quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Filosofia e religião: o que é arte mandala?

A arte mandala é conceituada em práticas espirituais dos Hindus, Budistas, Taoístas, Cristãos, no Japão medieval (Shintō) e entre os Nativos Norte-Americanos. O seu desenho é constituído por formas geométricas, símbolos e cores que se combinam. Além disso a arte mandala tem objetivos sagrados e outros significados que promovem a junção de amor, cura e natureza.


Significado da Mandala
A palavra mandala significa círculo em sânscrito e é considerada como um símbolo de cura e espiritualidade. Para os hinduístas e budistas, a mandala ajuda na concentração da prática meditativa e é comum encontrá-la nos templos dessas religiões.

As mandalas tibetanas são feitas em areia e requerem um longo tempo de preparação. Não há um padrão de decoração para o interior das mandalas e por isso, há mandalas que trazem a figura de Buda, enquanto outras mostram apenas figuras geométricas.

No Cristianismo, encontramos mandalas nos vitrais góticos.
 
Uma antiga lenda indígena conta que uma mãe não conseguia que seu filho dormisse à noite.

Por isso, procurou ajuda da curandeira da tribo que a recomendou fazer um círculo com um labirinto dentro e o pendurasse. A mãe o fez e a criança pôde dormir tranquila, pois os sonhos maus ficaram presos no emaranhado de linhas.

Portanto os nativos norte-americanos acreditam que a mandala tenha o poder de proteger e afastar os maus sonhos e espíritos malignos. Por isso, também recebe o nome de filtro dos sonhos.

O que a filosofia diz sobre o termo mandala?
Na filosofia, esse termo é caracterizado como um diagrama que é composto de formas geométricas concentradas (não é uma arte livre, o conformismo, o padrão é comum nesse tipo de arte).

Nas práticas psicofísicas do hinduísmo e do budismo como, ioga e tantrismo, esse termo é utilizado como uma representação, um ponto focal para meditação e concentração do ser humano.

Justamente por isso que a arte mandala se propõe a designar um fluxo de pensamento. Oferecendo um estímulo baseando-se em conteúdo sagrado e espiritual; uma prática de meditação com cores, símbolos e significados.

Cada figura e cor representa aspectos inconscientes da pessoa. Alguns de seus significados são os seguintes:
  • Vermelho: paixão, sensualidade, força, poder e agressividade. Primeiro chakra.
  • Laranja: prazer, glória, vaidade, progresso e energia. Segundo chakra.
  • Amarelo: alegria, vontade e novidade. Terceiro chakra.
  • Verde: esperança, autocontrole e natureza. Quarto chakra.
  • Azul: tranquilidade, seriedade, respeito e comunicação. Quinto chakra.
  • Violeta: meditação, criatividade e oscilação. Sexto chakra.
  • Branco: paz, harmonia, bondade, delicadeza e timidez. Sétimo chakra.
  • Preto: profundidade, mistério, autoridade, dignidade, segurança, tristeza e luto.
  • Círculo: dinamismo e conexão com o cosmos.
  • Cruz: inconsciente e consciente, união do céu e da terra.
  • Triângulo: transformação e vitalidade.
  • Quadrado: estabilidade e equilíbrio.
  • Labirinto: busca do próprio centro.
Alguns símbolos comuns na mandala incluem:
  • Roda com oito raios - A natureza circular de uma roda funciona como uma representação artística de um universo perfeito. Os oito raios representam o Caminho Óctuplo do Budismo, um resumo das práticas que levam à libertação e renascimento.
  • Sino- Os sinos representam uma abertura e esvaziamento da mente para permitir a entrada de sabedoria e clareza.
  • Triângulo- Quando voltados para cima, os triângulos representam ação e energia, e quando voltados para baixo, representam a criatividade e a busca do conhecimento.
  • Flor de lótus- um símbolo sagrado no budismo, a simetria de uma lótus representa o equilíbrio. Assim como uma lótus sobe debaixo d’água para a luz, o mesmo acontece com um humano que busca o despertar espiritual e a iluminação.
  • Sol - Uma base popular para os padrões de mandala modernos, o sol tende a representar o universo, muitas vezes carregando significados relacionados à vida e à energia.
  • Resumindo, em termos mais religiosos ou extensões da psicologia, a mandala representa simbolicamente a luta pela unidade total do eu, o ponto central das emoções e o controle delas.
Afinal, qual é o objetivo da arte mandala?
A arte mandala tem como objetivo se designar a uma intenção sagrada. A nossa mente é intuitiva e nem sempre estão em sintonia com a situação real em que estamos vivendo.

Benefícios terapêuticos das mandalas
As mandalas foram reconhecidas pela psicologia como uma ferramenta terapêutica. O psicólogo suíço Carl Jung disse que são como representações da nossa mente. Ele achava que eles tornavam mais fácil para nós nos concentrarmos, transformarmos e internalizarmos as coisas inconscientes em nós. Ele também disse que projetamos o que pensamos e sentimos em mandalas.

Existem também vários ramos diferentes da psicologia que falaram sobre seus benefícios. A psicologia transpessoal vê as mandalas como uma espécie de exercício de conexão profunda. A psicologia cognitiva e comportamental a vê como uma ferramenta para melhorar coisas como memória, atenção, percepção e coordenação visomotora.

Existem algumas outras configurações em que as pessoas também usam mandalas. Por exemplo, as pessoas os usam em terapia ocupacional porque a estimulação cognitiva ajuda as pessoas a realizar as suas atividades diárias. As pessoas também os usam em ambientes educacionais para ajudar os alunos com concentração, atenção e disciplina.

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