domingo, 7 de maio de 2017

A origem esquecida do Dia da Mãe: A proclamação pacifista contra a guerra estava longe de ser a celebração comercial

Embora muitos acreditam que o Dia da Mãe é apenas mais um dia comercial, cuja origem é simplesmente atribuível ao desejo de estimular as vendas, a verdade é que foi uma proclamação anti-guerra e uma chamada para um congresso mundial de mães, que iniciou nos Estados Unidos no séc. XIX.

                                           

Estávamos em1870, quando a escritora americana Julia Ward Howe, uma ativista pioneira a favor do abolicionismo da escravidão e defensora dos direitos das mulheres, convocou todas as mães do mundo a revoltar-se contra  a guerra, numa proclamação pacifista dilacerante que ainda hoje mantém pleno vigor .

Na proclamação a escritora convocava para um Congresso Internacional das Mães que procuram promover alianças entre as diferentes nações e um arranjo socio-político sem belicismos nas questões internacionais. As boas intenções da primeira mulher eleita para a Academia Americana de Artes e Letras, em 1908, apenas iria conseguir no Congresso dos Estados Unidos, votado em 1914, a pedido do presidente Woodrow Wilson, a celebração anual do Dia das Mães.

A ideia tomou forma, mas nunca teve efeitos reais

A sua ideia de um congresso de mães, não conseguiu vê-lo como concretizada naqueles dias, escreveu que as mulheres "estão mais interessadas em promover o sufrágio das mulheres na elaboração de protesto das mulheres globais contra as crueldades da guerra".

Mas foi outra americana, Ana Jarvis, no Estado da Virgínia Ocidental, que iniciou a campanha para instituir o Dia das Mães. Em 1905 Ana, filha de pastores metodistas, perdeu sua mãe e entrou em grande depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a ideia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa. Ana quis que a festa fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas, com um dia em que todas as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães. A ideia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais.
Durante três anos seguidos, Anna lutou para que fosse criado o Dia das Mães. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas daquele estado. Rapidamente, outros estados norte-americanos aderiram à comemoração.
      
Finalmente, em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913-1921), unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi da própria Anna Jarvis. Em breve tempo, mais de 40 países adoptaram a data.

A proclamação original de Julia Ward ainda é material de estudo nos Estados Unidos.

2 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

(cá no íntimo
"adivinhava" isso)

João Soares disse...

Bom dia Rogério!
Sem dúvida, duas biografias muito relevantes! Foi uma investigação que me deu uma enorme satisfação fazê-la, com deves calcular. Um abraço muito amigo!