terça-feira, 24 de março de 2020

Francisco Louçã assina carta com 300 economistas para pedir emissão de “coronabonds”

Economistas pedem solução europeia e conjunta para fazer face aos impactos do surto. "Covid-19 poderá destruir a zona euro"
Fonte: aqui

Isto é uma crise europeia, exige uma solução europeia”. O argumento é usado para apoiar a emissão de obrigações de dívida europeia durante a crise do Covid-19 e pode ler-se numa carta aberta dirigida ao Conselho Europeu e assinada por 300 economistas, entre os quais o português Francisco Louçã.

Na carta assinada pelo fundador do Bloco de Esquerda, mas também por nomes como Thomas Piketty e Mark Blyth, propõe-se a emissão de dívida conjunta para financiar o esforço de resposta ao Covid-19. Se tal não acontecer, argumenta Louçã, “o risco de grave recessão e de crise de dívida volta a impor-se”.

Os economistas defendem mesmo que a crise da Covid-19 poderá “destruir a zona Euro”, recordando que o Banco Central Europeu “afirmou que faria o que for necessário” e que “nenhum Estado membro deveria ter de recorrer a um bail-out ou assinar um novo memorando para acesso a fundos de emergência”. Por isso, e em tempo de “solidariedade”, os signatários da carta pedem um “instrumento comum de dívida” para mutualizar os custos, uma vez que o impacto do surto atingirá, expectavelmente, toda a Europa.

A proposta voltou a estar em cima da mesa esta semana, quando Angela Merkel admitiu, numa reunião extraordinária do Conselho Europeu, estudar soluções para partilhar os custos da crise a nível europeu - uma solução que foi discutida, mas nunca adotada, durante a crise económica que afetou principalmente os países do sul. Na terça-feira, como o Expresso noticiou, António Costa foi um dos defensores desta solução no encontro de líderes europeus da passada terça-feira.

Conforme noticiou a “Bloomberg”, esta hipótese começou por ser levantada pelo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte. A chanceler alemã terá assegurado que tinha pedido ao seu ministro das Finanças para analisar a situação, o que já é por si só uma novidade, uma vez que a Alemanha nunca tinha admitido a possibilidade de se recorrer a este instrumento.

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