A propósito do Caso Entre-os-Rios é importante compreender de forma integrada matérias como a construção em áreas naturais / agrícolas, a persistência dos modelos de (in)sustentabilidade aplicados em
Portugal, a extracção de areias e consequentes alterações nos ecossistemas
fluviais, os recursos hídricos (sistemas de abastecimento), etc.
Para além disso, concordo com a Associação Gaia- Porto (porto@gaia.org.pt), que a especulação
imobiliária está intimamente associada à degradação do património
arquitectónico, a modelos de desenvolvimento económico artificiais e
perversos e a uma tremenda injustiça social, isto para além do desastre em
termos de destruição do património natural, histórico, cultural, etc.
Deixo aqui essa notícia, do publico, salvo erro em princípios de Janeiro
Estudo da Secretaria de Estado da Habitação
Há 544 mil fogos vagos em Portugal
PUBLICO.PT
Dos cerca de cinco milhões de fogos que existem em Portugal, 544 mil estão
vagos, à espera de serem vendidos, arrendados, ou sujeitos a demolição,
conclui um estudo promovido pela Secretaria de Estado da Habitação.
O estudo detectou também 80 mil famílias que vivem em casas sem as mínimas
condições de habitabilidade, o que leva o Governo a pensar que o problema
não se resolve com a construção de mais fogos mas sim com a colocação no
mercado dos que já existem.
Apesar do nível excedentário de fogos, em 2001 construíram-se mais 105.644,
valor considerado "surpreendente" face à construção promovida pelas
cooperativas e entidades públicas.
O estudo, que servirá como base de trabalho para as políticas de habitação
do Governo, identifica problemas na conservação dos fogos construídos,
estimando que 800 mil dos cinco milhões existentes necessitam de recuperação
e 325 mil estão "degradados ou muito degradados".
Apesar de estarem em vigor programas de reabilitação habitacionais, os
técnicos sublinham que nos últimos dez anos apenas 23.710 fogos sofreram
obras de recuperação.
Enquanto em Portugal a construção civil dedica apenas 5,6 por cento da sua
actividade para a recuperação de prédios antigos e degradados, esse valor
sobe para 33 por cento na média dos parceiros comunitários.
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