segunda-feira, 30 de junho de 2014

Excelente documentário: Quando a Europa salva os bancos, quem paga?



Excelente documentário do canal Arte de Junho de 2013 sobre os beneficiários dos resgates bancários na Europa - não, não foram os países nem sequer os cidadãos que com os seus impostos pagam estes regates. Trata-se de um documentário extremamente sóbrio e objectivo. Inclui entrevistas a vários ministros das finanças europeus, a ex-administradores de bancos (os actuais não dão entrevistas), a activistas, etc. Mostra quem realmente beneficiou dos resgates e mostra também as profundas consequências destes resgates.

Dossiê Austericídio foi actualizado.

domingo, 29 de junho de 2014

Macro Timelapse por Daniel Csobot


Daniel Csobot é um incrível cineasta e fotógrafo que conseguiu capturar estas lindas imagens mostrando a completa germinação de sementes. É um verdadeiro show da natureza! Seu trabalho foi, basicamente, tirar milhares de fotos, dia após dia, e juntá-las, formando o impressionante vídeo.

sábado, 28 de junho de 2014

Ou mudamos ou morremos, por Leonardo Boff

Hoje vivemos uma crise dos fundamentos de nossa convivência pessoal, nacional e mundial. Se olharmos a Terra como um todo, percebemos que quase nada funciona a contento. A Terra está doente e muito doente. E como somos, enquanto humanos também Terra (homem vem de humus=terra fértil), nos sentimos todos, de certa forma, doentes. A percepção que temos é de que não podemos continuar nesse caminho, pois nos levará a um abismo. Fomos tão insensatos nas últimas gerações que construimos o princípio de auto-destruição. Não é fantasia holywoodiana. Temos condições de destruir várias vezes a biosfera e impossibilitar o projeto planetário humano. Desta vez não haverá uma arca de Noé que salve a alguns e deixa perecer os demais. O destino da Terra e da humanidade coincidem: ou nos salvamos juntos ou sucumbimos juntos.
Agora viramos todos filósofos, pois, nos perguntamos entre estarrecidos e perplexos: como chegamos a isso? 
Como vamos sair desse impasse global? Que colaboração posso dar como pessoa individual?

Em primeiro lugar, há de se entender o eixo estruturador de nossas sociedades hoje mundializadas, principal responsável por esse curso perigoso. É o tipo de economia que inventamos. A economia é fundamental, pois, ela é responsável pela produção e reprodução de nossa vida. O tipo de economia vigente se monta sobre a troca competitiva. Tudo na sociedade e na economia se concentra na troca. A troca aqui é qualificada, é competitiva. Só o mais forte triunfa. Os outros ou se agregam como sócios subalternos ou desaparecem. O resultado desta lógica da competição de todos com todos é duplo: de um lado uma acumulação fantástica de benefícios em poucos grupos e de outro, uma exclusão fantástica da maioria das pessoas, dos grupos e das nações.

Atualmente, o grande crime da humanidade é o da exclusão social. Por todas as partes reina fome crônica, aumento das doenças antes erradicadas, depredação dos recursos limitados da natureza e um ambiente geral de violência, de opressão e de guerra.
Mas reconheçamos: por séculos essa troca competitiva abrigava a todos, bem ou mal, sob seu teto. Sua lógica agilizou todas as forças produtivas e criou mil facilidades para a existência humana. Mas hoje, as virtualidades deste tipo de economia estão se esgotando. A grande maioria dos países e das pessoas não cabem mais sob seu teto. São excluidos ou sócios menores e subalternos, como é o caso do Brasil. Agora esse tipo de economia da troca competitiva se mostra altamente destrutiva, onde quer que ela penetre e se imponha. Ela nos pode levar ao destino dos dinossauros.

Ou mudamos ou morremos, essa é a alternativa. Onde buscar o princípio articulador de uma outra sociabilidade, de um novo sonho para frente? Em momentos de crise total precisamos consultar a fonte originária de tudo, a natureza. Que ela nos ensina? Ela nos ensina, foi o que a ciência já há um século identificou, que a lei básica do universo, não é a competição que divide e exclui, mas a cooperação que soma e inclui. Todas as energias, todos os elementos, todos os seres vivos, desde as bactérias e virus até os seres mais complexos, somos inter-retro-relacionados e, por isso, interdependentes. Uma teia de conexões nos envolve por todos os lados, fazendo-nos seres cooperativos e solidários. Quer queiramos ou não, pois essa é a lei do universo. Por causa desta teia chegamos até aqui e poderemos ter futuro.

Aqui se encontra a saida para umo novo sonho civilizatório e para um futuro para as nossas sociedades: fazermos desta lei da natureza, conscientemente, um projeto pessoal e coletivo, sermos seres cooperativos. Ao invés de troca competitiva onde só um ganha devemos fortalecer a troca complementar e cooperativa, onde todos ganham. Importa assumir, com absoluta seriedade, o princípio do prêmio de economia John Nesh, cuja mente brilhante foi celebrada por um não menos brilhante filme: o princípio ganha-ganha, onde todos saem beneficiados sem haver perdedores.
Para conviver humanamente inventamos a economia, a política, a cultura, a ética e a religião. Mas nos últimos séculos o fizemos sob a inspiração da competição que gera o individualismo. Esse tempo acabou. Agora temos que inaugurar a inspiração da cooperação que gera a comunidade e a participação de todos em tudo o que interessa a todos.
Tais teses e pensamentos se encontram detalhados nesse brilhante livro de Maurício Abdalla, O princípio da cooperação. Em busca de uma nova racionalidade.
Se não fizermos essa conversão, preparemo-nos para o pior. Urge começar com as revoluções moleculares. Começemos por nós mesmos, sendo seres cooperativos, solidários, com-passivos, simplesmente humanos. Com isso definimos a direção certa. Nela há esperança e vida para nós e para a Terra.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Documentário imperdível- "David versus Monsanto"


Imagine-se que um temporal afectou o seu jardim. E você sabe que sem o seu consentimento ,caíram sementes que são geneticamente modificados no seu pomar. Um par de dias mais tarde , os representantes vêm de uma casa comercial, reivindicar os seus legumes e apresenta-lhe uma multa de 20.00,00 € para utilizar sementes geneticamente modificadas que estão patenteados. O senhor contesta e além disso a justiça lhe deu razão! Mas você luta ... 

Esta pequena história não é uma utopia , é a triste realidade em todo o mundo . É também a realidade de Percy Schmeiser no Canadá e Louise - vencedores do Prémio Nobel Alternativo, que lutam desde 1996 contra química e fabricante de sementes Monsanto. Aproximadamente três quartos da produção mundial de plantas geneticamente modificadas são dos laboratórios da Monsanto. Um grupo da indústria que EUA inventou o DDT, PCB e agente laranja que dizem que é sua propriedade. Para ganhar o domínio do campo ao prato , não tem medo de nada. Também agricultores Troy Rush, David Runyon e Marc Loiselle teve de ouvir sobre isso, como milhares de outros agricultores em todo o mundo . Eles e Schmeisers não são os únicos a lutar contra a Monsanto, assim como para assegurar a sua existência como agricultores e defender a liberdade de expressão e o direito à propriedade. Mas, principalmente, interceder para o futuro de seus filhos e netos , para que eles também tenham a oportunidade de crescer em um mundo sem alimento que é geneticamente manipulados. Esta filme mostra a coragem e dá coragem. Coragem para as pessoas que o temem, de que uma pessoa é impotente contra a política ou um conglomerado económico. " David contra Monsanto " prova o contrário.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Somos poeira estelar

Somos poeira estelar. Literalmente...

O ser humano médio tem cerca de 100 milhões de células e cada célula é feita de, aproximadamente, 100 triliões de átomos, cada um dos quais foi originalmente criado no centro de uma estrela.
Os átomos que estão nas suas mãos podem ter sido criados numa estrela diferente da que originou os átomos dos seus pés. Então, por definição, somos seres galácticos, porque as próprias estruturas que compõem os nossos corpos vêm de toda a galáxia.

Via Láctea tem 100 milhões de planetas habitáveis, numa estimativa calculada por pesquisadores.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Uma governança global da pior espécie: dos mercadores


"Uma economia que se autonomizou de tal maneira que somente ela conta, anula a soberania dos países, se apropria da Terra como um todo e a transforma num imenso empório e mesa de negócios. Tudo vira mercadoria: as pessoas, seus órgãos, a natureza, a cultura, o entretenimento e até a religião e o céu. Nunca se toma em conta a possível reacção massiva da sociedade civil que pode, enfurecida e com justiça, se rebelar e pôr tudo a perder."


Fonte: Leonardo Boff

Anteriormente abordamos o império das grandes corporações que controlam os fluxos econômicos e através deles as demais instâncias da sociedade mundial. A constituição perversa deste império surgiu por causa da falta de uma governança global que se faz cada dia mais urgente. Há problemas globais como os do paz, da alimentação, da água, das mudanças climáticas, das migrações dos povos e outras que, por serem globais, demandam soluções globais. Esta governança é impedida pelo egoísmo e o individualismo das grandes potências.

Uma governança global supõe que cada país renuncie um pouco de sua soberania para criar um espaço coletivo e plural onde as soluções para os problemas globais pudessem ser globalmente atendidos. Mas nenhuma potência quer renunciar uma unha sequer de seu poderio, mesmo agravando-se os problemas particularmente aos ligados aos limites físicos da Terra, capaz de atingir negativamente a todos através dos eventos extremos.

Constata-se que vigora uma cegueira lamentável na maioria dos economistas. Em seus debates – tomemos como exemplo o conhecido programa semanal da Globonews Painel – onde a economia ocupa um lugar privilegiado. No que pude constatar, ouvi, raríssimos economistas incluir em suas análises os limites de suportabilidade do sistema-vida e do sistema-Terra que põem em cheque a reprodução do capital. Prolongam o enfadonho discurso econômico no velho paradigma como se a Terra fosse um baú de recursos ilimitados e a economia se medisse pelo PIB e fosse um subcapítulo da matemática e da estatística. Falta pensamento. Não pensam o que sabem. Mal se dão conta de que se não abandonarmos a obsessão do crescimento material ilimitado e em seu lugar não buscarmos a equidade-igualdade social, só pioraremos a situação já ruim.

Queremos abordar um complemento do império perverso das grandes corporações que se revela ainda mais desavergonhado. Trata-se da busca de um Acordo Multilateral de Investimentos. Quase tudo é discutido a portas fechadas. Mas na medida em que é detectado, se retrai, para logo em seguida voltar sob outros nomes. A intenção é criar um livre comércio total e institucionalizado entre os Estados e as grandes corporações. Os termos da questão foram amplamente apresentados por Lori Wallach da diretoria do Public Citizen’s Global Trade Watch no Le Monde Diplomatique Brasil de novembro de 2013.

Tais corporações visam saciar o seu apetite de acumulação em áreas relativamente pouco atendidas pelos países pobres: infra-estrutura sanitária, seguro-saúde, escolas professionais, recursos naturais, equipamentos públicos, cultura, direitos autorais e patentes. Os contratos se prevalecem da fragilidade dos Estados e impõem condições leoninas. As corporações, por serem transnacionais, não se sentem submetidas às normas nacionais com respeito à saúde, à proteção ambiental e à legislação fiscal. Quando estimam que por causa de tais limites o lucro futuro esperado não foi alcançado, podem, por processos judiciais, exigir um ressarcimento do Estado (do povo) que pode chegar a bilhões de dólares ou de euros.

Estas corporações consideram a Terra como de ninguém, à semelhança do velho colonialismo. Quem chega primeiro se apropria e extrai o que pode. E conseguem que os tribunais lhes garantam este direito de adquirir terras, mananciais de águas, lagos e outros bens e serviços da natureza. Elas, comenta Wallach, “não têm obrigação nenhuma para com os países e podem disparar processos quando e onde lhes convier”(p.5). Exemplo típico e ridículo é o caso do fornecedor sueco de energia Fattenfall que exige bilhões de euros da Alemanha por sua “virada energética”que prometeu abandonar a energia nuclear e enquadrar mais severamente as centrais de carvão. O tema da poluição, da diminuição do aquecimento global e da preservação da biodiversidade do planeta são letra morta para esses depredadores, em nome do lucro.

A sem-vergonhice comercial chega a tais níveis que os países signatários desse tipo de tratado “se veriam obrigados não só a submeter seus serviços públicos à lógica do mercado mas também a renunciar a qualquer intervenção sobre os prestadores de serviços estrangeiros que cobiçam seus mercados”(p.6). O Estado teria uma parcela mínima de manobra em questão de energia, saúde, educação, água e transporte, exatamente os temas mais cobrados nos protestos de junho de 2013 por milhares de manifestantes no Brasil.

Estes tratados estavam sendo negociados com os USA e o Canadá, com a ALCA na América Latina e especialmente entre a Comunidade Europeia e os USA.

O que revelam estas estratégias? Uma economia que se autonomizou de tal maneira que somente ela conta, anula a soberania dos países, se apropria da Terra como um todo e a tansforma num imenso empório e mesa de negócios. Tudo vira mercadoria: as pessoas, seus órgãos, a natureza, a cultura, o entretenimento e até a religião e o céu. Nunca se toma em conta a possível reação massiva da sociedade civil que pode, enfurecida e com justiça, se rebelar e pôr tudo a perder.

Graças a Deus que, envergonhados, mas ainda obstinados, os mercadores com seus projetos estão se escondendo atrás de portas fechadas. Mas não desistem. Em qualquer momento podem ressurgir pois são possuídos pela fúria da acumulação que não aceita limites, nem aqueles impostos pela Mãe Terra, pequena, limitada e agora doente.

domingo, 22 de junho de 2014

Encontros improváveis: The Cure e Fernando Pessoa


Aceita o Universo

Aceita o universo 
Como to deram os deuses. 
Se os deuses te quisessem dar outro 
Ter-to-iam dado. 

Se há outras matérias e outros mundos
Haja.

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Um documentário Bestial - A BEASTLY DOCUMENTARY

Filme sobre a violência, a crueldade, a tradição, a ciência e o futuro das touradas


Movie about violence, cruelty, tradition, science and future of bullfighting 

FESTROIA INTERNATIONAL FILM FESTIVAL 2013, AMERICAN BEHAVIOUR SOCIETY FILM FESTIVAL 2013 (public exhibitions in Portugal, Spain and USA)

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Costa portuguesa ameaçada pelo risco de desastres naturais associados à energia nuclear



A costa atlântica portuguesa e espanhola está na lista de zonas ameaçadas pelo risco de desastres naturais associados à existência de centrais nucleares. Segundo um estudo da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, publicado no jornal Natural Hazards, há 23 centrais nucleares e 74 reactores em funcionamento ou em construção em áreas potencialmente perigosas e com risco de tsunamis. E a costa portuguesa poderá estar em perigo.

“Apesar de o risco desses desastres naturais ameaçar praticamente toda a costa oeste do continente americano, a costa atlântica portuguesa e espanhola, a costa do Norte de África, o Mediterrâneo Oriental e algumas áreas da Oceânia, especialmente no sul e sudoeste da Ásia, estão em grande risco devido à presença de centrais nucleares”, explica o estudo, citado pelo Science Daily.
Recorde-se que a Espanha tem actualmente oito reactores nucleares activos, dois deles em Almaraz (na foto), a 100 quilómetros de Portugal. O estudo, inspirado na tragédia de Fukushima, no Japão, começou por desenhar uma mapa de zonas geográficas do mundo com risco de tsunamis. Depois, colocou um mapa das centrais e reactores nucleares por cima desse primeiro mapa.

Para desenvolver o mapa, os cientistas usaram registos arqueológicos, geológicos e históricos. Debarati Guha-Sapir, um dos autores do estudo, explicou que o impacto do desastre natural piora com a crescente interacção com as centrais nucleares. O estudo afirma que 27 dos 64 reactores nucleares em construção no mundo estão na China, mas que 19 desses estão em áreas identificadas como perigosas. Também o caso japonês é problemático: há sete centrais nucleares e 19 reactores em risco, um deles ainda em construção.

A Coreia do Sul tem cinco reactores em risco, a Índia dois e o Paquistão um. “A localização das instalações nucleares não só tem implicações para os seus países de origem como para as áreas que podem ser afectadas por fugas radioactivas”, explicou Joaquín Rodríguez-Vidal, outro dos autores do estudo.

Nem o Science Daily nem outros meios que publicaram as principais conclusões do estudo explicam porque razão a costa portuguesa e espanhola estão em risco. Se o quiser fazer, porém, terá de fazer o download (pago) do estudo, aqui.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Alfarroba ("chocolate saudável") e seus beneficios

A alfarrobeira é uma árvore selvagem, nativa da costa do Mediterrâneo. A alfarroba é sua vagem comestível, semelhante ao feijão, de cor marrom escuro e sabor adocicado, utilizada pela indústria de alimentos na produção de gomas e espessantes.


O pó ou farinha de alfarroba derivado da polpa da vagem torrada e moída é utilizado para substituir o cacau. Esse pó, contudo, possui expressiva diferença em relação ao cacau no conteúdo de açúcar e de gordura. Enquanto o cacau possui até 23% de gordura e 5% de açúcar, a alfarroba possui 0,7% de gordura e um alto teor de açúcares naturais (sacarose, glicose e frutose), em torno de 38 a 45%.

Na Europa, principalmente na Espanha e recentemente em Portugal, a alfarroba já é acrescentada a vários doces. É uma vagem comestível, de cor escura (entre o castanho e negro), que pode ter entre 10 e 25 cmde comprimento e demora um ano a amadurecer. Lá dentro encontram-se 10 a 16 sementinhas de cor parda, os quilates, que eram utilizadas pelos mercadores da Antiguidade, devido ao seu pouco peso e uniformidade, para avaliar o peso das jóias - daqui as palavras «Karat» e «Kilat».

A alfarroba é um alimento saudável e de elevado valor nutritivo. Contém vitamina B1- colaboradora para o bom funcionamento do sistema nervoso, músculos, coração e melhora na atitude mental e o raciocínio - tanto quanto o aspargo ou morango, a mesma quantidade de niacina (mantém a boa condição da pele) do feijão fava, lentilha e ervilha, e mais vitamina A, que é essencial para o crescimento dos ossos e dentes, vitalidade da pele e saúde da visão, do que a berinjela, o aspargo e a beterraba. Possui ainda alto teor de vitamina B2 (responsável por extrair energia de gorduras, proteínas e carboidratos no nosso corpo), cálcio, magnésio e ferro, bem como um correto balanceamento de potássio e sódio.

A alfarroba não possui qualquer agente alergênico ou estimulante tais como a cafeína e teobromina presentes no cacau. Embora apresente um alto teor de açúcares possui um baixo conteúdo calórico devido à quantidade quase imperceptível de lipídeos (gorduras) e alta quantidade de fibras naturais. O efeito benéfico dessas fibras naturais na flora intestinal se dá pela proteção da membrana mucosa do intestino, bem como pela redução significativa da incidência de diarréias indefinidas, desordens nutricionais e incidência de úlceras.

A alfarroba, também designada por "chocolate saudável" é utilizada em vários processos industriais, nomeadamente na cosmética, alimentar e farmacêutica, sendo nesta última empregada apenas como espessante para dar forma a alguns comprimidos.

Estudo recentes mostraram que a alfarroba não contém glúten e possui potencial antioxidante muito elevado, semelhante ao do azeite e superior ao do vinho, o que leva os investigadores a acreditarem que os compomentes do fruto pode ser úteis no combate aos radicais livres e doenças crônicos-degenerativas.

Também reduz efetivamente a assimilação da ingestão diária do excesso de colesterol, devido ao seu teor e qualidade das fibras. Seu poder na redução do colesterol do sangue é o dobro de outras fibras.Composição química da alfarroba:
Proteína bruta - 4,7%
Proteína digestível - 1,6%
Fibra bruta - 9,2%
Cinzas - 3,5%
Cálcio - 0,38%
Fósforo - 0,09%
Gordura - 0,6%
Açucares totais - 43,85%
(glicose, sacarose e frutose)

Fontes: Mundo da Alfarroba

terça-feira, 17 de junho de 2014

Grande Entrevista a Eduardo Galeano: “Não vale a pena viver para vencer, vale a pena viver para seguir a tua consciência”


Jaume Barbera, director e apresentador do programa "Singulares" do Canal 3 - Televisión de Cataluña entrevistou Eduardo Galeano. Na sua extensa obra, o escritor uruguaio misturou todos os géneros, com um objectivo claro e firme: expôr os abusos de poder e recuperar a dignidade dos cidadãos comuns.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Documentário : Rastos Químicos - Why in the World are They Spraying?


By Michael J. Murphy, Co-Producer of “What in the World are they Spraying?


Since the release of the groundbreaking documentary “What in the World are They Spraying?”, millions have woken up to the damaging effects from chemtrail/geoengineering programs. As a result, movements around the world are being formed to address these crimes. While many who were previously unaware of these programs are now taking action, the question now that is often asked is “Why” is this happening. Michael J. Murphy, Originator and Co-Producer of “What in the World are They Spraying?” in association with Barry Kolsky have produced “Why in the World are They Spraying?” which will answer that question. “Why in the World are They Spraying?” is an investigative documentary into one of the many agendas associated with chemtrail/geoengineering programs, “weather control”.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Curta-metragem Pixar: The Moon - La Luna (2011)


“Há gente que, em vez de destruir, constrói; em lugar de invejar, presenteia; em vez de envenenar, embeleza; em lugar de dilacerar, reúne e agrega.” ―Lya Luft

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Neonicotinoides: que são e como podem afetar você


Aprovados apressadamente, novos agrotóxicos são devastadores para abelhas — mas podem contaminar milhares de outras espécies e água que bebemos 


Mais Leituras
Glifosato- compilação de 245 artigos científicos que descrevem os malefícios do glifosato sobre o ambiente, os animais e a saúde pública

Por George Monbiot | Tradução: Inês Castilho


Só agora, quando os neonicotinoides já são os inseticidas mais usados no mundo, é que estamos começando a compreender a extensão dos impactos ambientais que causam. Assim como a fabricante do DDT, as corporações que produzem essas toxinas alegaram que eram inofensivas para outras espécies, além das pragas que eram seu alvo. Como no caso do DDT, ameaçaram pessoas que se mostraram preocupadas, publicaram argumentos enganosos e fizeram de tudo para ludibriar o público. E, como para garantir que a história segue o velho roteiro, governos colaboraram com esse esforço. Entre os mais (ir)responsáveis está o do Reino Unido.

Como mostra o professor Dave Goulson neste artigo sobre os impactos desses pesticidas, ainda não sabemos quase nada sobre como eles afetam a maioria das formas de vida. Mas, à medida em que as evidências se acumulam, os cientistas começaram a descobrir que eles provocam impactos numa enorme diversidade de vida selvagem.

Quem ler o artigo tomará contato com provas que apontam os neonicotinoides como uma das principais causas do declínio das populações de abelhas e outros polinizadores. Aplicados nas sementes de várias culturas, esses pesticidas permanecem nas plantas conforme elas crescem, e matam os insetos que as comem. A quantidades necessária para destruir os insetos é incrivelmente pequena: os neonicotinoides são 10 mil vezes mais potentes que o DDT. Basta que as abelhas sejam expostas a 5 nanogramas para que a metade delas venha a morrer. Assim como as abelhas, borboletas, mariposas, besouros e outros polinizadores que se alimentam das flores de espécies domesticadas pelo ser humano podem, ao que parece, absorver veneno em quantidade suficiente para comprometer sua sobrevivência.

Mas somente uma pequena parte do volume de neonicotinoides utilizados pelos agricultores é absorvida pelo pólen ou néctar da flor. Estudos realizados até agora sugerem que apenas de 1,6% a 20% do pesticida usado nas sementes de fibras têxteis são de fato absorvidos pelas plantas — muito menos do que quando as toxinas são pulverizadas sobre as folhas. Parte dos resíduos é levada pelo vento e provavelmente causará estragos nas populações de muitas espécies de insetos, nas sebes e habitats das proximidades. Mas a grande maioria, diz Goulson – “normalmente, mais de 90%” – do veneno aplicado às sementes penetra no solo. Em outras palavras, a realidade é bem diferente da visão criada pelos fabricantes, que continuam descrevendo a cobertura de sementes com pesticidas como ”intencional” e “precisa”.

Os neonicotinoides são químicos altamente persistentes, que se mantêm (segundo os poucos estudos publicados até aqui) no solo por mais de 19 anos. Como são persistentes, tendem a se acumular: a cada ano de aplicação o solo se torna mais tóxico.

Ninguém sabe o que esses pesticidas provocam no solo, já que ainda não foram feitas pesquisas suficientes. Mas – mortais para todos os insetos e possivelmente para outras espécies em concentrações mínimas – é provável que acabem com grande parte da fauna do solo. Isso inclui as minhocas? Os pássaros e mamíferos que comem minhocas? Aves e mamíferos que se alimentam de insetos e sementes pulverizadas? Ainda não sabemos dizer.

Isso é o que você continuará ouvindo sobre esses pesticidas: passamos a utilizá-los cegamente. Nossos governos aprovaram seu uso sem a mais pálida ideia das prováveis consequências.

Você pode ter tido a impressão de que os neonicotinoides foram banidos da União Europeia. Mas não foram. O uso de alguns poucos desses pesticidas foi suspenso por dois anos, mas apenas para determinados propósitos. Ao ouvir os legisladores, seria talvez levado a acreditar que abelhas melíferas são os únicos seres que eventualmente são afetados, e que somente flores de plantas cujas sementes foram pulverizadas podem matá-los.

Mas os neonicotinoides são também borrifados sobre folhas de ampla variedade de culturas. Estão ainda espalhados em pastagens e parques, em pequenos grãos, para matar insetos que vivem no solo e comem raízes da grama. Essas aplicações, e muitas outras, permanecem legalizadas na União Europeia – embora não saibamos a gravidade e extensão de seus impactos. Sabemos o suficiente, contudo, para concluir que são provavelmente nefastos.

Claro, nem todos os neonicotinoides que penetram no solo alojam-se ali indefinidamente. Você ficará aliviado ao saber que alguns deles são lavados, quando, então… ah sim, acabam em águas subterrâneas ou rios. O que acontece ali? Alguém sabe? Os neonicotinoides não são sequer mencionados entre as substâncias monitoradas pelos órgãos que cuidam da água, de modo que não temos ideia sobre quais concentrações se encontram nos líquidos que nós e muitas outras espécies usamos.

Mas estudo realizado na Holanda revela que a água de algumas áreas de horticultura é tão fortemente contaminada por esses pesticidas que poderia ser usada para tratar piolhos. O mesmo estudo mostra que, mesmo em concentrações muito baixas – não superiores aos limites definidos pela União Europeia – os neonicotinoides que penetram nos sistemas fluviais acabam com metade das espécies de invertebrados que esperaríamos encontrar nos rios. Essa é outra maneira de dizer que destroem grande parte da cadeia alimentar.

Fui motivado a escrever este artigo por uma horrível notícia sobre o Rio Kennet, no sul da Inglaterra: um ecossistema altamente protegido. No mês passado, alguém – um fazendeiro, dono de casa, ainda não se sabe – jogou outro tipo de pesticida, o clorpirifós, na pia. A quantidade era equivalente – em substância pura – a duas colheres de chá. O veneno passou pelas obras de esgoto da região de Marlborough e exterminou a maior parte dos invertebrados existentes numa extensão de 24 quilómetros do rio.

A notícia me atingiu em cheio. O melhor trabalho que já tive foi, durante as férias de verão da universidade, como zelador da água no trecho do rio Kennet pertencente ao espólio Sutton (Sutton estate). Foi um trabalho difícil e, na maioria das vezes, só fiz bobagem. Mas vim a conhecer e amar esse trecho do rio, e me maravilhei com a profusão impressionante de vida contida naquelas águas claras. Mergulhado nela até a altura do peito durante a maior parte do dia, fiquei imerso na ecologia, e passei muito mais tempo do que devia observando pequenos castores e maçaricos; cabozes gigantes abanando as suas barbatanas à sombra das árvores; grandes trutas tão leais a seus postos que branqueavam o cascalho do leito do rio sob suas caudas; lagostins nativos; libélulas; larvas de moscas d’água; camarões de água doce e muitas outras espécies.

À noite, em busca de companhia e igualmente fascinado pelos protestos e pelas pessoas notáveis ​​que ele atraiu, eu acabava no campo de paz, na frente dos portões da base nuclear de Greenham Common. Contei sobre a estranha história que rolou nessas minhas visitas em outro post.

Ativistas que procuram proteger o rio já descreveram como, após a contaminação, ele cheirava mal por causa dos cadáveres de insetos e camarões em decomposição. Sem insetos e camarões para se alimentar, os peixes, aves e anfíbios que utilizam o rio tendem a desaparecer e morrer.

Depois de digerir esta notícia, lembrei-me do estudo holandês, e me pareceu que os pesticidas neonicotinoides provavelmente estão, em muitos lugares, minando a vida dos rios onde entram de forma semelhante: não uma vez, mas durante todo o tempo em que estão entranhados no terreno à sua volta.

Richard Benyon, ministro do Meio Ambiente do Reino Unido, supostamente encarregado de proteger a vida selvagem e a biodiversidade – e que coincidentemente possui direito de pesca em parte do Rio Kennet e representa o eleitorado da região por onde ele passa –, expressou sua “raiva” pelo envenenamento por clorpirifós. Não deveria ele também se indignar contra o envenenamento rotineiro dos rios por neonicotinoides?

Se fizesse isso, ficaria em maus lençois com seu chefe. Assim como envenenam sistematicamente nossos ecossistemas, os neonicotinoides também envenenaram as políticas (já reconhecidamente bem tóxicas) do departamento que deveria regulá-los. Em abril, Damian Carrington expôs, escrevendo no Observer, a carta enviada pelo ministro encarregado do Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Negócios Rurais, Owen Paterson, à Syngenta, fabricante desses pesticidas. Paterson prometia à multinacional que seus esforços para evitar a proibição de seus produtos “continuarão e se intensificarão nos próximos dias”.

E de fato, o Reino Unido recusou-se a apoiar as proibições temporárias propostas pela Comissão Europeia tanto em abril como em julho, a despeito do número enorme de petições e dos 80 mil emêios sobre o assunto que Paterson recebeu. Quando ele e o departamento que dirige viram-se frente à escolha entre a sobrevivência da natureza e os lucros das multinacionais dos pesticidas, não houve muita dúvida sobre onde pular. Felizmente, eles fracassaram. (…)

No início de agosto, como para nos recordar do quanto este governo está capturado pelas corporações que deveria regular, o cientista que liderou as inúteis experiências que Walport e Paterson citaram como desculpa, deixou o governo para assumir um novo posto na… Syngenta. Parece que ela já estava trabalhando para eles, na verdade.

Portanto, temos aqui um departamento que cambaleia como um bêbado portando uma metralhadora carregada, assegurando-nos de que é perfeitamente seguro. As pessoas que deveriam estar defendendo a natureza têm conspirado com os fabricantes de biocidas de largo espectro para permitir níveis de destruição que só podemos imaginar. Ao fazê-lo, eles parecem estar arquitetando uma outra primavera silenciosa.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Uma nova teoria da física para a origem da vida


A ideia de que a vida surgiu a partir de uma “sopa primordial” se popularizou no século XX. Essa linha de pensamento afirma que a energia (vinda de um raio ou do Sol, por exemplo) aplicada sobre pequenas moléculas — que continham o elemento químico carbono — produziu compostos orgânicos simples que, acumulados na água, se transformaram nas complexas cadeias moleculares que sustentam a vida na Terra. Uma nova teoria busca complementar nosso conhecimento a respeito do tipo de interações físicas que levou à evolução da vida, propondo que esta tenha se dado de maneira absolutamente previsível.

De acordo com a física, existe uma grande diferença entre os seres vivos e meros amontoados de carbono: os primeiros tendem a ser muito competentes na captura de energia a partir do ambiente que os cerca, e na dissipação desta energia sob a forma de calor. O professor auxiliar Jeremy England, do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), acredita ter desenvolvido uma fórmula matemática que explica a habilidade mencionada com base em princípios estabelecidos pela física: a fórmula indica que, quando um grupo de átomos é impelido por uma fonte externa de energia (como o Sol), e se encontra em meio a um banho térmico (servindo de exemplos o oceano e a atmosfera), ele se reestrutura gradualmente, a fim de dissipar quantidades cada vez maiores de energia. Entenda-se o banho térmico como um sistema termodinâmico cuja temperatura não se altera mediante o contato com um sistema de interesse, no caso, o grupo de átomos.

Tudo isto significa que, sob determinadas condições, a matéria adquire rigorosamente o principal atributo associado à vida. “Comece com um grupo aleatório de átomos e, se projetar luz sobre ele por tempo o bastante, não deve ser tão surpreendente que se obtenha uma planta”, diz England.

A tese de England fornece mais fundamentos à evolução via seleção natural proposta por Darwin, ao invés de substituí-la. O pesquisador não insinua que as ideias darwinianas estejam erradas, “[a]o contrário, estou apenas dizendo que, da perspectiva da física, pode-se chamar a evolução darwiniana de um caso especial de um fenómeno mais geral”.

Especialistas deste campo de estudos manifestaram-se acerca do novo trabalho. Alexander Grosberg, professor de física da Universidade de Nova York, acompanhou o desenvolvimento da teoria desde o início, e diz que sua “grande esperança” é a de que England tenha identificado o princípio físico que conduz à origem e evolução da vida.~

Já Eugene Shakhnovich, professor de química, biologia química e biofísica da Universidade Harvard, permanece cético. Segundo ele, as ideias “são interessantes e potencialmente promissoras, mas, a este ponto, são extremamente especulativas, especialmente quando aplicadas aos fenómenos da vida”.

Os resultados teóricos do estudo geralmente são considerados válidos. Todavia, a interpretação de que a fórmula proposta representa a força motriz que permeia toda uma classe de fenômenos — dentre os quais, a vida —, ainda não foi provada. Para tanto, serão necessários muitos testes em laboratório.

Uma simulação de computador, executada por England e seus pares, mostra um sistema de partículas que se encontra em meio a um fluido viscoso, no qual as partículas de cor turquesa são movidas por uma força oscilante. Com o passar do tempo (da imagem superior para a inferior), a força leva à formação de mais ligações entre as partículas. Crédito: Jeremy England

A teoria de England deriva da segunda lei da termodinâmica, também conhecida como a lei da entropia crescente: sistemas quentes resfriam-se, o gás se dispersa pelo ar, os ovos são mexidos, mas não voltam à ordem anterior espontaneamente. Em suma, a energia tende a se dispersar com o passar do tempo. A entropia é uma medida desta tendência, equivalendo-se ao modo como a energia se encontra dispersa entre as partículas de um sistema, e ao quão difusas estas partículas estão no espaço. O aumento da entropia é uma simples questão de probabilidade: existem mais formas de a energia se dissipar do que de ela ser concentrada novamente. Então, conforme as partículas de um sistema se movem e interagem umas com as outras, a hipótese mais provável é a de que elas tendam a adquirir configurações nas quais a energia fica mais dispersa.

Quando a entropia chega ao seu estado máximo, o “equilíbrio termodinâmico”, a energia está uniformemente distribuída. Por exemplo, imagine que uma chávena de café e o ambiente onde ela é posta atingem a mesma temperatura. Este processo será irreversível enquanto os sistemas (a chávena e o ambiente) permanecerem isolados, de forma que o café não se reaquecerá, pois é muito improvável que a energia dispersa pelo ambiente volte a se concentrar aleatoriamente nos átomos do café.
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domingo, 8 de junho de 2014

Música do BioTerra: Laurie Anderson - Bodies in Motion



Laurie Anderson - Bodies In Motion

We embody the spirit of motion.
We're bodies in motion. We're bodies in motion.

We dig down in the ocean. Swing up to the stars.
We own the moon and the earth. We're masters of Mars.
We're bodies in motion. We embody the spirit of motion.

Our ancestors cowered in caves
Afraid if the dark and the thunder.
Wrapped tip in black magic and rage
They were slaves to their hunger.
Now we fly across mountains in planes
We know aII about time and big numbers.
We're bodies in motion.
We embody the spirit of motion.

I love you with aII my heart You have my devotion.
I loved you from the start. We're bodies in motion.
We embody the spirit of motion.

Ooo the weight of the world. Eternal spin.
Puts a dent in my shoulder.
A burn in my spin. A burn in my spin.

Some say the future is crowds fighting for water and space.
Chaotic and dark and loud, everything used up and taken.

But I say the future's within the still point of the mind
Where we escape the bounds of earth
And break the bonds of time.

If somebody asked me to design a religion
I would make it aIl about snow.
No good or evil and no suffering.
Just perfect crystals spinning
In ecstasy ecstasy ecstasy ecstasy.

sábado, 7 de junho de 2014

Poema da Semana: "Evolução" por Antero de Quental

Evolução

Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...

Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...

Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...

Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.


Antero de Quental, in "Sonetos"

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Marine Dark Matter

Mesopelagic fish 460
A fish captured during the Malaspina Expedition
Credit: CSIC / JOAN COSTA.

If you descend below two hundred metres in the world’s oceans, you enter the mesopelagic, or twilight, zone. The temperature plummets, pressure increases, light levels drop off quickly to almost nothing at all, and the water is filled with a continuous shower of “marine snow” — flakes of dead or dying plankton, algae, fecal matter, sand, and dust.
The fish that live in this zone are, to put it charitably, very strange-looking. There are blobfish, snailfish, slimeheads (known at your local fishmonger as orange roughy), the red-luminescence producingstoplight loosejaw, and the brownsnout spookfish, which is apparently the only vertebrate known to employ a mirror, as opposed to a lens, to focus.
Marine zone diagram 460
What’s more, there are enormous numbers of these mesopelagic fish. In fact, there are so many that they create a sort of false sea floor:apparently, when sonar first began to be widely used during World War II, frustrated operators kept detecting what looked like solid ground at about 300 metres, even when they knew the ocean bed was a thousand or more metres deeper than that that. It proved to be an acoustic illusion created by the swim bladders of millions and millions of mesopelagic fish.

IMAGE: Scale diagram of marine zones by Finlay McWalter.
Last month, a team of researchers published the results of a new mesopelagic census. Scientists had previously estimated that this zone contained 1,000 million tons of fish; the new census, led by Spanish National Research Council researcher Carlos Duarte, discovered that there are actually between 10 and 30 times more than that.
In other words, these odd-looking, little-known, and for the most part completely unharvested fish make up an incredible 95 percent of all marine biomass. All of a sudden, there are a lot more fish in the sea.
All these bristlemouths and lanternfishes had managed to hide from hungry humans because of their enhanced vision and pressure-sensitivity. According to Duarte, “They are able to detect nets from at least five metres and avoid them.” Large trawl nets are the primary technology humans use to count fish, and these net-avoiding fish were thus invisible and inaccessible to us: “marine dark matter,” as Jason Kottke puts it.
Duarte’s seven-month global circumnavigation used sonar and echo sounding instead, extrapolating mesopelagic fish numbers based on their acoustic backscatter. Not only did the expedition’s findingsrevise fish population numbers up by an order of magnitude, they also showed that the oceanic gyres — rotating spirals of plastic waste previously assumed to be marine dead zones — are mesopelagic hotspots, home to what Duarte calls “the largest fish stock in the ocean”:
This very large stock of fish that we have just discovered, that holds 95 per cent of all the fish biomass in the world, is untouched by fishers. They can’t harvest them with nets. In the 21st Century we have still a pristine stock of fish which happens to be 95 per cent of all the fish in oceans.
In the conclusion of their research paper, Duarte and his co-authors call for “technological developments to increase the capturability of mesopelagic fishes.” For their future survival, however, and despite their current abundance and possible deliciousness, one might be tempted to wish for the exact opposite.
Found via Kottke.org.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Animação no Dia Internacional do Ambiente

Desenho animado para a canção "Elk Grass" de Pete Van Leeuwen. Com o estilo vocal de backup de Suzanna Choffel. Produzido e desenvolvido por Tim Edgar.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Arte de Fred Tomaselli e Poema de Egito Gonçalves


Com Palavras

Com palavras me ergo em cada dia!
Com palavras lavo, nas manhãs, o rosto
e saio para a rua. 
Com palavras - inaudíveis - grito
para rasgar os risos que nos cercam.
Ah!, de palavras estamos todos cheios.
Possuímos arquivos, sabemo-las de cor
em quatro ou cinco línguas.
Tomamo-las à noite em comprimidos
para dormir o cansaço.
As palavras embrulham-se na língua.
As mais puras transformam-se, violáceas,
roxas de silêncio. De que servem
asfixiadas em saliva, prisioneiras?
Possuímos, das palavras, as mais belas;
as que seivam o amor, a liberdade...
Engulo-as perguntando-me se um dia
as poderei navegar; se alguma vez
dilatarei o pulmão que as encerra.
Atravessa-nos um rio de palavras:
Com elas eu me deito, me levanto,
e faltam-me palavras para contar...

Egito Gonçalves, in 'Antologia Poética'

terça-feira, 3 de junho de 2014

Documentário- Paradise or Oblivion (Paraíso ou Ruína/Esquecimento)

O que seria de uma sociedade em que não houvesse escassez, onde comida, vestuário, diversão, tecnologia fossem disponíveis para todos os habitantes, onde o dinheiro, o lucro e a economia não valessem nada. Será que as pessoas continuariam a desempenhar trabalhos monótonos, desgastantes ou semi-escravos? Ou se dedicariam a algo que as motivassem, que as desenvolvessem na arte, ciência ou tecnologia? O que seria do planeta se tudo fosse feito da melhor forma para todos? Se você acha que um mundo assim pode ser viável, este documentário pode te inspirar um pouco. Utopia pode algum dia se tornar realidade?

Mais informações:Jacque Fresco e o Venus Project