quarta-feira, 17 de julho de 2019

Cientistas mostram como a agricultura biológica pode ajudar as abelhas do mel

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Uma equipa de investigadores demonstrou como é que as abelhas melíferas beneficiam de métodos agrícolas mais naturais. E de “ervas daninhas”.


As abelhas melíferas (Apis mellifera) não só fabricam mel que é aproveitado pelos humanos, mas são também um polinizador muito importante, porque se alimentam exclusivamente de néctar e de pólen.

Cientistas franceses compararam o comportamento e a vitalidade de abelhas num total de 60 apiários no Centro Oeste de França, ao longo de seis anos, e publicaram o resultado esta quarta-feira, no Journal of Applied Ecology.

Conclusão? Os enxames em locais de agricultura intensiva, mais convencional, “sofrem com o fornecimento menor de flores em Maio e Junho, quando as culturas de colza e de girassóis não estão a florescer”, indica um comunicado divulgado pelo Centro Nacional da Pesquisa Científica (CNRS, em francês), uma das três instituições francesas que realizaram o estudo.

Durante estes meses do final da Primavera, o que acontece é que “a recolha de pólen, a produção de mel e o crescimento das colónias abrandam.”

Mas nos locais de agricultura biológica, onde as abelhas conseguem ter mais recursos “devido especialmente à vegetação espontânea, injustamente chamada de ‘ervas daninhas'”, este efeito não se faz sentir com a mesma intensidade, descreve a equipa de investigadores do CNRS, do Instituto Nacional da Pesquisa Agrícola (Inra) e da Universidade de La Rochelle.

Em comparação com as colónias de abelhas em áreas cultivadas de forma convencional, as que viviam no meio de campos de agricultura biológica “ostentaram até mais 37% de ninhadas, mais 20% de abelhas adultas e mais 53% de mel suplementar” ao longo dos seis anos da pesquisa.


Efeitos únicos

Assim, acreditam os cientistas, “campos cultivados de forma biológica exercem efeitos únicos sobre a população de abelhas.”

Por exemplo, afirmam, o crescimento das ninhadas destinadas a serem abelhas obreiras pode resultar da maior diversidade de recursos de pólen e da menor mortalidade ligada aos pesticidas, nestas culturas. Já o aumento das reservas de mel será o reflexo da disponibilidade de mais espécies de flores melíferas, numa área também maior.

Tanto as abelhas como os abelhões são um dos grupos de insectos actualmente mais ameaçados de extinção, revelou a primeira revisão científica global sobre o declínio dos insectos, divulgada em Fevereiro passado.

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