sábado, 25 de março de 2023

Enquanto famílias sofrem, Banca alarga lucros e engrossa os bolsos

Os cinco maiores bancos a operar em Portugal tiveram lucros 2.583 milhões de euros em 2022, mais 1000 milhões de euros do que em 2021. Um contraste brutal face ao empobrecimento das famílias.


Termos como «comissões bancárias», «euribor» e «spread» têm sido aspectos com que as famílias estão confrontadas. Todos os dias o aumento do custo de vida tem sido debatido sem que isso seja acompanhado pela avaliação de quem ganha com tudo isto.

A realidade, no entanto, quando acompanhada pelos números poderá revelar quem tem ganho, e os números da Banca não fogem à regra. Segundo contas feitas pela Agência Lusa, os cinco maiores bancos que operam em Portugal obtiveram lucros agregados de 2.583 milhões de euros em 2022, mais 1.000 milhões de euros do que em 2021.

A Caixa Geral de Depósitos arrecadou lucros de 843 milhões de euros em 2022, mais 45% do que em 2021. O Santander Totta foi o segundo banco com melhores resultados positivos em 2022 de 606,7 milhões de euros, mais 90% do que no ano anterior e o melhor resultado da sua história. O Novo Banco triplicou os lucros e em 2022 esses ascenderam a 560,8 milhões de euros depois de em 2021 ter tido pela primeira vez resultados positivos, de 184,5 milhões de euros. Já o BCP subiram 50% para 207,5 milhões de euros e os do BPI cresceram 19% para 365 milhões de euros.

Enquanto os bancos lucram e distribuem dividendos, quem trabalha tem visto o seu salário perder cada vez mais valor real. A título de exemplo, o salário médio por trabalhador diminui 4,0% em termos reais em 2022. Esse mesmo ano viu a maior subida anual de preços de bens e serviços de consumo dos últimos 30 anos, reflectida numa inflação que se fixou nos 8,1%, já o Salário Mínimo Nacional em 2023 aumentou apenas 7,8%, fixando-se no 760 euros.

Bom bom é sermos pobres. Somos o 7.º país com menor PIB per capita da UE, muito longe da média europeia.

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