para medir a exposição aos poluentes) na Europa
- Aumentar a coordenação e o número de actividades conjuntas entre o ambiente e a saúde
- Aumentar os conhecimentos, reforçando a investigação sobre ambiente e saúde e identificar questões emergentes
- Reforçar e promover a integração da investigação europeia em ambiente e saúde
- Investigação dirigida às doenças consideradas prioritárias e às formas de exposição aos poluentes
- Desenvolver bases metodológicas para analisar interacções entre ambiente e saúde
- Assegurar que os riscos potenciais para a saúde e o ambiente são identificados e a sua resolução é estudada
- Rever políticas e melhorar a comunicação para dar aos cidadãos a informação que precisam para identificar riscos
- Desenvolver actividades de divulgação em saúde pública
- Promover a formação dos profissionais e melhorar a capacidade dos organismos para os preparar para lidar com estas questões
- Coordenar as medidas que estão em curso para a redução dos riscos e focalizá-las para as doenças prioritárias
- Melhorar a qualidade do ar interior
- Avaliar os desenvolvimentos que forem conseguidos em relação aos campos electromagnéticos
Publico
Cidade de S.Paulo,2002
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