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quarta-feira, 5 de maio de 2004

Sabor Livre- "Porque somos contra a barragem?"

(...) Ao longo do rio Sabor ocorre uma importante comunidade de aves rupícolas, donde se destaca a presença de espécies como a águia de Bonelli, a águia-real, o abutre do Egipto e a cegonha-preta, facto que motivou a sua inclusão numa Zona de Protecção Especial (ZPE) e numa IBA (Important Bird Area, BirdLife International).O Vale do Sabor constitui um importante refúgio e corredor ecológico para uma comunidade faunística muito diversificada, onde se salientam espécies como o lobo, o corço, o gato-bravo, a toupeira-de-água e a lontra, e representa o principal local de desova e alevinagem da comunidade piscícola de uma vasta área (desde o Sabor até à albufeira da Valeira no Douro). O rio Sabor é um dos últimos rios não represados e é provavelmente aquele que se encontra mais próximo do estado natural em Portugal, constituindo o último reduto de um território outrora fértil em rios e paisagens notáveis.
(...)Deve ser urgententemente definido e implementado um plano energético nacional que identifique as necessidades do país e proponha um conjunto abrangente de alternativas de produção e gestão energética a médio prazo, abandonando de vez a opção por obras de carácter pontual e pouco relevantes no contexto nacional (a energia produzida por esta barragem contribuiria, na melhor das expectativas, apenas com 0,6% da energia consumida em Portugal!). Deve ser dada prioridade total à implantação de políticas de incentivo à eficiência energética (Portugal é um dos países com menor eficiência energética de toda a União Europeia!) e às energias renováveis que não contemplem grandes obras hidroeléctricas. É também necessário começar a actuar ao nível da gestão procura de energia, abandonando-se a denominada gestão da oferta, uma vez que aquela é reconhecidamente a que melhor se enquadra numa lógica de desenvolvimento sustentável.

Ver com mais detalhe Plataforma Sabor Livre.

Com os 500 milhões de euros que Portugal vai gastar na construção desta barragem, diminuirá pouco significativamente as emissões de CO2 ( 0.14%). Sem referir o aumento das emissões indirectas na construção dos paredões!!
Estamos a condenar um terço deste território que já é Rede Natura.
Com 500 milhões de euros serão melhor geridos em projectos de educação ambiental, preservação de espaços selvagens,...
É urgente medidas transversais de eficiência energética no nosso País! Deixemos o Rio Sabor e o Alto Côa livres!!

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