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domingo, 30 de novembro de 2014

Música do BioTerra: The Sound - Winning




[Verse 1]
What holds your hope together
Make sure it's strong enough
When you reach the end of your tether
It's because it wasn't strong enough

[Chorus]
I was gonna drown
Then I started swimming
I was going down
Then I started winning, winning
Winning
Winning

[Verse 2]
When you're on the bottom
Crawl back to the top
Something pulls you up
And a voice says you can't stop
It won't let you stop

[Chorus]
I was gonna drown
Then I started swimming
I was going down
But now I started winning, winning
Winning
Winning

Aafje Heynis: "Return, o God of hosts" (Samson) by Haendel


Samson é considerado um dos melhores trabalhos dramáticos de Händel. 
______Uma canção de Handel por dia, nem imagina o bem que lhe fazia.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Portugal é a 15ª economia verde do mundo

Portugal é a 15ª economia verde dentro de um ranking que analisou os investimentos verdes de 60 países distribuídos por todos os continentes. O ranking – Global Green Economy Index 2014 – foi elaborado pela consultora internacional Dual Citizens e elegeu a Suécia como o país que apresenta a melhor performance rumo a uma economia mais sustentável.
Lançado em 2010, o índice elabora dois rankings simultâneos: o de performance, que analisa o que realmente os países fazem para alcançarem uma economia mais verde, e o de perceção, que é baseado numa investigação com especialistas e personalidades do setor e que demonstra a visão dos mesmos sobre as nações que compõem a lista.
A elaboração do ranking de performance utiliza 32 indicadores para avaliar os 60 países, tendo em conta aspetos como mercados e investimentos, liderança em alterações climáticas, setores eficientes e capital natural e ambiental.
No ranking de performance, Portugal ocupa o 15º lugar, que é encabeçado pela Suécia e logo depois pela Noruega. Já no Ranking de perceção, Portugal ocupa o 40º lugar.
Embora não seja fidedigno, o ranking de perceção revela que existem países, principalmente os mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, Japão, Reino Unido ou a China, que são considerados mais sustentáveis do que realmente são.
Se, por um lado, denotam os autores do estudo, é um problema que estas nações sejam consideradas mais sustentáveis do que são na realidade, por outro, estes países podem utilizar as suas reputações verdes para melhorar a sua performance sustentável, já que as suas “economias domésticas são já encaradas como atrativas para o investimento verde”, lê-se no estudo.
20 primeiros lugares do Ranking de Performance:
1.Suécia
2.Noruega
3.Costa Rica
4.Alemanha
5.Dinamarca
6.Suíça
7.Áustria
8.Finlândia
9.Islândia
10.Espanha
11.Irlanda
12.Nova Zelândia
13.França
14.Colômbia
15.Portugal
16.Peru
17.Quénia
18.Brasil
19.Chile
20.Reino Unido
Fonte: Green Savers


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Primeiros insectos surgiram há 480 milhões de anos

O INSTALADOR Sexta-Feira, 7 de Novembro de 2014

Os primeiros insectos que habitaram a Terra tiveram origem há cerca de 480 milhões de anos e 80 milhões de anos depois desenvolveram a sua capacidade de voar. A informação é dada por uma investigação publicada na Revista Science.

Na investigação participaram mais de cem investigadores de 16 países, incluindo cinco peritos da organização para a Investigação Industrial e Científica da Commonwealth da Austrália.

«A nossa investigação mostra que os insectos tiveram origem ao mesmo tempo que as primeiras placas terrestres, há uns 480 milhões de anos», disse o director da Colecção Nacional Australiana de Insectos, David Yeates, num comunicado da organização.

O mesmo responsável acrescentou que os «primeiros insectos, provavelmente, seriam parecidos com as actuais traças».

Depois, disse, há 400 milhões de anos, os insectos começaram a desenvolver a capacidade de voarem.

A investigação foi liderada pelo cientista alemão Bernhard Misof e confirma que a crise na biodiversidade desencadeou extinções massivas de outros grupos de seres vivos como os dinossauros e que os insectos sobreviveram às diversas situações adaptando-se.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

E-livro da semana "O impacto da urbanização na biodiversidade" ONU, 2014

Livro lançado pela ONU com dados importantes sobre o crescimento urbano foi publicado em português com o apoio do MMA

Até 2050, estima-se que 6,3 bilhões de pessoas viverão nas cidades em todo o mundo, número que representa um aumento de 3,5 bilhões em relação aos dados de 2010.

Este é considerado o maior e mais rápido período de expansão urbana da história da humanidade, segundo considerações do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, no prefácio do livro “Panorama da Biodiversidade nas Cidades – Ações e Políticas – Avaliação global das conexões entre urbanização, biodiversidade e serviços ecossistêmicos” (clique para baixar em pdf), que acaba de ser publicado em português com o apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

De acordo com o titular da ONU, as novas demandas transformarão a maioria das paisagens, tanto as naturais quanto as edificadas. “O crescimento urbano terá impactos significativos sobre a biodiversidade, os habitats naturais e muitos serviços ecossistêmicos dos quais depende a nossa sociedade”, alerta Ban Ki-moon, enfatizando que os desafios da urbanização são profundos, mas também representam oportunidades.

Ocorre que as cidades, segundo a própria ONU, têm um grande potencial de gerar inovações e instrumentos de governança e, portanto, podem “e devem” assumir a liderança no desenvolvimento sustentável.

OLHO NO FUTURO

Os textos do livro de 70 páginas trazem uma avaliação global dos vínculos entre a urbanização, a biodiversidade e os serviços ecossistémicos, elaborados por mais de 75 cientistas e formuladores de políticas de diversas partes do mundo.

A publicação sintetiza como a urbanização afeta a biodiversidade e os serviços ecossistémicos, além de apresentar as melhores práticas e lições aprendidas, com informações sobre como incorporar os temas da biodiversidade e serviços ecossistémicos às agendas e políticas urbanas.

Para o secretário-executivo da CDB, Bráulio de Souza Dias, entre os principais objetivos do “Panorama da Biodiversidade nas Cidades – Ações e Políticas” está o de servir como a primeira síntese global de pesquisas científicas sobre como a urbanização afeta a biodiversidade e a dinâmica ecossistémica.

O livro apresenta uma visão geral, com análise e resposta a lacunas de conhecimento em nossa compreensão sobre processos de urbanização e seus efeitos sobre os sistemas socioambientais e aborda maneiras como a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos podem ser geridos e restaurados de formas inovadoras para reduzir a vulnerabilidade das cidades à mudança do clima e outras perturbações.

Ainda segundo Souza Dias, o conteúdo serve como referência para os tomadores de decisões e formuladores de políticas, no que tange aos papéis complementares de autoridades nacionais, subnacionais e locais na preservação da biodiversidade. “Nosso mundo está cada vez mais urbano e as cidades, seus habitantes e governos, podem, e devem, assumir a liderança na promoção de uma gestão mais sustentável dos recursos vivos do nosso planeta”, explica.

O subsecretário geral da ONU e diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, avalia que as cidades abrigam um celeiro de inovações e novas ideias, além de exercerem um papel essencial na conservação da biodiversidade, “proporcionando oportunidades excelentes para fazermos a transição para uma economia verde inclusiva no mundo em desenvolvimento e desenvolvido”.

domingo, 23 de novembro de 2014

Dead Can Dance - Song of the Stars (Pina Bausch version)

“Não me interesso em como as pessoas se movem, mas o que as move” * Pina Bausch

E-Livro: Trilogia de Aarhus


Trilogia Aarhus by João Soares on Scribd


Livro digital que constitui o registo documental de algumas das intervenções produzidas na Conferência «A trilogia de Aarhus: os direitos à informação, à participação e à justiça ambiental», realizada no dia 23 de Outubro de 2014 na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, sob a égide do ICJP.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O Carvalho - A Árvore das Árvores (documentário)


O Carvalho - A Árvore das Árvores ( The Tree of Trees )
"A floresta é uma grande contadora de histórias, um labirinto que intriga a imaginação. O imponente Carvalho surge majestoso, retorcido, firme e cheio de nobreza.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Um engenhoso apartamento em Paris com apenas 8m2

É no 7º andar de um edifício na cidade de Paris onde podemos encontrar este pequeno apartamento com apenas 8m2. O espaço foi totalmente transformado pela empresa de design de interiores, "Kitoko Studio", que planeou tudo minuciosamente, para conceber um espaço flexível, ultra-funcional e uma óptima opção para evitar a subida de preço dos imóveis na capital francesa.

Como reaproveitar garrafão de água de 5 litros

Os garrafões de água, aqueles de cinco litros, são geralmente comprados e depois simplesmente descartados quando a água acaba. Mas eles são grandes e resistentes. Sendo assim, por que não utilizar a criatividade para encontrar destinos úteis a eles? Além de tudo, essa é uma maneira de ajudar o planeta e o meio ambiente.

O artesanato não só é uma prática sustentável. Por meio dele, é possível se distrair e ocupar o tempo vago. Mas vai além. Com o artesanato é possível criar muitos objetos que podem enfeitar sua casa ou escritório e serem muito úteis no dia a dia. Veja a seguir essa ideia simples, barata, rápida e muito prática:

Passo a passo para transformar garrafão de água em algo útil

Os materiais necessários são:
Garrafão de água de cinco litros
Tesoura
X-Acto
Cola quente
Retalho de tecido
Cordões coloridos e resistentes

Como fazer:
1º passo: o garrafão tinha água dentro, então seque-o bem para poder realizar este passo a passo.

2º passo: com o X-acto, corte uma parte do garrafão. Retire a parte superior, aquela em que está localizada a tampa. Corte com cuidado e capricho para ficar reto e sem rebarbas.

3º passo: agora, pegue o retalho de tecido. Com a tesoura, corte-o de maneira a formar uma fina faixa para circular todo o garrafão. Aqui você estará dando um acabamento bonito para o garrafão.

4º passo: com a cola quente, cole a fita na extremidade do garrafão. Corte se sobrar tecido.

5º passo: com a ponta da tesoura, faça quatro furos pequenos no garrafão, dois em um dos lados e dois em outro lado, oposto.

6º passo: nestes furos feitos acima, você vai encaixar os cordões coloridos. Coloque um em um dos furos. Para prender, dê um nó em uma das extremidades do cordão. A outra extremidade você vai encaixar no furo feito do lado oposto do galão. Faça novamente um nó para prender. Pronto, agora uma alça já está formada.

7º passo: repita todas as orientações do passo anterior para criar a segunda alça. Feito isso, está pronta sua sacola feita com garrafão de água.

Fonte: Reciclagem no meio ambiente

terça-feira, 18 de novembro de 2014

10 blogues de pedagogia

Roald Dahl - Matilda


10 blogues de pedagogia
Cool Cat Teacher Blog: Como usar as tecnologias digitais na sala de aula?
The Innovative Educator: Métodos e técnicas de ensino
The Next Generation of Educational Leadership: Um blog sobre professores para professores
2 Cents Worth: Métodos e técnicas de ensino
Education Innovation: Criatividade e inovação na sala de aula
Ozge Karaoglu’s Blog: Instrumentos e estratégias para ensinar melhor
Teaching Ideas and Resources: Dicas e sugestões para melhorar o desempenho do professor
Teacher Reboot Camp: Estratégias de liderança na escola e na sala de aula
Free Resources for Education: Recursos educativos e didácticos
Andrew B. Watt’s Blog: Debate sobre as tecnologias digitais que melhor resultam no ensino
Os blogues são ferramentas de autoformação usadas por cada vez mais professores. Há milhares de blogs de professores em língua inglesa. Espreite estes e coloque-os nos favoritos ou na sua página do Google Reader.

Estes e muitos mais blogues sobre pedagogia encontram-se no meu dossiê Educação- Ensino 


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Fotopoema do dia- How to build a butterfly



Amar é arriscar. Tudo.O amor é algo extraordinário e muito raro. Ao contrário do que se pensa não é universal, não está ao alcance de todos, muito poucos o mantêm aqui. Chama-se amor a muita coisa, desde todos os seus fingimentos até ao seu contrário: o egoísmo. A banalidade do gosto de ti porque gostas de mim é uma aberração intelectual e um sentimento mesquinho. Negócio estranho de contabilidade organizada. Amar na verdade, amar, é algo que poucos aguentam, prefere-se mudar o conceito de amor a trocar as voltas à vida quando esta parece tão confortável. Amar é Arriscar. Tudo. Amar é dar a vida a um outro. A sua. A única. Arriscar tudo. Tudo. A magnífica beleza do amor reside na total ausência de planos de contingência. Quando se ama, entrega-se a vida toda, ali, desprotegido, correndo o tremendo risco de ficar completamente só, assumindo-o com coragem e dando um passo adiante. Por isso a morte pode tão pouco diante do amor. Quase nada. Ama-se por cima da morte, porquanto o fim não é o momento em que as coisas se separam, mas o ponto em que acabam. Não é por respirar que estamos vivos, mas é por não amar que estamos mortos. De pouco vale viver uma vida inteira se não sentirmos que o mais valioso que temos, o que somos, não é para nós, serve precisamente para oferecermos. Sim, sem porquê nem para quê. Sim, de mãos abertas. Sim... porque, ainda além de tudo o que aqui existe, há um mundo onde vivem para sempre todos os que ousaram amar... 

José Luís Nunes Martins, in 'Filosofias - 79 Reflexões'

domingo, 16 de novembro de 2014

Patti Smith- Dancing Barefoot


Patti Smith a rainha deste tema. Um dos temas mais apaixonantes, mais encantadores de toda a era rock. Não admira que tenha inspirado outras bandas. Leva-nos "acima da gravidade". Não é isso a paixão?

She is benedictionShe is addicted to theeShe is the root connectionShe is connecting with he
Here I go and I don't know whyI fell so ceaselesslyCould it be he's taking over me
I'm dancing barefootHeading for a spinSome strange music draws me inMakes me come on like some heroine
She is sublimationShe is the essence of theeShe is concentrating on heChosen by she
Here I go and I don't know whyI spin so ceaselesslyCould it be he's taking over me
I'm dancing barefootHeading for a spinSome strange music draws me inMakes me come on like some heroine
She is re-creationShe, intoxicated by TheeShe has the slow sensation thatHe is levitating with she
Here I go and I don't know whyI spin so ceaselesslyTill I lose my sense of gravity
Oh God, I fell for You
The plot of our life sweats in the dark like a faceThe mystery of childbirth, of childhood itselfGrave visitationsWhat is it that calls to us?
Why must we pray screaming?Why must not death be redefined?We shut our eyes, we stretch out our armsAnd whirl on a pane of glass
An afixiation, a fix on anythingThe line of life, the limb of a treeThe hands of he and the promise that sheIs blessed among women
Oh God, I fell for You

sábado, 15 de novembro de 2014

Música do BioTerra: Killing Joke - Adorations






Courage and Cowards move, heroes to ecstasy

Welcomes of war and wounds, vigil and vitcory
Structures of atoms dance, sugar towards the taster,
Prey to the predator, love as we're falling down

Through light and laughter flow, to dirge and death we go,
Mindless processions move, lanterns of burning towns,
Welcome to fray and feast, bliss in all sorrows found,
Rhythms and random moves and waves of revelation.

Patterns I'm finding
As pain and joy and sorrow mingle.
Patterns we're finding
Our faces raised in adorations.

Deserts are paradise, awake to genocides.
Delight and suffering, these roles that we have found
Nourished by food we eat, hungered by waste excrete
From apes or sons of god, let every act be sacred.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Documentário - A Vida das Plantas


A incrível superação das plantas selvagens é o foco deste documentário. Através de imagens belíssimas, 'A Vida das Plantas' mostra-nos como estas plantas conseguem sobreviver em territórios adversos. Apesar dos esforços do Homem para as destruir, muitas desenvolvem-se em ambientes instáveis e imprevisíveis. Este documentário revela os incríveis segredos que estas plantas escondem e que farão com que elas ainda prosperem durante muito tempo.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A urgência de refundar a ética e a moral

Por Leonardo Boff, 27/10/14
Colorado River Delta- Near San Felipe, Baja, Mexico, 2011. This capture shows landscapes where water is in short supply, and focuses on arid regions near the Gulf of Mexico and the Colorado River delta, where water diversion has caused desertification.

Uma das demandas maiores atualmente nos grupos, nas escolas, nas universidades, nas empresas, nos seminários de distinta ordem é a questão da ética. As solicitações que mais recebo são exatamente para abordar este tema.
Hoje ele é especialmente difícil, pois não podemos impor a toda a humanidade a ética elaborada pelo Ocidente na esteira dos grandes mestres como Aristóteles, Tomás de Aquino, Kant e Habermas. No encontro das culturas pela globalização somos confrontados com outros paradigmas de ética. Como encontrar para além das diversidades, um consenso ético mínimo, válido para todos? A saída é buscar na própria essência humana, da qual todos são portadores, o seu fundamento: como nos devemos nos relacionar entre nós seres pessoais e sociais, com a natureza e com a Mãe Terra. A ética é da ordem prática, embora se embase numa visão teoricamente bem fundada. Se não agirmos nos limites de um consenso mínimo em questões éticas, podemos produzir catástrofes sócio-ambientais de magnitude nunca antes vista.
Vale a observação do apreciado psicanalista norte-americano Rollo May que escreveu:”Na atual confusão de episódios racionalistas e técnicos perdemos de vista e nos despreocupamos do ser humano; precisamos agora voltar humildemente ao simples cuidado; creio, muitas vezes, que somente o cuidado nos permite resistir ao cinismo e à apatia que são as doenças psicológicas do nosso tempo”(Eros e Repressão, Vozes 1973 p. 318, toda a parte 318-340).
Tenho me dedicado intensamente ao tema do cuidado (Saber Cuidar,1999; O cuidado necessáro, 2013 pela Vozes). Segundo o famoso mito do escravo romano Higino sobre o cuidado, o deus Cuidado teve a feliz ideia de fazer um boneco no formato de um ser humano. Chamou Jupiter para lhe infundir espírito, o que foi feito. Quando este quis impor-lhe um nome, se levantou a deusa Terra dizendo que a tal figura foi feita com o seu material e assim teria mais direito de dar-lhe um nome. Não se chegou a nenhum acordo. Saturno, o pais dos deuses, foi invocado e ele decidiu a questão chamando-o de homem que vem de húmus, terra fértil. E ordenou ao deus Cuidado: “você que teve a ideia, cuidará do ser humano por todos os dias de sua vida”. Pelo que se vê, a concepção do ser humano como composto de espírito e de corpo não é originária. O mito diz:”O cuidado foi o primeiro que moldou o ser humano”.
O cuidado, portanto, é um a priorii ontológico, explicando: está na origem da existência do ser humano. Essa origem não deve ser entendida temporalmente, mas filosoficamente, como a fonte de onde permanentemente brota a existência do ser humano. Temos a ver com uma energia amorosa que jorra ininterrruptamente, em cada momento e em cada circunstância. Sem o cuidado o ser humano continuaria uma porção de argila como qualquer outra à margem do rio, ou um espírito angelical desencarnado e fora do tempo histórico.
Quando se diz que o deus Cuidado moldou, por primero, o ser humano visa-se a enfatizar que ele empenhou nisso dedicação, amor, ternura, sentimento e coração. Com isso assumiu a responsabilidade de fazer com que estas virtudes constituissem a natureza do ser humano, sem as quais perderia sua estatura humana. O cuidado deve se transformar em carne e sangue de nossa existência.
O próprio universo se rege pelo cuidado. Se nos primeiros momentos após o big bang não tivesse havido um sutilíssimo cuidado de as energias fundamentais se equilibrararem adequadamente, não teriam surgido a matéria, as galáxias, o Sol, a Terra e nós mesmos. Todos nós somos filhos e filhas do cuidado. Se nossas mães não tivessem tido infinito cuidado em nos acolher e alimentar, não saberíamos como deixar o berço e buscar nosso alimento. Morreríamos em pouco tempo.
Tudo o que cuidamos também amamos e tudo o que amamos também cuidamos.
Junto com o cuidado nasce naturalmente a responsabilidade, outro princípio fundador da ética universal. Ser responsável é cuidar que nossas ações não sejam maléficas para nós e para os outros mas, ao contrário, sejam benéficas e promovam a vida.
Tudo precisa ser cuidado. Caso contrário se deteriora e lentamente desaparece. O cuidado é maior força que se opõe à entropia universal: faz as coisas durarem muito mais tempo.
Como somos seres sociais, não vivemos mas convivemos, precisamos da colaboração de todos para que o cuidado e a responsabilidade se tornem forças plasmadores do ser humano. Quando nossos ancestrais antropoides iam em busca de alimento, não o comiam logo como fazem, geralmente, os animais. Colhiam-no e o levavam ao grupo e cooperativa e solidariemanete comiam juntos, começando pelos mais jovens e os idosos e em seguida os demais. Foi essa cooperação que nos permitiu dar o salto da animalidade para a humanidade. O que foi verdadeiro ontem, continua sendo verdadeiro também hoje. É o que mais nos falta no mundo que se rege mais pela competição do que pela cooperação. Por isso somos insensíveis face ao sofrimento de milhões e mihões de pessoas e deixamos de cuidar e de nos responsabilizar pelo futuro comum, de nossa espécie e da vida no planeta Terra.
Importa reinventar esse consenso mínimo ao redor desses princípios e valores se quisermos garantir nossa sobrevivência e de nossa civilização.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

A escravidão no Brasil em fotos reais inéditas

A escravidão brasileira retratada em fotos inéditas de um período vergonhoso de nossa história.FOTOS DO INSTITUTO MOREIRA SALLES. 
Músicas : ''Retirantes'' (Dorival Caymmi) e ''Negro Rei'' (Cidade Negra)

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Shelley Sacks on Art, Social Sculpture and Creating a Sustainable World


We'll explore with Shelley Sacks how socially engaged artistic processes can help individuals and communities find new ways of engaging with the world to create a more sustainable future. Plus, we'll find out more about two of her key projects - University of the Trees, and Exchange Values.

Shelley Sacks works internationally in connective practices and social sculpture, exploring the relationship between imagination and transformation, the individual and community, and rethinking responsibility as an ability-to-respond. She leads a master’s and doctoral program in social sculpture at Oxford Brookes University, where she is Professor of Social Sculpture and Interdisciplinary Arts, and Director of the Social Sculpture Research Unit.

She is the co-author of the recently released Atlas of the Poetic Continent: Pathways to Ecological Citizenship.

Projectos de Shelley Sacks

sábado, 8 de novembro de 2014

Röyksopp & Robyn "Monument"


So when the time comes, I can say I did it all with love.'

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Documentário - Montado: Sistema Regenerativo Agro-Silvopastoril em Portugal


Filmado na Herdade Freixo do Meio, Alentejo, em Setembro 2021.
Documentário com entrevista a Alfredo Cunhal Sendim, produzido no contexto do projecto europeu de formação em práticas agroecológicas TRAECE

O Montado é tão ancestral quanto pouco compreendido. A sustentabilidade de um ecossistema é o limiar, o limbo e o limite antes de uma cultura de destruição, como tem sido a cultura agrícola humana. O montado é um exemplo disso, desse limite necessário para a sobrevivência da vida, mantido ao extremo.
O plano do visionário Alfredo Sendim da Herdade Freixo do Meio é extender o montado à floresta, integrar a vida selvagem e procurar sair desse limbo redutor da sustentabilidade e criar floresta mediterrânea para os tempos que virão. 
Este filme é uma curta e intensa aula em ecologia e agroecologia mediterrânea com capacidade para mudar olhares sobre a paisagem que habitamos.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Genomas de 3000 variedades de arroz tornados públicos

Há quem goste dele branco, outros cozinham-no com tomate ou feijão e há ainda quem prefira o chau-chau. Cultivado em quase todos os cantos do mundo, necessita de água em abundância. Agora, a equipa internacional de cientistas do Projecto 3000 Genomas do Arroz sequenciou, como o nome indica, os genomas de 3000 variedades de arroz, de 89 países, e divulgou os resultados numa base de dados de acesso livre a todos, associada à revistaGigaScience.

Grãos de diversas variedades de arroz INSTITUTO INTERNACIONAL DE INVESTIGAÇÃO DO ARROZ
Mais de 1/8 da população mundial vive em condições de extrema pobreza e fome e a população mundial continua a crescer (somos hoje mais de 7000 milhões e estima-se que sejamos 9.600 milhões em 2050), pelo que os cientistas procuram fazer melhoramentos nas plantas alimentares, tornando-as, por exemplo, mais resistentes à seca e às pragas. “Por volta de 2030, a produção de arroz mundial terá de aumentar pelo menos em 25%, para acompanhar o crescimento populacional global e a procura [de alimentos]”,diz o artigo científico que acompanha os 3000 genomas.

É neste contexto que se insere o Projecto 3000 Genomas do Arroz, uma colaboração entre a Academia Chinesa de Ciências Agrárias, o Instituto Internacional de Investigação do Arroz e o BGI (um grande instituto chinês dedicado à genética) e que foi financiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia da China e pela Fundação Bill e Melinda Gates.

A primeira descodificação do genoma do arroz data de 2005, no âmbito de um projecto internacional: utilizou-se a subespécie de arroz Oryza sativa japonica. Agora ao olhar para tantas variedades desta planta, o seu retrato fica mais completo. “[Estes dados] servem para compreender a diversidade genética da Oryza sativa em grande pormenor. Com a divulgação dos dados da sequenciação, o projecto apela à comunidade ligada ao arroz para tirar partido desta informação e criar uma base de dados global e pública sobre a genética do arroz e melhorar as tecnologias de cultivo”, lê-se no artigo.

Neste projecto, recolheram-se amostras de cada uma das 3000 variedades da espécie Oryza sativa e depois os seus genomas foram sequenciados. A colocação gratuita desta informação na base de dados GigaDB pretende contribuir para melhorar a segurança alimentar a nível global, especialmente nas zonas mais pobres do mundo, e ainda reduzir o impacto ambiental das práticas agrícolas no ambiente, sublinha um comunicado de imprensa da revista.

Os dados obtidos confirmam que, na espécie Oryza sativa, as variedades se podem agrupar em cinco grandes grupos do ponto de vista genético: índica, “aus/boro”, “basmati/sadri”, japónica tropical e japónica temperada.

“O arroz é o alimento básico para a maioria dos povos asiáticos e o seu consumo está a aumentar em África”, refere Zhikang Li, director do projecto na Academia Chinesa de Ciências Agrárias. “Com a diminuição dos recursos (água e terra), a segurança alimentar é – e será – é o maior desafio nesses países, tanto agora como no futuro”, acrescenta.

“O acesso às sequências de 3000 genomas de arroz vai acelerar tremendamente a capacidade dos programas de cultivo para superar os obstáculos principais que a humanidade enfrentará no futuro próximo”, reforça Robert Zeigler, director geral do Instituto Internacional de Investigação do Arroz.

Texto editado por Teresa Firmino

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Fábrica em Famalicão produz botões à base de borra de café

Botões à base de borra de café são a mais recente inovação de uma fábrica em Famalicão líder mundial naquele sector e que se prepara para mostrar em Xangai aquele seu novo produto ecológico, informou hoje o administrador. 
Em declarações à Lusa, o administrador da Louropel, Avelino Rego, explicou que a borra de café constitui 70 por cento do botão, sendo o restante uma resina reciclada de poliéster polimerizado, que serve de cola e que dá consistência à peça. "O botão fica, naturalmente, com cheiro a café", acrescentou. 
Nesta fase inicial, a borra está a ser recolhida apenas em "quatro ou cinco cafés" da região. "Em vez de ir para o lixo, como acontecia até aqui, a borra é guardada e depois utilizada na produção de botões", acrescentou Avelino Rego. Disse ainda que a Louropel já foi contactada por uma empresa que se manifestou interessada em fornecer "grandes quantidades", se tal se justificar. Os botões à base de borra de café já estão a ser "dados a (a)provar a clientes e estilistas, mas a "grande rampa de lançamento" poderá estar numa feira que decorrerá a partir de 20 de outubro em Xangai, na China. 
A Louropel produz atualmente 12 milhões de botões por dia, sendo que os botões ecológicos já representam 25 por cento do total. Nesta produção ecológica, a empresa já incorpora produtos naturais e reciclados como papel, farinha de sêmola, algodão, pó de corozo, leite em pó, pó de corno natural, serradura de madeira, folha de madeira natural, fécula de batata, cânhamo, cortiça e outros vegetais. 
Marcas e estilistas do mundo da moda internacional como Giorgio Armani, Valentino, Hugo Boss, Zara, Massimo Dutti, Ralph Lauren, Lacoste, Adolfo Dominguez, Shicha, Kenzo, Ted Baker e Tommy Hilfiger figuram entre os clientes da Louropel, cujos botões são vendidos em 25 países. A empresa tem como principais mercados a Europa e os Estados Unidos da América, mas também exporta para a Ásia, Brasil e Austrália. Em 2013, faturou 14 milhões de euros. Tem perto de 250 trabalhadores, sendo a carga salarial mensal de cerca de 250 mil euros. [Fonte: SIC Notícias]

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Cronobiologia

A descrição escrita de ritmos biológicos data, pelo menos, da Antiguidade Clássica. As primeiras descrições dizem respeito a plantas, que ora levantam as folhas, ora as deixam cair, ora abrem a corola, ora a fecham, ora emitem odores, ora não, de acordo com as horas. Quanto aos animais, são seguramente muito antigas, também, as observações de ritmos de comportamento, sendo um dos mais evidentes a alternância sono/vigília, mas também a alternância de períodos férteis/inférteis e a migração em certas épocas do ano.

Estas e muitas outras constatações, incluindo dados da nossa própria experiência pessoal, eram altamente sugestivas da existência de relógios nos nossos organismos (relógios endógenos). A descoberta destes relógios, e conhecimento dos respectivos mecanismos, só pôde ser feita nas últimas décadas, com a disponibilidade das metodologias e conhecimento biológico adequados. Consistem, em geral, na oscilação na expressão de certos genes que, aumentando, leva ao aumento da concentração da respectiva proteína que, por sua vez, ao atingir determinado valor leva à frenação da actividade do gene; deixa de se sintetizar a proteína que, ao ser degradada, a certa altura permite, de novo, a actividade do gene. E repete-se o ciclo.

Assim, sabemos que temos efectivamente relógios endógenos, em vários tecidos do organismo, havendo um relógio central, que tenta manter a sintonia do conjunto, no sistema nervoso central (núcleo supraquiasmático, no hipotâlamo). Na realidade, todos os seres vivos na terra estão adaptados aos ciclos correspondentes aos movimentos da terra em torno do seu eixo, que marcam o dia de 24 horas, com a sucessão dia-noite (ritmos circadianos).

Outros fenómenos fisiológicos relacionam-se com o movimento da lua em torno da terra, que marca o mês lunar, e da terra em torno do sol, que marca as estações do ano. Os relógios endógenos permitem aos seres vivos anteciparem a necessidade de preparação para determinadas actividades, as que as condições do ambiente vão permitir. Este poder de antecipação tem também vantagens económicas, pois permite a activação de sistemas (enzímicos, celulares, organísmicos) quando vão ser necessários, restando num nível de actividade muito mais baixo fora desses períodos.

Um aspecto muito interessante e importante do funcionamento dos relógios biológicos é o que diz respeito ao seu acerto por sinais externos, um dos sinais mais importantes sendo a luz (solar, que indica o dia), mas também, por exemplo, a ingestão alimentar. Sem qualquer informação do ambiente (quando se põem as pessoas numa cave sem luz natural, sem relógios, e sem qualquer indicação do que se passa lá fora), a duração dos ciclos vai-se alongando: em cada dia as pessoas adormecem cerca de uma hora mais tarde, e a certa altura estão completamente fora do ciclo habitual. Ou seja, os relógios que marcam o ritmo circadiano (de circa diem – cerca de um dia) são diariamente acertados pelos sinais do ambiente.

Até há relativamente pouco tempo, o Homem, tal como ainda acontece com a generalidade dos seres vivos, teve o seu tempo em sincronia com o tempo natural: de noite dormia, pois não via o suficiente para trabalhar, e de dia andava lá fora (a procurar comida, parceiro, a passear). A conquista tecnológica foi criando condições para se sair desse ritmo natural.

Mas a organização social e, também, as opções das pessoas, levaram a que, neste momento, muita gente viva sem qualquer respeito pelas necessidades temporais biológicas. São exemplo disso as deslocações frequentes ao longo de vários fusos horários (provocando o que se designa por “jet-lag”), o trabalho por turnos oscilando frequentemente entre turnos diários e turnos nocturnos, a prática de horários completamente desadequados ao cronotipo de cada um (há, como todos sabemos, os madrugadores e os noctívagos). O cronotipo pode variar com a idade (os adolescentes raramente são madrugadores). E enquanto perturbações agudas dos ritmos causam mal-estar (tipo “jet-lag”: sono e cansaço quando se está a trabalhar, dificuldade em dormir quando se quer dormir), os efeitos deste tipo de práticas, ao longo do tempo, podem ser muito nocivos para a saúde.
*Directora do serviço de Bioquímica da Faculdade de Medicina e ex-vice-reitora da Universidade do Porto 

domingo, 2 de novembro de 2014

Perfume Genius - 'Queen' (Official Video)


Impressionante a quantidade de boa música com origem em Seattle. Para quem não conhece, recomendo Mike Hadreas,conhecido na indústria musical como Perfume Genius… 

Obrigado, António Almeida

sábado, 1 de novembro de 2014

Encontros Improváveis: Fernando Pessoa e Leonard Cohen - Avalanche


“Nas entressombras de arvoredo 
 Onde mosqueia a incerta luz 
 E a noite ocupa a medo 
O incerto espaço em que transluz…” - Fernando Pessoa