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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

É melhor para o Ambiente consumirmos alimentos produzidos localmente?

Por Tiago Domingos
                                    
É uma ideia muito difundida que o consumo de produtos alimentares deve ser “de proximidade”, isto é, que deveremos consumir produtos feitos o mais próximo de nós em termos geográficos. Isto é, aquilo que, em inglês, ficou popularizado como redução das “food miles”. Será que esta ideia é correcta?

Como enquadramento, e focando-nos nas emissões de gases com efeito de estufa (GEE), comecemos por considerar que, globalmente, as emissões associadas ao sistema alimentar representam entre um quarto e um terço do total de emissões.

Vejamos quais são os principais factores que contribuem para estas emissões. Temos o que se designa como “uso do solo” (24%), principalmente associado à libertação de dióxido de carbono com a conversão de florestas e outros usos do solo (como o Cerrado no Brasil) para agricultura, com a consequente perda de carbono da biomassa das florestas e da matéria orgânica dos solos. Temos a produção de culturas agrícolas, para alimentação humana directa (21%) e para alimentos para animais (6%), onde temos principalmente emissões oriundas da emissão de óxido nitroso (N2O) oriundo da aplicação de adubo azotado. Temos as emissões da produção animal (31%), associadas às emissões de metano (CH4) do processo digestivo dos ruminantes e do estrume destes, das aves e dos suínos (neste caso incluindo também emissões de óxido nitroso). Finalmente, temos as emissões da cadeia de abastecimento, com 4% para o processamento dos alimentos, 6% para o transporte, 5% para o embalamento e 3% para o retalho.

Qual é a razão pela qual as emissões do transporte de alimentos são comparativamente tão baixas? É porque a maior parte dos alimentos é transportada por navio, com emissões por quilómetro 10 a 20 vezes inferiores às de camião e 50 vezes inferiores às de avião. Assim, mais de 80% das emissões do transporte de alimentos são oriundas do transporte doméstico (dentro de cada país) por camião (já as emissões do transporte aéreo são só 0,4%).

Podemos assim constatar que as emissões do transporte são uma fracção muito minoritária, sendo muito mais importante, em termos de escolhas alimentares, ter em conta factores que optimizem os outros 94%. Consideremos um exemplo, frequentemente referido neste debate a nível internacional. Comparando a produção de morangos em estufa no Reino Unido, com os correspondentes custos energéticos de aquecimento das estufas, com a produção ao ar livre em Espanha, acrescentando-lhes as emissões de transporte até ao Reino Unido, a conclusão é que o impacte ambiental é mais baixo se a produção for feita em Espanha.

Esta conclusão genérica não impede, no entanto, que haja situações específicas onde as emissões do transporte se revelem significativas, nomeadamente em situações associadas ao transporte aéreo de alimentos frescos.

Entretanto, em 2022, um estudo de uma equipa sino-australiana na revista Nature Food chegou à conclusão bombástica (e destacada em múltiplos meios de comunicação social internacionais) de que o transporte corresponderia a 20% das das emissões de GEE dos sistemas alimentares, assim colocando em causa todos os resultados anteriores e repondo a relevância de “consumir localmente”.

Vejamos então o que está aqui em causa. As emissões do transporte que temos vindo a considerar, e que são as que se associam ao conceito de food miles, são as emissões associadas ao transporte dos alimentos, entre o ponto de produção e o ponto de consumo. A razão pela qual a referida equipa sino-autraliana obteve emissões mais altas foi porque considerou também as (relevantes) emissões associadas ao transporte dos factores de produção agrícola (como fertilizantes ou pesticidas). Na verdade, relativamente às emissões para transporte de alimentos, esta equipa não obteve valores significativamente mais altos. Assim, na realidade, os resultados deste artigo não suportariam “consumir localmente”, só suportariam que se deveria produzir localmente os diferentes factores de produção agrícolas.

No entanto, em relação a este último aspecto, e de forma particularmente preocupante para um artigo publicado na revista com a reputação da Nature Food, constata-se que as emissões do transporte dos factores de produção foram drasticamente sobre-estimadas, pois os seus valores estão baseados numa estimativa de emissões do transporte de mercadorias que é o triplo da estimativa, muito mais credível, da Agência Internacional de Energia.

Em suma, este recente debate não trouxe novas informações, mantendo intacta a conclusão de que não há suporte para o critério de “consumir localmente”, quando consideramos emissões de gases com efeito de estufa.

Para finalizar, fica a observação de que a excessiva importância dada a consumir localmente está muitas vezes associada a visões ideológicas anti-globalização simplistas, que tendem a considerar como intrinsecamente errado que os alimentos sejam transportados de um lado do mundo para o outro, e que promovem, em alternativa, a auto-suficiência como um suposto ideal de sustentabilidade. São abordagens que, entre outras deficiências, esquecem os benefícios ambientais de fazer a produção agrícola nos locais agronomicamente óptimos.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Organizações ambientalistas reivindicam 15 medidas urgentes pela água


Mais de 70 organizações de seis movimentos ambientalistas, de norte a sul do país, apresentaram esta quinta-feira um manifesto reivindicativo que apela aos partidos políticos para que olhem para 15 medidas consideradas urgentes para proteção dos rios e da água.

"Aquilo que se pretende é efetivamente pôr na agenda política as questões da gestão da água e do uso eficiente da água, por forma a que esse recurso, que é finito, seja bem usado e para aquilo que é efetivamente necessário", disse à Lusa Paulo Constantino, porta-voz do Movimento pelo Tejo -- proTEJO, com sede em Vila Nova da Barquinha (Santarém).

Segundo alertou o dirigente, "as práticas que se vislumbram e que têm vindo a ser propostas conduzirão ao seu esgotamento e a uma escassez contínua por um excessivo consumo".

Entre as 15 reivindicações apresentadas, a poucas semanas das eleições legislativas de 10 de março, estão, por exemplo, medidas de combate à seca, de proteção de rios e águas subterrâneas, ou contra os transvases e construção de novas barragens, açudes e dessalinizadoras.

"Não pode haver ofertas ilimitadas de água", afirmou Constantino, tendo defendido a importância de "gerir as necessidades e as disponibilidades de água em cada bacia hidrográfica, satisfazendo as necessidades humanas e as necessidades ecológicas".

'Não aos transvases entre bacias hidrográficas' é a primeira reivindicação que consta num documento que os signatários enviaram na quarta-feira aos partidos políticos com assento parlamentar na Assembleia da República e a que a Lusa teve acesso.

Na lista de 15 reivindicações apresentadas, divididas entre o sim e o não, do lado a combater, segundo os signatários, está o "não aos transvases entre bacias hidrográficas, ao desperdício de água, aos projetos sustentados num aumento do consumo de água (dessalinizadoras, barragens), à construção da dessalinizadora do Algarve, e "à proliferação de barragens e açudes".

Do lado positivo elencam o "sim à proteção das águas subterrâneas, ao cumprimento integral e urgente da legislação comunitária e nacional (Diretiva Quadro da Água, Lei da Água) e à implementação urgente das medidas previstas nos Planos de Bacia Hidrográfica (PGRH), à definição e implementação rigorosa de regimes de caudais ecológicos", e à "implementação de processos de recuperação ecológica".

Ainda do lado positivo está o "sim ao efetivo controlo físico-químico e biológico dos efluentes libertados nos meios hídricos", à redução dos valores limite de emissão dos efluentes libertados pelas estações de tratamento, à definição de políticas eficazes no sentido de regulamentar a proliferação de monoculturas, à disseminação da informação 'online' de acesso livre, a uma estratégia de desenvolvimento conduzida por planos nacionais de restauro fluvial, de eliminação de barreiras transversais, de erradicação de invasoras e de eficiência hídrica a par do "desenvolvimento de programas que de uma forma massiva combatam a iliteracia ecológica".

Os movimentos ambientalistas pedem a "introdução destas questões na campanha eleitoral", e a "observação de um discurso com pensamento estratégico que represente um projeto viável de ação coletiva e individual responsável e com sentido de justiça intergeracional".

As 15 reivindicações pelos rios e pela água são subscritas por mais de 70 organizações nacionais e locais - que incluem Organizações Não Governamentais (ONG, ONGA, associações e municípios -, bem como cidadãos a título individual que fazem parte de seis movimentos com representatividade nas principais bacias hidrográficas do país (AMORA, Mondego Vivo, #MovRioDouro, MUNDA, PAS e proTEJO).

"(...) Chegámos à situação que nos coloca no limiar da sobrevivência face à rapidez das alterações climáticas e, em particular, face à degradação da quantidade e qualidade das águas superficiais e subterrâneas e respetivos ecossistemas", alertam os movimentos subscritores, num documento em que pedem aos decisores políticos para se "agir prioritariamente sobre as causas como forma de combater os efeitos".
Fonte: DN

O fascínio pelas plantas


Assim. Simples. Geometria matemática biológica. Adaptação. Relações bióticas. Por vezes as flores têm que ser rápidas na decisão de polinização. Como as dos desertos. As plantas com flor são especializadas. Umas são competitivas: pela luz, pelos nutrientes do solo. Vivazes, invasoras, cultivadas, endémicas, transgénicas. Isso são razões humanas. Raras são as parasitas. Algumas venenosas. De muitas delas extraímos fármacos e o seu perfume ou propriedades cosméticas compradas a peso de ouro. Elas não sabem. Nascem e florescem e procriam e morrem. Nada mais. Mas são belas. Se são!

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Azorella compacta ou também conhecida por Llareta


Esta planta de 3.000 anos de idade pode parecer uma pedra com musgo, mas na verdade é um arbusto com milhares de ramos e cachos de pequenas folhas verdes densamente embaladas. Conhecida como Llareta, o arbusto é parente de salsa e vive no deserto de Atacama no Chile e distribui-se até nordeste da Argentina e nas altas altitudes nos Andes do Perú e Bolívia.
Eles crescem apenas 1-1,5 centímetros por ano.

Estella Bergere Leopold (1927–2024), ambientalista apaixonada que traçou os ecossistemas em mudança


Estella Bergere Leopold, paleoecologista e conservacionista, faleceu no final de 25 de fevereiro de 2024, aos 97 anos. Estella combinou uma carreira científica distinta com um compromisso vitalício com a filosofia de ética terrestre de seu pai, o renomado ecologista e escritor Aldo Leopold. Seu trabalho a levou a cargos de liderança no estabelecimento de Florissant Fossil Beds e nos monumentos nacionais do Monte Santa Helena. Eleita em 1974 para a Academia Nacional de Ciências, foi homenageada em 2010, em Osaka, no Japão, com o Prêmio Internacional Cosmos.

Nascida em 8 de janeiro de 1927, em Madison, Wisconsin, Estella era a mais nova dos cinco filhos de Estella e Aldo Leopold. Ela tinha apenas oito anos quando seu pai comprou a fazenda abandonada ao longo do rio Wisconsin com seu galinheiro que ele imortalizaria em "A Sand County Almanac" (1949).

Um dia, quando seu pai lhe perguntou o que ela queria ser quando crescesse, ela pensou um pouco antes de responder: “uma bugóloga”. Questionada sobre o motivo, ela disse: “Porque todo o resto foi levado”. Seu irmão mais velho, Starker, era ecologista da vida selvagem; Luna era uma engenheira e geóloga que se tornou uma notável hidróloga; Nina estudou geografia; e Carl tornou-se fisiologista vegetal.

Depois de obter seu diploma de graduação na University of Madison - Wisconsin e um mestrado na U.C. Berkeley, ela obteve seu doutorado em botânica em Yale em 1955, onde estudou com os renomados ecologistas Paul B. Sears, G. Evelyn Hutchinson e Edward S. Deevey.

Leopold passou então duas décadas no Serviço Geológico dos EUA em Denver, estudando pólen de todo o mundo para reconstruir conjuntos de plantas em mudança em resposta à construção de montanhas, ao vulcanismo e às alterações climáticas ao longo dos últimos 65 milhões de anos. A sua investigação sobre atóis de coral ajudou a confirmar a hipótese de Charles Darwin sobre a evolução da vegetação.

Enquanto estava no Colorado, Leopold passou a apreciar os incríveis fósseis preservados há cerca de 34 milhões de anos no Vale Florissant, a sudoeste de Denver, e começou a liderar viagens de campo na década de 1960 com a ecologista Bettie Willard de Boulder para mostrar a área às pessoas. Para salvar os leitos fósseis, Leopold e seus colegas formaram em 1969 os Defensores de Florissant, e com os serviços do carismático advogado de Nova York, Victor Yannacone, e do futuro governador do Colorado, Richard Lamm, que ganhou uma das primeiras ações judiciais explicitamente ambientais do país, eles buscaram uma medida restritiva. ordem no tribunal federal, levando ao estabelecimento do Monumento Nacional Florissant Fossil Beds.

Quando foi eleita em 1974, aos 48 anos, para a Academia Nacional de Ciências, juntou-se aos seus irmãos Starker e Luna, ainda a única vez na história da academia em que três irmãos alcançaram essa honra notável. Depois, em 1976, tornou-se diretora do Centro de Investigação Quaternária (QRC) da Universidade de Washington, em Seattle, transferindo parte da sua agenda de investigação para os últimos dois milhões de anos (o Quaternário) e para as terras baixas de Puget e para a China. Por meio de sua pesquisa, ela ajudou a documentar o que hoje é conhecido como zona de falha de Seattle que atravessa a cidade.

Quando o Monte Santa Helena, na Floresta Nacional de Gifford Pinchot, em Washington, entrou em erupção em 1980, Leopold e os seus colegas defenderam a criação de um monumento nacional para estudar os processos pelos quais um ecossistema responde a perturbações traumáticas. Como resultado, o Monumento Vulcânico Nacional Mount St. Helens, com 110.000 acres, foi estabelecido em 1982.

Mais tarde, em 1982, Estella juntou-se aos seus irmãos para estabelecer a Fundação Aldo Leopold e dedicou-se particularmente ao seu desenvolvimento e eficácia, servindo durante vários anos como presidente do conselho, e contribuindo com uma parte do seu prémio Cosmos para construir o Aldo Leopold Legacy Center. e ampliar o alcance da fundação.

Aos 80 anos, ela começou a escrever para um público mais geral. Em seu primeiro livro, "Saved in Time" (2012), ela contou a história geológica e biológica do Vale Florissant e a história de defesa de direitos que o protegeu. Seu livro de 2016, "Stories from the Leopold Shack", fornece insights sobre os bastidores de alguns dos ensaios do A Sand County Almanac de seu pai, enquanto ela relata a empresa familiar restaurando as terras em seu agora icónico Shack, no rio Wisconsin.

Querendo partilhar a herança única da família com suas sobrinhas, sobrinhos, primos – avós e bisavós – e tendo chegado a uma maior apreciação da centralidade do papel de sua mãe na família, Estella recorreu a um livro sobre sua mãe, a esposa de Aldo, Estella Bergère; Minha notável mãe.

Muitos familiares e amigos puderam se reunir com Estella em janeiro passado para comemorar o lançamento de seu último livro e seu 96º aniversário. Como resultado desta recente celebração, nenhuma reunião está planeada neste momento, mas aqueles que desejam honrar o compromisso de Estella com a ciência e a conservação são incentivados a doar para a Fundação Aldo Leopold, a organização que ela fundou com seus quatro irmãos para promover a ética fundiária de seu pai, ou o prémio Estella Leopold Endowed Professor & Curator of Paleobotany , estabelecido no Museu Burke da Universidade de Washington por Estella e seu irmão Luna para incentivar estudos interdisciplinares nas ciências biológicas e geológicas.

Walt Whitman e o melro


“Creio que uma folha de erva não vale menos que a jornada das estrelas | E que a formiga não é menos perfeita, nem um grão de areia, nem um ovo de carriça | E que o sapo é uma obra prima para o mais exigente | E que as amoras silvestres adornariam os salões do Céu | E que a mínima articulação da minha mão escarnece de toda a maquinaria | E que a vaca ruminando com a cabeça baixa supera a estátua | E que um rato é milagre suficiente para fazer vacilar milhões de infiéis.
Descubro que trago em mim gnaisse, carvão, filamentos de musgo, frutos, cereais, raízes comestíveis E que fui estucado com quadrúpedes e pássaros | E que me distanciei, por boas razões, do que está por detrás de mim | Mas quando quero faço regressar seja o que for ....... ”
Walt Whitman, Folhas de Erva

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Música do BioTerra: Moby - This Wild Darkness


A portion like madness in season
Bracing all like a breaking of reason
With every night lost and every day torn
With the drama feeling calmer and it's calmer in the storm
Speakers are crying like a forrest in the rain
I was so alone with my thoughts and my pain
And the darkness closed like a mouth on a wild night
I'll never be free
Ooh, in this darkness
Please light my way
Light my way [2X]

I can't stand on my own anymore
I can't stand in the stain of the broken and poor
I can't break what I held and it never was true
In the mirror what I said was I lied to you
And me and everything I see and everything I could
Tried so hard to be good
For myself, for you, for the hidden and divine
For everything but I can fail just so many times

Ooh, in this darkness
Please light my way
Light my way [2X]

I can't stop when I feel like stopping
At five a.m. just cry, shoot, copping
The perfect life was enough for you
And ever enough to see me through
For all the lies that were spoken in waves
And the way we lived as an affront to the days
Was an affront to the things that we cared about
Was an affront to everything that we cared about

Ooh, in this darkness
Please light my way
Light my way [6X]

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Cartaz do PAN perfeitamente estúpido


A atividade tauromáquica recebe todos os anos 19 milhões de euros do Estado, dinheiro que é de todos os contribuintes, ao invés de serem canalizados para a verdadeira cultura ou para a promoção do bem-estar animal.
Por muito que não apoio a tauromaquia, fazer amor não tem nenhuma relação com a tortura. O PAN em queda-livre.

Música do BioTerra: Beck - European Son


You killed your European son
You spit on those under twenty-one
But now your blue cars are gone
You better say so long
Hey hey hey, bye bye bye

You made your wallpapers green
You want to make love to the scene
Your European son is gone
You'd better say so long
Your clowns bid you goodbye

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Vandana Shiva - False Claims Of The Green Revolution


Vandana Shiva partilha o seu conhecimento sobre a Revolução Verde, um conjunto de práticas e políticas agrícolas transformadoras e dependentes de produtos químicos que prometiam proporcionar segurança alimentar às populações de todo o mundo. Mas será que cumpriu essas promessas? E como é que os seus resultados se comparam aos da agricultura biológica?

Real Organic Project Virtual Symposium 2024

Petrolíferas europeias e americanas lucram 260 mil milhões de euros desde invasão da Ucrânia

Desde que a Rússia invadiu a vizinha Ucrânia em fevereiro de 2022, as maiores petrolíferas norte americanas e europeias já lucraram perto de 260 mil milhões de euros, revela a mais recente análise da ‘Global Witness’.

O trabalho refere-se às cinco maiores empresas de combustíveis fósseis dos Estados Unidos da América e da Europa: Shell, BP, Chevron, ExxonMobil e TotalEnergies. A organização não-governamental aponta, em comunicado, que essas entidades “pagaram 200 mil milhões de dólares [cerca de 185 mil milhões de euros] aos seus acionistas desde a invasão da Ucrânia, canalizando dinheiro para os investidores enquanto mais de 10 mil civis ucranianos eram mortos e milhões de famílias por toda a Europa tinham dificuldades em manter as luzes acesas”.

Quadro mostra os lucros trimestrais e totais das cinco maiores empresas de combustíveis fósseis nos EUA e na Europa desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.Fonte: Global Witness

A ‘Global Witness’ recorda que as empresas de combustíveis fósseis logo em 2022 tinham conseguido “lucros record às custas do aumento dos preços da energia”, tendo entregado aos seus acionistas “uns sem precedentes 111 mil milhões de dólares [cerca de 103 mil milhões de euros] em 2023”.

“No ano mais quente de que há registo, este valor é quase 158 vezes mais do que o que foi prometido às nações vulneráveis na cimeira climática COP28 no ano passado”, diz a organização.

Assim, contas feitas, desde o segundo trimestre de 2022, quando já se sentiam os efeitos do primeiro conflito armado na Europa desde a Segunda Grande Guerra, e até ao quarto trimestre de 2023, a Shell terá registado um lucro total de 59 mil milhões de dólares (cerca de 55 mil milhões de euros), a BP de 35 mil milhões (cerca de 32 mil milhões de euros), a ExxonMobil de 86 mil milhões (cerca de 80 mil milhões de euros), a Chevron de 51 mil milhões (cerca de 47 mil milhões de euros), e a TotalEnergies de 50 mil milhões (cerca de 46 mil milhões de euros).

“Esta análise mostra que, independentemente do que acontece nas linhas da frente, as grandes empresas de combustíveis fósseis são os principais vencedores da guerra na Ucrânia”, afirma Patrick Galey, investigador da Global Witness.

“Acumularam uma riqueza incalculável à custa da morte, da destruição e da subida vertiginosa dos preços da energia”, critica o especialista, acrescentando que os ganhos estão a ser usados para enriquecer os seus investidores e para alimentar novos projetos de exploração de combustíveis fósseis, “que a Europa não precisa e que o clima não consegue suportar”.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

O José Pinto Coelho - fascista


Este penedo ainda é vivo? O José Pinto Coelho
1. A explicar, a quem anda distraído, que o Ergue-te é o PNR.
2. Eu matava a ideologia de género de alto a baixo
3. “O direito à greve deve acabar porque entope a ponte Salazar” sobre a Ponte 25 Abril.
4."O 25 de Abril foi a maior traição à história de Portugal" e por isso "não há nada para celebrar"

P.S. Tem quase 15.000 subscritores na rede X.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

David Bowie’s unlikely love for Frank Auerbach


In true avant-garde rock tradition, David Bowie had gone to art school before becoming the Starman who took over the airwaves. His love of art is well-established and primarily evident in his ever-changing aesthetic, which saw him blend the visual world with the sonic. Outside of his prolific music career, he collected and produced art, developing a fascination with outsider artists that often touched his sound.

In 1998, he admitted that art gave him a sense of stability, saying: “Art was, seriously, the only thing I’d ever wanted to own.” It had immense power over him, dictating his morning mood and nourishing his soul. “The same work can change me in different ways, depending on what I’m going through,” he told the New York Times.

“For instance, somebody I like very much indeed is Frank Auerbach,” he continued. “I think there are some mornings that if we hit each other a certain way – myself and a portrait by Auerbach – the work can magnify the kind of depression I’m going through.”

Auerbach’s work is often said to have this effect on viewers, compared to Lucian Freud – who Bowie noted didn’t live up to his reputation as the “greatest” contemporary painter – and Francis Bacon. His portraits are expressionist, the paint laid on so thick his subjects are barely recognisable as faces.

That ambiguity and frenzied painting style gave “spiritual weight” to Bowie’s angst. “Some mornings, I’ll look at it and go: ‘Oh, God, yeah! I know!’ But that same painting, on a different day, can produce in me an incredible feeling of the triumph of trying to express myself as an artist. I can look at it and say: ‘My God, yeah! I want to sound like that looks.'”

To that end, Bowie discussed his part in the glam rock generation, who famously didn’t see a divide between audio and visual art, joking that in the mid-60s, there was a running joke that if you wanted to become a skilled rhythm and blues player, you went to art school. “You know, 25 years ago, there were a whole crop of us that tried to drag all the arts together and create this potpourri, a kind of new essence for English music,” he mused.

He recalled conversations at art school and how the avante-garde artists always dominated discussion. For his part, he was drawn to Expressionists and remembered “an awful lot of Dada” popping up too. The love of boundary-pushing art followed him into his music career. However, he never considered the two as separate forces – it was that the passionate response art stirred in him was something to be continued in his music.

“I always want a certain abstraction,” he explained. “Art should be open enough for me to develop my own dialogue with it.”

Alexei Navalny e Gonzalo Lira




A hipocrisia da União Europeia e EUA à volta da morte Navalny, menosprezando a morte de Gonzalo Lira. Navalny não era comunista, era liberal e nacionalista, anti-imigração. Lira fez propaganda para o governo russo, pro-Putin e era muito crítico da invasão Rússia-Ucrânia.
Em 19 de setembro de 2007, o famoso opositor russo Navalny fez um dos seus vídeos mais polémicos. Estava ainda no partido nacionalista Narod. Nele, compara imigrantes muçulmanos a insetos e defende o porte de armas de civis para resolverem o problema.

A hipocrisia do Ocidente e a indignação totalmente falsa pela morte do dissidente russo Alexei Navalny são de cortar a respiração. Enquanto torturavam até à morte Julian Assange numa prisão do Reino Unido – um cidadão australiano que trabalhava no Reino Unido e cujo único “crime” é ter revelado verdades sobre os crimes de guerra dos EUA – e praticamente ignoravam a morte de Gonzalo Lira na Ucrânia, estes as pessoas se balançam no cavalo mais alto que conseguem encontrar para culpar a Rússia por ser um regime assassino de injustiça.

O enquadramento da morte de Navalny e a falta de opções que os EUA têm para exercer mais pressão sobre a Rússia são novamente reveladores não só em termos de propaganda, mas também de como os russos conseguiram realmente dissociar com sucesso a sua economia e destino no mundo dos EUA e da UE – enquanto o Ocidente, claro, ainda finge que “desferiu um golpe” na economia da Rússia. Bem, bom para Moscovo. Esperemos que a maioria dos países fora do Ocidente Coletivo fique claro que a dependência do império dos EUA é uma bomba-relógio.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Em memória de Daniel


Esta música é em memória da morte de um excelente aluno meu, que faleceu de cancro aos 23 anos. Foi ele que me deu a conhecer este tema e banda.

Parafraseando Sting

"On and on the rain will fall
Like tears from a star
Like tears from a star
On and on the rain will say
How fragile we are
How fragile we are"


Ride - Vapour Trail
First you look so strong
Then you fade away
The sun will blind my eyes
I love you anyway

Thirsty for your smile
I watch you for a while
You are a vapour trail
In a deep blue sky

Tremble with a sigh
Glitter in your eye
You seem to come and go
I never seem to know

And all my time
Is yours as much as mine
We never have enough
Time to show our love

Israel declara Lula como “persona non grata” por comparação de ação de Israel em Gaza com Holocausto



O governo de Israel declarou, nesta segunda-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “persona non grata”. A decisão foi tomada após o líder brasileiro comparar as ações de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio judeu pela Alemanha nazi.

"Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma 'persona non grata' em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate", escreveu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, nas redes sociais.

A expressão “persona non grata” é um instrumento jurídico utilizado em relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo.

Katz ainda afirmou que "a comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto".

Em viagem a Etiópia no último final de semana, Lula definiu os ataques de Israel em Gaza como “genocídio” e “chacina”. Ele ainda cobrou uma postura diferente do Conselho de Segurança da ONU.

"O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula.

Além disso, o ministro das Relações Exteriores de Israel convocou o embaixador do Brasil para uma reunião para debater a declaração de Lula.

Ler mais:

sábado, 17 de fevereiro de 2024

O Pedro Abrunhosa vai pôr o Bloco de Esquerda em tribunal porque diz que plagiaram a sua música. Só que Pedro Abrunhosa também plagiou a música dos BAN

Li agora a publicação do Pedro Abrunhosa sobre a frase nos cartazes do Bloco (que nem é igual ao nome da canção dele). As pessoas passam-se, é um facto. Pedro Abrunhosa acredita mesmo que o Bloco o quis copiar e que tem direito a impedir o partido a usar a frase.
Só que o Abrunhosa não pediu autorização e plagiou uma música dos BAN.



Olha, Pedro Abrunhosa sem óculos à Ray Chales!!


Ray Chales deveria exigir direitos de autor, quando o  Abrunhosa sempre que se apresenta com óculos iguais

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Música do BioTerra: Vivaldi- Catone in Utica, RV 705- Act 2: Se mai senti spirarti sul volto, por Roberta Mameli


Capa do libreto de Metastasio, Verona
Idioma original Italiano
Compositor Antonio Vivaldi
Tipo do enredo Ópera-séria
Número de atos 3
Ano de estreia 1737
Local de estreia Verona

Catone in Utica é uma das óperas do compositor italiano Antonio Vivaldi, do libreto escrito por Pietro Metastasio e estreada em 1737, no Teatro Filarmónico de Verona,em Itália. A obra, que foi escrita em 3 atos, só restam os atos 2 e 3, atualmente.[1][2][3]

Enredo
A obra relata um conflito (fictício) que ocorre em Útica, no norte da África, entre o senador republicano Catão, o jovem (Catone) e Júlio César (Cesare). Em paralelo, relata o drama da viúva de Pompeu, Emília, que deseja se vingar de César pela morte de seu marido; e do amor de Marzia, filha de Catão, pelo Júlio César.[1][3][4]

Referências
1. Sadie, Stanley. «Vivaldi Catone in Utica». Gramophone (em inglês).
2. «Catone in Utica». Stanford University (em inglês). 
3. Ashley, Tim (18 de setembro de 2013). «Vivaldi: Catone in Utica – review». The Guardian (em inglês)
4. Oestreich, James. (2 de dezembro de 2015). Review: Vivaldi’s ‘Catone in Utica’ Gets a Rare Staging. The New York Times. (em inglês).

Portugal mantém um consumo de produtos biológicos per capita de apenas € 2,00, refere relatório


Esta semana foi publicado o último relatório da IFOAM e FIBL "The world of organic agriculture" onde podemos ver que Portugal mantém um consumo de produtos biológicos per capita de apenas € 2,00. Na Europa, pior só mesmo a Bósnia Herzegovina, a Federação Russa, a Turquia e a Ucrânia. A vizinha Espanha consome € 54.8, a Grécia € 6.3 per capita, chegando aos € 437,0 per capita na Suíça. As compras pública ecológica, como nas cantinas escolares podem contribuir para o aumento do consumo per capita de produtos biológicos, acrescentando valor ao setor agrícola, contribuindo para a conversão de produtores, introduzindo novos critérios de adjudicação nos contratos públicos, mas sobre isso não ouço nada...O setor agroalimentar é responsável por certa de 1/3 das emissões, mas tudo isto atrás descrito não faz parte dos debates dos partidos para as legislativas.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Aniversário da morte de Sócrates


Aniversário da morte de Sócrates 15 de fevereiro (disputado) 399 AC Atenas, Grécia "A vida não examinada não vale a pena viver." - Sócrates
Um famoso ditado supostamente proferido por Sócrates em seu julgamento por impiedade e corrupção de jovens, pelo qual foi posteriormente condenado à morte.
Bertrand Russell comenta Uma História da Filosofia Ocidental (1945) “Os principais factos do julgamento e morte de Sócrates não são susceptíveis de dúvida. A acusação baseou-se na acusação de que: “Sócrates é um malfeitor e uma pessoa curiosa, que investiga as coisas debaixo da terra e acima do céu; e fazer com que o pior pareça ser a melhor causa, e ensinar tudo isso aos outros.“ Isso está registado no diálogo Apologia, que é geralmente considerado histórico. Este afirma ser o discurso que Sócrates fez em sua própria defesa no seu julgamento – não, claro, um relatório estenográfico, mas o que permaneceu na memória de Platão alguns anos depois do acontecimento, reunido e elaborado com arte literária. Platão esteve presente no julgamento, e certamente parece bastante claro que o que está estabelecido é o tipo de coisa que Platão se lembrava de Sócrates ter dito, e que a intenção é, em termos gerais, histórica. Isto, com todas as suas limitações, é suficiente para dar uma imagem bastante definida do carácter de Sócrates. Ao que parece, certa vez perguntaram ao Oráculo de Delfos se havia algum homem mais sábio que Sócrates, e ele respondeu que não. Sócrates afirma ter ficado completamente perplexo, pois não sabia de nada e, no entanto, um deus não pode mentir. Ele, portanto, andou entre homens considerados sábios, para ver se poderia convencer o deus do erro. Primeiro ele procurou um político, que "era considerado sábio por muitos, e ainda mais sábio por ele mesmo". Ele logo descobriu que o homem não era sábio e explicou-lhe isso, de maneira gentil, mas firme, "e a consequência foi que ele me odiou". Ele então foi até os poetas e pediu-lhes que explicassem passagens de seus escritos, mas eles não conseguiram fazê-lo. "Então eu soube que não é por sabedoria que os poetas escrevem poesia, mas por uma espécie de génio e inspiração." Depois procurou os artesãos, mas achou-os igualmente decepcionantes. No processo, diz ele, ele fez muitos inimigos perigosos. Finalmente concluiu que "só Deus é sábio; e com a sua resposta pretende mostrar que a sabedoria dos homens vale pouco ou nada; não está a falar de Sócrates, está apenas a usar o meu nome a título de ilustração, como se ele disse: Aquele, ó homens, é o mais sábio, aquele que, como Sócrates, sabe que sua sabedoria na verdade não vale nada. Esse negócio de mostrar pretendentes à sabedoria ocupa todo o seu tempo e o deixou em extrema pobreza, mas ele sente que é um dever defender o oráculo. pág. 86
A acusação dizia que Sócrates não só negava os deuses do Estado, mas também introduzia outros deuses próprios; seu promotor Meleto, porém, diz que Sócrates é um ateu completo e acrescenta: "Ele diz que o sol é pedra e a lua é terra." Sócrates responde que Meleto parece pensar que está processando Anaxágoras, cujas opiniões podem ser ouvidas no teatro por um dracma (presumivelmente nas peças de Eurípides). É claro que Sócrates salienta que esta nova acusação de ateísmo completo contradiz a acusação, e depois passa para considerações mais gerais. pág. 87
A Apologia dá uma imagem clara de um certo tipo de homem: um homem muito seguro de si, nobre, indiferente ao sucesso mundano, acreditando que é guiado por uma voz divina e persuadido de que o pensamento claro é o requisito mais importante para viver corretamente. Exceto neste último ponto, ele se assemelha a um mártir cristão ou a um puritano. Na passagem final, onde considera o que acontece após a morte, é impossível não sentir que acredita firmemente na imortalidade e que a sua professada incerteza é apenas assumida. Ele não se preocupa, como os cristãos, pelo medo do tormento eterno: não tem dúvidas de que a sua vida no outro mundo será feliz. No Fédon, o Sócrates platónico dá razões para a crença na imortalidade; se foram essas as razões que influenciaram o Sócrates histórico, é impossível dizer.” p. 89 — Bertrand Russell, Uma História da Filosofia Ocidental (1945), Livro Um Filosofia Antiga, Parte II. Cap: XI, Sócrates, p. 86, pág. 87 e pág. 89
Antecedentes: A Morte de Sócrates, 15 de fevereiro de 399 AEC Sócrates (c. 470-399 aC) foi uma figura altamente enigmática e polarizadora na sociedade ateniense. Em 399 aC, ele foi acusado de impiedade e de corromper a juventude. Após um julgamento que durou apenas um dia, ele foi condenado à morte e obrigado a beber uma bebida venenosa composta principalmente de cicuta, mel e leite (o mel era usado para mascarar o forte sabor amargo da cicuta e leite adicionado para não causar vómito ). Sócrates passou seu último dia na prisão, recusando ofertas de ajuda para escapar. As últimas palavras de Sócrates foram de acordo com Platão: “Crito, devemos um galo a Asclépio. Pague e não negligencie."
— Sócrates, Fédon 118a (Ὦ Κρίτων τῷ Ἀσκληπιῷ ὀφείλομεν ἀλεκτρυόνα. ἀλλὰ ἀπόδοτε καὶ μὴ ἀμ ελήσητε)

* O Oráculo de Delfos
Pítia era o título oficial da suma sacerdotisa do Templo de Apolo em Delfos. Ela serviu especificamente como oráculo e era comumente conhecida como Oráculo de Delfos. Os gregos antigos derivaram este nome de lugar do verbo πύθειν (púthein) 'apodrecer', que se refere ao cheiro doce e enjoativo do corpo em decomposição de uma monstruosa Píton depois de ter sido morto pelo deus Apolo. O Oráculo de Delfos era o oráculo de maior prestígio e autoridade entre os gregos antigos e estava entre as mulheres mais poderosas do mundo clássico. Muitos dos escritos antigos afirmavam que a Pítia entregava oráculos num estado frenético e hipnótico induzido por vapores que subiam de um abismo vulcânico na rocha no centro do templo. Quaisquer palavras que os Ptyhia pronunciassem, os sacerdotes délficos masculinos interpretavam como profecias enigmáticas. Esta interpretação antiga, no entanto, foi contestada por muitos estudiosos modernos e atualmente não é geologicamente sustentável. O templo sobreviveu até 390 DC, quando o imperador cristão romano Teodósio I silenciou o oráculo destruindo o templo e destruindo a maioria das estátuas e obras de arte na tentativa de remover todos os vestígios do paganismo grego, uma tarefa que foi amplamente bem-sucedida.
Imagem: Busto de Sócrates. Mármore, obra de arte romana (século I), talvez uma cópia de uma estátua de bronze perdida feita pelo escultor grego antigo Lísippo. Atualmente alojado no Museu do Louvre, Paris.

Agricultura tem que ser reconhecida como fundamental para o país


A agricultura tem que ser reconhecida como fundamental para o país, a nível social, económico e ambiental, e é “urgente reintegrar” a agricultura e florestas e atribuir-lhe a devida importância política, apontou a associação SEDES.

“[…] Há pontos absolutamente transversais que, se não forem endereçados, colocam graves entraves à criação de valor no setor agrícola e florestal, a começar pela necessidade imperiosa de o reconhecer como setor fundamental para o país, tanto a nível económico, como social e ambiental”, segundo um documento que elenca as principais conclusões do relatório “Reflexões e Políticas para uma Agricultura Sustentável e Competitiva”.

O documento da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social revelou ainda ser “urgente reintegrar” a agricultura e florestas e atribuir-lhes a “devida importância política”.

O Observatório da Agricultura identificou os principais desafios da agricultura – água, competitividade, comunicação, florestas, território, transferência de conhecimento e inovação -, tendo apontado para cada um destes um conjunto de medidas a implementar.

No que se refere à água, os principais constrangimentos e desafios prendem-se com as alterações climáticas, sendo que o Estado deverá tornar central na sua política agrícola a segurança alimentar, de modo a promover a produção de alimentos sustentáveis, de qualidade e a preços acessíveis.

“Portugal tem um enorme potencial para aumentar a sua produção, alargando as zonas dedicadas ao regadio sustentável. Simultaneamente, o regadio tem imensos benefícios no desenvolvimento das regiões. Desde logo, o aumento da produção e consequentemente da riqueza, facto incondicional para o não abandono das zonas rurais”, sublinhou.

Entre as principais medidas a implementar nesta área, de acordo com o documento, está a realização de um estudo que permita ter uma “visão de conjunto de todo o território nacional” no que diz respeito à gestão da água.

Por outro lado, o observatório referiu que uma agricultura competitiva é capaz de impulsionar o rendimento do setor e notou que a visão da sociedade ocidental sobre a agricultura é paradoxal.

“Por um lado, mantêm-se as acusações, na maioria das vezes infundadas ou demagogicamente sustentadas, de ser uma atividade consumidora/delapidadora de recursos e grande responsável pelo aquecimento global. Por outro lado, contrapõe-se que é um setor que se tem modernizado a ritmo elevado”, destacou.

Assim, é proposto, entre outras medidas, a valorização do património genético nacional no combate às alterações climáticas, o aumento das explorações e produções agrícolas, o investimento em produtos de qualidade, aproximar a agroindústria da produção e modernizar e dinamizar o ensino superior nas áreas da agronomia e agroindústria.

A SEDES concluiu ainda que o setor agrícola comunica pouco, “com uma mensagem complexa e, quase sempre, de forma reativa a mensagens menos positivas sobre si”, propondo assim uma melhoria da imagem pública do setor, através da divulgação de bons projetos, da criação de um Conselho Consultivo Agroflorestal Nacional e do desenvolvimento de um programa de comunicação e educação cívica.

Em matéria de florestas, os desafios são muito diversos, destacando-se a desagregação desta tutela política do Ministério da Agricultura, o abandono de uma parte significativa do território florestal, baixa produtividade dos montados, reduzida dimensão de áreas ocupadas por espécies autóctones, entre outros.

O documento propõe medidas como colocar novamente as florestas sob a tutela do Ministério da Agricultura, a criação de apoios públicos para a recuperação de áreas florestais, fomentar a pastorícia como forma de controlo de matos, criar um programa que financie a gestão agrupada de parcelas florestais, implementar um programa de apoio à recuperação ou rearborização das áreas de eucalipto degradadas e fomentar a literacia florestal.

Já no que diz respeito ao território, os constrangimentos divergem por área geográfica, mas estão relacionados com o ordenamento, infraestruturas de transporte e alterações climáticas.

Entre as principais medidas enumeradas está a criação de incentivos para as empresas se estabelecerem em regiões menos desenvolvidas, a promoção da cobertura de rede de banda larga em todo o território nacional, promover a eficiência energética, implementar programas de gestão e valorização de subprodutos e estimular investimentos em energia renováveis.

Por último, no que concerne à transferência do conhecimento e inovação, a SEDES disse que a aposta na renovação geracional na agricultura não tem surtido os resultados esperados e que o rejuvenescimento tem sido lento, sendo proposto assim o fomento da procura do ensino académico, a promoção entre a academia e agricultores e uma maior articulação entre programas de apoio e plataformas.

O relatório que deu origem a estas conclusões vai ser apresentado na sexta-feira, no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa.

Este estudo, que contou com os contributos de 23 especialistas, foi desenvolvido pelo Observatório da Agricultura em 2023 e coordenado por José Palha, presidente da direção da Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC).

Ilustração gerada por IA de rato com pénis gigante é publicada em revista científica


Pesquisadores tiveram de retirar do ar um trabalho científico publicado na revista Frontiers in Cell Development and Biology na última semana. O motivo foi a presença de uma ilustração gerada por Inteligência Artificial (IA) de um rato com um pênis gigante.

Na imagem publicada no periódico científico, o membro parecia ter o dobro do tamanho do roedor. Os responsáveis pelo trabalho explicaram no conteúdo que o serviço de inteligência artifical MidJourney gerou algumas das imagens para a pesquisa.

Na última sexta-feira (16), os responsáveis pela revista até pediram desculpas pelo ocorrido. Contudo, chama a atenção o fato do artigo ter passado por todos os processos de revisão até ser publicado, como costuma acontecer em periódicos como esse.

A pesquisa publicada era sobre células-tronco e foi produzida por três cientistas da China. Um pesquisador da Índia editou o material, que ainda foi revisto por duas pessoas, dos Estados Unidos e da Índia. Porém, a ilustração grotesca não foi retirada.

Em nota publicada pela empresa de media Frontiers, os responsáveis pela revista explicaram que um dos revisores até levantou uma dúvida sobre a ilustração e até pediu que os autores verificassem o assunto, mas não tiveram resposta e o material foi publicado.

Vale citar que o regulamento da revista Frontiers in Cell Development and Biology não proíbe o uso de ferramentas baseadas em IA generativa, desde que os autores responsáveis deixem claro isso no projeto e verifiquem o que foi desenvolvido via software.

Mais Info: Vice

Galileu Galilei (1564-1642)


460 anos do nascimento do Pai da Ciência Moderna. Nome maior da Ciência.
Nasceu a 15 de fevereiro de 1564 em Pisa e morreu em Florença em 1642.
Numa sociedade do Geocentrismo , onde a Terra era vista como imóvel , Galileu defendeu e provou o Heliocentrismo. Ainda abordou os princípios da relatividade. Esteve em prisão no domicilio suspeito de "heresia" e a fim de escapar à morte pela fogueira.
Como todos os grandiosos de espírito , não foi compreendido no seu tempo.

Biografia completa aqui

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Dia de S.Valentim. Dias dos Namorados. Dia do Amor


São Valentim
São Valentim é um santo reconhecido pela Igreja Católica e pelas Igrejas Orientais que dá nome ao Dia dos Namorados em muitos países, onde o celebram como Dia de São Valentim. O nome refere-se a pelo menos três santos martirizados na Roma antiga.

A história que se conta atualmente é que o imperador Cláudio II, durante seu governo, proibiu a realização de casamentos em seu reino, com o objetivo de formar um grande e poderoso exército. Cláudio acreditava que os jovens, que não tivessem família, ou esposa, iam alistar-se com maior facilidade. No entanto, um bispo romano continuou a celebrar casamentos, mesmo com a proibição do imperador. O seu nome era Valentim e as suas cerimónias eram realizadas em segredo. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens atiravam flores e bilhetes dizendo que os jovens ainda acreditavam no amor. Entre as pessoas que escreveram mensagens ao bispo estava uma jovem cega, Artérias, filha do carcereiro, a qual conseguiu a permissão do pai para visitar Valentim. Os dois acabaram apaixonando-se e, milagrosamente, a jovem recuperou a visão. O bispo chegou a escrever uma carta de amor para a jovem com a seguinte assinatura: “de seu Valentim”, expressão ainda hoje utilizada. Valentim, depois da condenação de morte, foi decapitado em 14 de fevereiro de 270.

Contudo, consultando o Martirilógio Romano vê-se que existiram dois Valentim, um bispo, que curou um jovem com um problema de nascença, e outro Valentim que era sim cristão convicto e se apaixonou por Artérias, filha de um nobre romano e não de um carcereiro.

Desde 1969 a sua data não é mais celebrada oficialmente pela Igreja Católica em função da precariedade de comprovações históricas.

Dia dos Namorados

O dia 14 de fevereiro é considerado em muitos países como o Dia dos Namorados. Porém, no Brasil, João Doria, publicitário brasileiro, pretendendo alavancar as vendas do comércio no mês de junho, criou um dia dos namorados à brasileira, no dia 12 de junho, véspera de Santo António, conhecido santo casamenteiro na cultura portuguesa.

Há momentos musicais que sinto obrigação de partilhar. "Vou Me Encontrar Com Meu Querido". Vivaldi e  Philippe Jaroussky levam-me às lágrimas. O público assiste com enorme respeito perante todo este soberbo pedaço de música.


Agora estrelando com Jakub Orlinski!

Esta interpretação é pungente e muito bela!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Hoje é Dia Mundial da Rádio

Hoje é Dia Mundial da Rádio. Uma magia tecnológica, em que teve momentos críticos de audiência com o avanço das das plataformas digitais. Agora atingiu-se em pleno, em que até podemos ver os radialista em estúdio a fazer os seus simpáticos programas e cheios de curiosidades e que animam os ouvintes.

Eu próprio fiz rádio, nos anos 80, quando houve o boom de rádios clandestinas. Chamava-se Rádio Caos e fiz um programa intitulado "Terra-Mãe", de cariz ecologista, divulgando notícias sobre ambiente.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

A riqueza em África e o falso nacionalismo


Porque razão África é apetecível, maltratada, dizimada, colonizada, destruída e sem Paz e não nos dá Paz. A razão dos refugiados e imigrantes para a Europa tem culpados. O maior deles é China. Não sejamos puristas, nem nacionalistas e o raio que vos parta. Não sejamos hipócritas!

O erro de Sófocles


Discordo. 
Da pós-verdade, que o filósofo não menciona, esquece-se que hoje existem imensas publicações que nos convencem das nossas "verdades". Heresia e ódio quando mostramos fact-check. A desinformação é muita, a calúnia fácil e as entidades reguladoras não estão a funcionar. Se funcionam, não estão acessíveis a qualquer cidadão. A Justiça está muito cara. Inflaccionada.

Cada vez vivemos mais no mundo da mentira, dos negacionistas climáticos. Para apurar a verdade, já vamos tarde. Como já é visível, em várias partes do mundo. A sustentabilidade transformou-se numa diversão, num anarco-capitalismo. Estamos numa lavagem verde enorme. Era da decadência. Era em que impera a 4ª Revolução Industrial, ela própria dependente e muito do petróleo. Uma alquimia a céu aberto. Um esgoto civilizacional.

Cientista climático famoso ganha um milhão de dólares numa acção contra bloggers de direita


Cientista climático famoso ganha um milhão de dólares numa acção contra bloggers de direita
Após mais de uma década, a vitória de Michael Mann surge num contexto de ataques exacerbados a cientistas que trabalham não só com as alterações climáticas, mas também com vacinas e outras questões.

Michael Mann, um proeminente cientista climático, ganhou a sua longa batalha legal contra dois bloggers de direita que alegaram que ele manipulou dados na sua investigação e o compararam a Jerry Sandusky, um homem condenado por abuso de menores, uma grande vitória para o investigador.

A vitória de Michael Mann surge num contexto de ataques exacerbados a cientistas que trabalham não só com as alterações climáticas, mas também com vacinas e outras questões. No entanto, alguns críticos receiam que este caso possa ter um efeito asfixiante na liberdade de expressão e no debate aberto no domínio da ciência.

Numa coluna de 2012 intitulada "O outro escândalo em Unhappy Valley", publicada num sítio Web do Competitive Enterprise Institute, Simberg escreveu que Mann tinha "abusado e torturado dados" sobre o aquecimento global e comparou Mann a Sandusky, um treinador de futebol americano da Universidade do Estado da Pensilvânia que tinha sido preso por abuso de jovens rapazes. Na altura, Mann era professor na Penn State.

Na National Review, Steyn citou o artigo e acrescentou: "Não sei se teria estendido essa metáfora até aos balneários com o mesmo zelo com que o Sr. Simberg o faz, mas ele tem razão."

Fonte: Público

domingo, 11 de fevereiro de 2024

Traça- vídeo muito belo com a interpretação da talentosa bailarina Mikaella Dantas



Para este vídeo trabalhamos a partir do princípio de que no começo era o movimento, a vida embrulhada na Terra. Os corpos, tantos e tão variados, fundiram-se até se erguerem sobre os dois pés, oscilando e visando o equilíbrio, pois os corpos são campos de forças atravessados por mil vectores, tensões e fruições.

Notícias:
  1. Morreu Mickaella Dantas, bailarina de “uma força indomável” [Público,10.02.2024]
  2. “Sofri uma amputação aos 11 anos mas não desisti de ser bailarina” [SIC, 04.01.2023]

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Tucker Carlson interview: Fact-checking Putin's 'nonsense' history

Tucker Carlson em entrevista com o presidente Vladimir Putin 




US talk show host Tucker Carlson's interview with Russian President Vladimir Putin began with a rambling half-hour lecture on the history of Russia and Ukraine.

Mr Carlson, frequently appearing bemused, listened as Mr Putin expounded at length about the origins of Russian statehood in the ninth century, Ukraine as an artificial state and Polish collaboration with Hitler.

It is familiar ground for Mr Putin, who infamously penned a 5000-word essay entitled "On the Historical Unity of Russians and Ukrainians" in 2021, which foreshadowed the intellectual justification the Kremlin offered for its invasion of Ukraine less than a year later.

Historians say the litany of claims made by Mr Putin are nonsense - representing nothing more than a selective abuse of history to justify the ongoing war in Ukraine.

Regardless of the historical realities, none of Putin's assertions would form a legal justification for his invasion.

A state-centred narrative
Mr Putin began the interview by claiming that 862 was the year of the "establishment of the Russian state". This was the year that Rurik, a Scandinavian prince, was invited to rule over the city of Novgorod, the capital of the Rus - the people who would eventually develop into today's Russians.

Mr Putin contrasts what he claims is the unbroken tradition of Russian statehood dating back to the 9th Century with the modern "invention" of Ukraine - a country he insists was "created" as late as the 20th Century.

But Sergey Radchenko, a historian at the Johns Hopkins School of Advanced International Studies, says the president's claim is "a complete falsehood".

"Vladimir Putin is trying to construct a narrative backwards, saying Russia as a state began its development in the 9th Century. You could equally say that Ukraine as a state began its development in the 9th Century, exactly with the same kind of evidence and documents.

"He's trying to use certain historical facts to construct a state-centred narrative that would favour Russia as opposed to any alternative agglomerations."

Ronald Suny, a professor at the University of Michigan, says the Rus was made up of "a bunch of bandits, who burned their own capital repeatedly".

He adds that Mr Putin is repeating an "established mythology made up at certain points in the past by Muscovite tsars who trace their lineage back to Rurik".

"This mythology was crystallised in Moscow to justify their imperial hold over Ukraine."

Zelensky Father
Putin: “Then I tell him (Zelensky) - your father fought in WWII…”
Zelensky’s father was born 1947.
Funny how Putin, living in a world of his own, sees Zelensky as the generation whose fathers fought in WWII…
Meanwhile, “the journalist”…