domingo, 31 de outubro de 2010

Livro - 6.000 Anos de Pão



Sinopse do Livro
"Seis Mil Anos de Pão" publicou-se pela primeira vez nos Estados Unidos da América, em 1944. Heinrich Eduard Jacob começou a reunir materiais para este trabalho em 1920, mas a investigação só foi completada no exílio americano, depois de 1939. A versão alemã que serviu de base à presente edição viria a ser publicada apenas em 1954, com algumas alterações substanciais introduzidas pelo autor.
Com a "Saga e Marcha Triunfal do Café", ainda de 1934, e "Seis Mil Anos de Pão", H. E. Jacob tornou-se nos países de língua alemã uma das figuras tutelares do chamado «Sachbuch», um tipo de revisitação da «história cultural» que encena a documentação e os resultados da investigação histórica – económica, política, literária, etnográfica – num grande quadro vivo.
Da Pré-história até ao colapso do III Reich, passando designadamente pelo Egipto, pela Grécia, pelo Império Romano, pela Idade Média, pelas Guerras dos Camponeses, pela colonização do continente americano, pela Revolução Francesa, pela Revolução Industrial, pela Revolução Soviética e pelas duas Guerras Mundiais do século XX, H. E. Jacob produz um impressionante retrato das mutações tecnológicas e culturais, políticas e sociais, económicas e psicológicas, em que o pão esteve envolvido como «personagem» viva da história: «argamassa da vida» e «medula dos mortais».

sábado, 30 de outubro de 2010

GEOTA defende fim de todas as Scut

MARRECA - Movimento de Agregação Revolucionária dos Roubados e Espezinhados pela Capital



[DN] O GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente - é membro da campanha europeia da Reforma Fiscal Ambiental (RFA). Os princípios do utilizador-pagador, do poluidor-pagador e da equidade fiscal são a base da RFA. Assim, o GEOTA considera que quem utiliza uma infra-estrutura deve pagar por ela. Com a actual situação, as despesas com as Scut estão a ser pagas por todos os contribuintes, quer as utilizem muito, pouco ou nada.

Analisando casos reais, verifica-se que existem diversas auto-estradas e vias com perfil semelhante que não está previsto serem taxadas, como, por exemplo, algumas vias radiais nas periferias das grandes cidades. Nestas assiste-se diariamente a um movimento pendular de viaturas (a maioria com apenas uma pessoa) no percurso casa-trabalho-casa. Ao mesmo tempo existem milhares de habitações devolutas e degradadas nas grandes cidades sem que tenha sido adoptado um programa coerente de reabilitação urbana e repovoamento dos seus centros. Assim, em Portugal um automóvel percorre cerca de 40 quilómetros por dia, o dobro da Alemanha e da Áustria.

Urge adoptar medidas coerentes de promoção do transporte público de alta qualidade de forma que só utilize as AE (ex-Scut) quem quiser. Para tal, seria interessante existirem vias dedicadas para veículos com nove ou mais pessoas, permitindo deslocações rápidas.

É incompreensível que, nas portagens das travessias sobre o rio Tejo em Lisboa, o Governo mantenha o IVA à taxa reduzida (6%) e nas restantes portagens aplique a taxa normal de IVA (21%). Mais grave ainda é o Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias ter condenado Portugal em Junho de 2008 e o Governo ter negociado um pedido de excepção. Também a isenção de portagem no mês de Agosto na Ponte 25 de Abril é desprovida de sentido. Ao mesmo tempo que o Governo abdica de receitas aqui, aumenta em 5% o preço dos transportes públicos.

O pagamento das infra-estruturas e da sua manutenção por quem as utiliza (e degrada) reduzirá o peso da despesa dos contribuintes, poderá reduzir ainda o défice orçamental e libertar mais dinheiro para criar melhores condições sociais. As deslocações de pessoas podem ser reduzidas com aumento da qualidade de vida, criando ou mantendo localmente as condições essenciais.

Desta forma qualquer nova construção, especialmente no regime "parceria público-privada", deve ser imediatamente suspensa: é uma medida elementar de política de ordenamento, ambiente, energia, boa gestão do erário público e de elementar bom senso, especialmente num momento de profunda crise económica e orçamental.

Neste momento quem realmente paga portagem pelo uso das infra-estruturas são os habitantes das periferias que utilizam o transporte público para entrar nas grandes cidades. Esta portagem é materializada pela existência de coroas ou zonas com tarifação crescente.

Posto isto, o recente início da introdução de portagens nas ex-Scut é uma medida que o GEOTA apoia incondicionalmente, só lamentando a tibieza da implementação manifestada no seu faseamento e nas incompreensíveis isenções.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Respostas novas para uma democracia profunda


Mais do que meras ligações às autarquias e a núcleos universitários, as Organizações Não-Governamentais do Ambiente (ONGA) podem caminhar para soluções mais práticas do que apenas recolha de donativos e voluntariado. O novo paradigma das ONGA existentes e novas é que devem ser boas gestoras. Chamaria apenas Organizações Ambientais. Profissionais abundam, redes existem, há que capturar interesses de privados e capitalizar as ONGA recuperando património, possuindo reservas naturais, equipadas com laboratórios independentes, formulando relatórios imparciais e criando emprego.
Tenho aqui um exemplo norte-americano da CERES 
[About Ceres
Ceres is a national coalition of investors, environmental groups, and other public interest organizations working with companies to address sustainability challenges such as water scarcity and climate change. Ceres directs the Investor Network on Climate Risk (INCR), a North American network of institutional investors focused on addressing the financial risks and investment opportunities posed by climate change. INCR currently has more than 90 members with collective assets totaling more than $9 trillion.] que recentemente publicou um relatório [bem credível] sobre o estado da água nos States 

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Excelente desenvolvimento: comunidades sustentáveis em África (estudo de caso)

In this pair of films, designed for schools, Excellent Development provide case studies of their conservation driven development and community-led approach in semi-arid Kenya through the lenses of sustainable farming and sustainable development. These films and the series of mini-films which explore each individual element of the charity’s holistic approach to soil and water conservation offer a valuable insight into how communities can strengthen their long-term sustainability and make a positive grassroots contribution to fighting global climate change.

For more information about Excellent Development visit the website.

Muito útil para Áreas de Projecto e até disciplina de Inglês do Ensino Básico e Secundário.

Documentário da Semana: 'Into Eternity' de Michael Madsen


O documentário 'Into Eternity' de Michael Madsen ganhou o CineEco Festival de Cinema de Ambiente de Seia.
O filme leva o espectador 5 quilómetros abaixo de terra, na Finlândia, onde está a ser construído um enorme depósito para enterrar resíduos nucleares. O "Onkalo" (esconderijo, em português).

Onkalo [página oficial]- Depósito milenar de combustível nuclear usado (vídeo explicativo)

Into Eternity é um  documentário dirigido pelo diretor dinamarquês Michael Madsen, lançado em 2010. Segue a construção do depósito de resíduos Onkalo na Usina Nuclear de Olkiluoto, na ilha de Olkiluoto, na Finlândia. O diretor Michael Madsen questiona a existência eterna pretendida de Onkalo, dirigindo-se a um público em um futuro remoto.

Into Eternity levanta a questão da responsabilidade das autoridades de garantir a conformidade com a legislação relativamente nova sobre critérios de segurança e os princípios centrais da gestão de resíduos nucleares.

Quando exibido no canal de televisão digital British More em 26 de abril de 2011, o nome Nuclear Eternity foi usado. Recebeu uma menção especial no Sheffield Green Award no Sheffield Doc/Fest em 2010.

Mais informações:

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mundo: India será ponto central de água importada do Alaska



By Sunita Sohrabj, 21/10/10


San Francisco, Calif. – S2C Global Systems, based in San Antonio, Texas, has announced plans to export 12 billion gallons of water per year from the Blue Lake Reservoir in Sitka, Alaska, to a new, yet-to-be-built water hub on the west coast of India.

The first shipment to the new hub in India — whose location remains undisclosed for security reasons — is at least 18 months away, Rod Bartlett, president and CEO of S2C Global, told India-West Oct. 15.

The water hub will be built in the next six months, while custom-built water-transport tankers, costing about $75 million, will be built over the next 18 months. Existing oil tankers cannot be used because of potential contamination from leftover oil residues, he explained. The water will be packaged at the hub, and then distributed in India as well as several GCC – Gulf Cooperation Council – countries, including Saudi Arabia, Iraq and the United Arab Emirates. S2C has already partnered with an unnamed distributor in India, said Bartlett. The Indian government may also subsidize the water for rural consumers, allowing them to pay at water kiosks with a pre-paid debit card.

Bartlett contends he can deliver a finished product — in five-gallon bottles or in 20-foot containers with bladders — for about $2 per five gallons.

True Alaska Bottling, based in Sitka, will deliver the freshwater supply to S2C, under a bulk water contract from the city of Sitka, which built a dedicated pipeline from the Blue Lake Reservoir to nearby Silver Bay in 2006 to transport the water overseas.

“The amount of water on the planet hasn’t changed, it’s just not in the right place,” said Bartlett, asserting that half the world’s population currently faces water scarcity. “You can’t move the people. But you can move the water,” he said.

“We’ve got urbanization (in India) happening at a phenomenal rate, coupled with global warming and a finite resource,” he told India-West, adding that the rapidly-shrinking Himalayan glaciers are currently one of India’s primary sources for drinking water.

“The only thing that’s going to stop India from growing at a phenomenal rate is water,” asserted Bartlett. “You need water for manufacturing, water for agriculture, water to do just about anything.”

But Peter Gleick, president and co-founder of the Oakland, Calif.-based Pacific Institute, was skeptical about S2C’s plans. “This idea is a pipe dream,” he told India-West in an e-mail.

“Doing a simple back of the envelope calculation suggests that the transportation and processing costs alone are prohibitively expensive,” asserted Gleick, who co-authors an annual report assessing the world’s freshwater supplies and has written the book, “Bottled and Sold,” investigating the current obsession with bottled water.

S2C’s price of $2 per five gallons – 40 cents per gallon - is also prohibitively high, said Gleick. He favored desalination — removing salt from ocean water — which can be done far more cheaply.

“A modern desalination plant, that can be built anywhere on a coast that a tanker could unload, can desalinate seawater to superb drinking water quality at a price — conservatively - of $2 per cubic meter,” said Gleick. “A single cubic meter of water contains 264.2 gallons, thus, at $2 per cubic meter, desalination costs $0.008 per gallon.” Nearly 40 percent of India’s urban population lacks access to safe and clean drinking water, noted a recent United Nations Development Programme report. More than 65,000 Indian villages have no water resources, according to the report.

At present rates of consumption, India is expected to exhaust all its freshwater supplies by 2050. The scarcity of water will lead to chronic shortages in food and other agricultural products, as farmers currently use 80 percent of available water.

By the year 2025, two-thirds of the world’s population will face chronic water shortages.

India has, however, achieved the Millennium Development Goal for drinking water by providing 84 percent of its rural population with access to improved sources of water, Rural Development Minister C.P. Joshi told reporters in New Delhi in April.

But the country is facing a tremendous challenge in providing drinking water, especially to rural areas, as most water sources are ground water based and have been overexploited for agriculture and industry, he said. Much of India’s groundwater supply has also been contaminated by sewage, he added.

In a session entitled “The Supply Side of Water,” Oct. 13 at the annual “Going Green Silicon Valley” conference in San Francisco, Calif., four panelists discussed novel methods for reusing and treating existing water supplies. Moderator Laura Shenkar, founder and principal of the Artemis Group, noted the lack of innovation in water treatment technologies, terming it the “the red-headed step child of green technology.”

Ninety percent of contaminated water can be treated and re-used, asserted Fatemeh Shirazi, president of Microvi Biotech. The company’s micro-pollutant treatment process can remove petroleum contaminants — such as methyl tertiary butyl ether (MTBE), tert-butyl alcohol (TBA), and benzene, among other harmful impurities — from water.

The panel also discussed desalination, rainwater harvesting, and a novel reverse osmosis membrane treatment, which can purify seawater by applying high pressure to a membrane through which the water is pushed.

Scott Jackson, managing partner of the Telesto Consulting Group, said that seawater reclamation was coming into its own, but noted the lack of innovation in the field.

While new markets for water are emerging everywhere, India presents an enormous opportunity for innovation, said Jackson.

Amol Deshpande – a partner at Kleiner Perkins Caufield and Byers who focuses on opportunities in green technology, including water - noted that China was far ahead of the curve in solving its own impending water crisis. The country has planned to build 2,500 wastewater treatment facilities, with a potential capacity to treat one million cubic meters per day.

“China’s (water) infrastructure is developing in a way that could soon lead the U.S.,” he said.

In an interview with India-West after the panel discussion, Deshpande said India was “far behind” China in developing new supplies of water. But he noted the prospects for new technologies, especially desalination in coastal areas.

The low-cost technology involved in desalination could deliver water for about 50 cents per cubic meter, and requires relatively small amounts of capital to build and low energy to run, said Deshpande.

A drawback to desalination is the brine sludge that forms during the treatment process, which is typically dumped back into the ocean, potentially affecting the local ecosystem, said Shenkar at the Oct. 13 panel.

Micro-nutrient treatment, such as the process designed by Microvi, could also be employed in India at little cost, for removal of dangerous nitrates and perchlorates from agriculture along with pharmaceutical residues, said Deshpande, adding that such treatment must be done at the centralized facilities to minimize costs.

Asked if India was indeed facing a water crisis, Deshpande said, “There’s no need to be pessimistic.”

“If India’s economic growth continues at its present rate, there’s no doubt the country will need investments in water. But there’s lots of potential there for investment and growth,” he said.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Livro: "Aves de Portugal - Ornitologia do Território Continental"


por João Cosme
 
Aves de Portugal—Ornitologia do território continental pretende constituir-se como uma referência incontornável na ornitologia portuguesa. Este trabalho, que é simultaneamente o mais abrangente e o mais exaustivo alguma vez feito sobre a avifauna de Portugal Continental, é o resultado de décadas de experiência de campo dos autores e de uma pesquisa dirigida de mais de 10 anos.
Essa pesquisa permitiu recolher informação sobre a ocorrência de mais de 450 espécies de aves. A situação passada e presente de cada uma delas é descrita em pormenor ao longo das 943 páginas que compõem a obra, que é suportada por mais de 1500 referências bibliográficas. [Naturlink]
 

domingo, 24 de outubro de 2010

Portugal XXI: PlanIT Valley vai acontecer e não existe um plano B



Steve Lewis, da Living PlanIT.

Steve Lewis fez escala no Porto e, entre voos, deu uma entrevista exclusiva ao CH

2010-10-20
Por Marlene Moura (texto) e Luísa Marinho (fotos)
O «Ciência Hoje» (CH) encontrou Steve Lewis, no início da semana, durante uma escala no Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto, e antes de seguir para Londres. No entanto, aterra hoje novamente no nosso país e segue para Lisboa, onde participará no «4º Forum da Responsabilidade Social das Organizações e Sustentabilidade». Enquanto falava connosco, tomava o seu pequeno-almoço/almoço à hora do lanche, mas já está habituado a comer tarde e a que a comida esteja fria.

Descrito como um empreendedor capitalista, o presidente da empresa Living PlanIT, que vai gerir a PlanIT Valley – nova cidade inteligente, que ocupará uma área de 17 quilómetros quadrados em Paredes e que pretende ser um "laboratório ‘vivo’ à escala urbana", no qual serão implementadas, de forma sustentável, "tecnologias que melhoram a qualidade de vida, mas com técnicas para reduzir o impacto da infra-estrutura no ambiente" –, deu um exclusivo ao CH, onde avançou alguns dados sobre o projecto.

Ainda não tinham sido revelados grandes detalhes sobre esta urbe inteligente, uma espécie de Silicon Valley – região situada a sul de São Francisco e sede de muitas empresas na área da electrónica. Os responsáveis da Living PlanIT, conscientes da resposta, não pediram qualquer ajuda ao Estado português. O investimento será na ordem dos “muitos mil milhões de euros”.

Lewis já morou na Invicta durante dois anos e meio e foi quando percebeu que queria mais no nosso país. Esteve durante algum tempo a viver num hotel com o resto da sua equipa e, posteriormente, decidiu adquirir uma quinta, precisamente nos arredores de Paredes – cidade que acolherá em breve esta outra cidade – PlanITValley – em parceria com a Cisco Systems. Apesar de querer mitigar os danos no meio ambiente é fumador e diz ser um vício que adquiriu em terras lusas.



Entrevista

Ciência Hoje: O que é uma cidade inteligente e o que  vai ser PlanIT Valley, no fundo?
Steve Lewis: Bem, primeiro gostaria de explicar como é que chegamos a este ponto. Não começamos a pensar numa cidade, apenas em tentar resolver os problemas existentes, ou seja, vivemos com um grande dilema a nível mundial. As pessoas deslocam-se massivamente para locais onde possam ter qualidade de vida, para centros urbanos e a uma escala nunca vista antes. Mudam-se para lugares onde haja energia preparada para os servir, um sistema de saúde, para onde possam receber educação própria e trabalhar. E as cidades não estão devidamente equipadas para esta massa. Existem várias questões relacionadas com a energia e há um enorme problema com a água. Como é que mantemos e teremos água potável? E o que fazemos com o lixo? Precisamos de isso tudo e de ser eficientes, de viver de forma sustentável. Vivemos diariamente com esta pressão ambiental.

As actuais técnicas de construção são terrivelmente ineficazes para solver todos estes problemas. Começamos a pensar como é que poderíamos aplicar tecnologias neste campo, assim como outros materiais e soluções: instrumentos de uso aeroespacial, integrados em submarinos, etc. Nos últimos 30 anos, apareceram produtos cada vez mais eficientes e amigos do ambiente. Decidimos não olhar para o aspecto, mas sim para a vida dos materiais, a forma como se mantêm e operam. Desenvolvemos tecnologias que desenham e simulem os materiais de construção e que sejam criadas de forma mais rápida, mais baratas. Isso é tudo muito interessante, mas depois percebemos que o edifício teria de viver durante 50 a cem anos. Portanto, chegamos à conclusão que o custo do empreendimento seria muito maior em termos ambientais.

Como criar tecnologias para minimizar o impacto ambiental, de forma a produzir a sua própria energia e reaproveitá-la? É aqui que surgimos. Se pensarmos num iPhone como um prédio, tem características físicas, poder computacional, um sistema operativo, uma bateria que conserva energia e, para além disso, posso fazer muitas outras coisas, é multifuncional. Por um lado, queremos edifícios mais eficientes, dentro da perspectiva da água e energia, mas ao mesmo tempo, que possam servir as pessoas e que interajam com elas. Seria muito mais fácil e diferente se a mesma tecnologia pudesse fazer isso tudo…

C.H.: Estamos a falar de demótica?
S.L.: De certa forma sim, mas não [risos]. A tecnologia está fundida nos próprios materiais de construção e não é aplicada depois. Está nas paredes, na tinta, por exemplo. Usamos técnicas completamente sustentáveis que interagem com o prédio. O custo do edifício não está nos materiais – aqui só está 50 por cento –, mas sim na sua longevidade e na forma como este interage com o meio e as pessoas. Uma tecnologia que aproveita tudo aquilo que pode, tal como cimento que absorve carbono e que dispõe de sensores, que analisa aquilo não satisfaz, de forma inteligente e com a capacidade de um computador.

C.H.: No entanto, não se trata apenas de materiais de construção, mas de uma cidade real, ‘viva’ e tecnológica. O que representa isso para a sociedade, esquecendo agora, em parte, o meio ambiente?
S.L.: Decidimos desenvolver alguns valores. Se olharmos para o ‘mundo tech’, tal como a Microsoft, que constrói janelas e dentro destas criamos diferentes aplicações, ligadas a outras indústrias, etc. Criamos uma plataforma semelhante, com centenas de outros parceiros e chegamos à conclusão que nos tornávamos mais eficientes, como grupo, caso criássemos isso tudo como um lugar real, físico. Pensamos num enorme parque científico, mas não é realmente um sítio onde as pessoas vivam em família.

Posto isto, tinha de ter outras características, como infra-estruturas próprias dirigidas para a educação, a saúde, com capacidade para entreter e trabalhar. Tem de ser um espaço que redesenhe uma cidade à sua volta para abarcar pelo menos 220 mil pessoas, em média – o que é muito para um espaço urbano em termos portugueses (não o seria no caso da China, por exemplo).

A arquitectura desta cidade será como uma ‘cloud computing network’, com edifícios que integrem uma base de dados e ligados a tecnologias de escala urbana. Produziremos todo o tipo de energia, com sistemas que funcionem a nível residencial. A PlanIT Valley será a demonstração de um mercado tecnológico, um grande centro de investigação, um excelente instrumento de marketing que mostrará formas inovadoras de fazer saúde, comércio, educação, etc. Que recupera tudo. Aqui nada se perde, tudo se transforma. Por exemplo, na Índia, muitas aldeias poluem a suas águas por não saberem o que fazer com o lixo. Não têm recursos ou uma tecnologia suficientemente barata que converta os despojos em energia ou outros meios. Aqui, recupera-se tudo e melhora em muito a qualidade de vida das populações.

C.H: Quando fala de um laboratório 'vivo', refere-se a que tipo de actividade?
S.L.Toda a cidade PlanIT Valley, em geral, será um laboratório ‘vivo’, porque iremos monitorizar tudo: desde a actividade económica, social, a educação das crianças, a saúde, a cultura, o meio ambiente. Será um laboratório à escala urbana, que dará o ‘feedback’ daquilo que se passa no seu interior, sem interferir com a privacidade de ninguém, obviamente.

C.H.: Quando o projecto foi apresentado, levantou muitas dúvidas no nosso país. Já foram superadas?
S.L.: Um colega meu, da Microsoft, disse-me uma vez que a visão é uma comodidade assustadora para o mundo. É verdade! As grandes ideias assustam. Isso verifica-se especialmente em Portugal. Nunca ninguém levantou questões nos Estados Unidos. Quando chegámos, perguntamo-nos: "Por quê Portugal e por que merece este país isto tudo?" Eu sei que é cultural e cá as pessoas são bastante desconfiadas. Houve imensa gente que nos disse que isto nunca iria acontecer e que, dali por pouco tempo, iríamos desistir. Estamos aqui agora e vai acontecer! Percebi que a maioria das pessoas daqui nos apoiava e que os portugueses eram fantásticos quando se trata de trabalhar, comprometem-se com os projectos que aceitam e de forma muito sincera.

A verdade é que começou como um sonho. Quando vejo todo o esforço, todos os dias da semana, inclusivamente feriados, 18 horas por dia, sem remuneração, percebo que não se trata de dinheiro. E apesar de poder parecer que estou ‘a puxar a brasa a minha sardinha’ – e é evidente que desejo que se torne comercialmente um sucesso –, mas permite-nos sonhar que podemos fazer qualquer coisa com sentido no mundo, que o mudamos de alguma forma e resolvemos os problemas que incomodam a humanidade. As pessoas têm de morar nalgum sítio, e a sua vivência tem impacto no meio ambiente, mas podem viver num local que minimize a sua pegada ecológica. Os recursos são cada vez mais escassos e é possível que as cidades existentes se tornem mais eficientes.

Olhando para este aeroporto, onde as pessoas chegam e partem, o espaço não que faz mais nada por elas, para além de servir uma boa meia de leite, por exemplo [diz, levantando a chávena]. Os edifícios podem contribuir muito. De facto, uma única companhia não consegue fazer isto tudo. Trabalhamos com empresas de construção, de controlo de redes, de electrónica, universidades, institutos de investigação, de energia, entre muitos outros.

C.H.: Somos bastante conservadores em Portugal e neste momento de crise ainda há quem se 'tranque'. Acha que consegue mudar a mentalidade daqueles que ainda não digeriram a criação desta cidade tecnológica?
S.L.: É um desafio. A crise afecta um país e todos se tornam mais conservadores, mas não podemos esperar que o governo resolva todos os nossos problemas. As pessoas gastam menos, trabalham menos, criam menos negócios, não inovam e param o investimento. Isso também afecta a economia. É uma excelente oportunidade e ser empreendedor significa ter coragem. É curioso, porque, em Portugal, tenho conhecido os melhores engenheiros a nível mundial. A equipa é jovem, inteligente, humilde, mas com capacidades de liderança. Sei que vamos provocar muita gente, mas também percebemos que temos quem nos apoie. Muitas das empresas que arriscaram tornaram-se líderes mundiais. No entanto, percebi que a aspiração dos portugueses é muito sincera, que se preocupam com o meio ambiente e têm grande ética no trabalho.

C.H.: Qual é o maior desafio neste momento?
S.L.: O dia não tem horas suficientes. É um projecto muito complexo. Há pelo menos 40 lugares que tentam replicar aquilo que é feito aqui e a demanda torna-se cada vez maior. É difícil encontrar as pessoas certas que queiram fazer parte desta iniciativa, com sentido empreendedor, sem medo de sonhar, que trabalhem muito, sejam criativas, multiculturais. Felizmente, os portugueses têm estas características.

C.H.: Estima-se que 12 mil empresas integrem o projecto. Que tipo de empresas farão parte de PlanIT Valley e que características é preciso ter para poder pertencer a esta cidade inteligente?
S.L.:Sim. Entre o próximo ano e 2015, teremos pelo menos 12 mil empresas. Procuramos companhias que tenham a cultura certa, com uma mente aberta, que sejam colaboradoras e que gostem de trabalhar em parceria – o que não significa que tenham de desvendar os seus segredos –, mas que se empenhem para singrar no mercado internacional e que se preocupem menos com o mercado português. Que procurem investir capital no contexto de tecnologias urbanas. São estes tipos que adoramos. No fundo, qualquer companhia pode integrar PlanIT Valley, desde que se dirijam para a indústria, até um centro infantil, por exemplo. Podemos combinar serviços de economia local e estendê-los para o mercado mundial.

C.H.: Por quê Paredes?
S.L.: Não se pode inserir uma grande cidade dentro de outra (como o Porto). É impossível. O desafio é criar tecnologia para ser exportada para o resto do mundo e não se trata apenas do mercado português. Portugal não é suficientemente grande para abarcar uma produção desta dimensão. É apenas um local fantástico para que isto possa acontecer e desenvolver investigação na área das tecnologias, mas que evidentemente também trará muito ao país. A PlanIT Valley terá uma grande área de desenvolvimento, que abarcará 50 hectares de terreno. Durante os próximos 40 anos, queremos desenvolver dez mil cidades do tamanho desta, ou até maiores, pelo mundo, e começar com a mesma base e aproveitar grandes áreas verdes. O espaço é sempre um problema quando falamos de cidades deste género, como ter suficiente capacidade para abarcar o projecto e infra-estruturas que nos sirvam e permitam ir mais além. Um outro grande desafio, quando tratamos uma área de vasto desenvolvimento, é o relacionamento com os poderes locais e nacionais, que geralmente se revelam muito críticos. Não podemos ir depressa e restringem-nos bastante, mas confesso que tivemos muita sorte com o presidente da Câmara Municipal de Paredes, Celso Ferreira, por ter uma mente aberta e ser muito focado no desenvolvimento socioeconómico da comunidade. Apesar de se tratar de um sector industrial tradicionalmente português, relaciona-se bastante bem com o mercado mundial de mobiliário. É uma região bastante desenvolvida a nível de educação, emprego, com grandes valores, entre outros.

Em Abril de 2008, viemos à procura de um novo investimento e passamos algum tempo a estudar Portugal. Já tinha cá estado antes, mas sem esta pretensão. Descobri que o país tinha muito para oferecer; durante alguns meses exploramos um pouco mais e determinámos que conseguiríamos estabelecer excelentes relações de trabalho. Focamo-nos no facto de ser possível criar um centro de investigação e avançar com o projecto. A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep – entidade pública de natureza empresarial) tem sido especialmente competente e prestável.

C.H.: Bem, parece que vamos mesmo ter esta cidade do futuro.
S. L.: A construção começa já no início de 2011 e os primeiros edifícios estarão a funcionar em Setembro, Outubro do próximo ano. Esperamos que o projecto esteja totalmente pronto em 2015. Tenho a certeza de que vai correr bem. Tem de correr! Já agora… Não temos um plano B [risos]!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

China: um clima sucessivamente quente e seco...


(Infographie : Idé)
 fonte: Terra Eco
Le mastodonte craint pour ses futures assiettes. Une étude franco-chinoise lui annonce un avenir agricole des plus extrêmes.
La Chine est un géant aux pieds de coton. Pour la première fois, une équipe de chercheurs franco-chinoise s’est intéressée à l’impact du changement climatique sur les ressources en eau douce et l’agriculture de ce pays. Leurs résultats, publiés dans la revue Nature (1), doivent faire trembler la Cité interdite.
Première leçon : le climat s’est clairement réchauffé en Chine depuis les années 1960. Les mesures relevées dans 412 stations météo témoignent d’une hausse de 1,2° C en cinquante ans. En outre, les sept années les plus chaudes ont toutes eu lieu dans la dernière décennie. Le pays court donc le risque de voir s’amplifier le fossé entre le Sud où l’irrigation est abondante et le Nord qui concentre 65 % des terres arables, mais seulement 18 % des ressources en eau. Combien de barrage des Trois Gorges faudra-t-il pour réguler des ressources en eau aussi mal réparties sur le territoire ? Le chantier semble infini dans un pays qui cumule les exploits : 7 % des terres arables mondiales, 22 % de la population du globe et une urbanisation qui engloutit chaque année 0,5 million d’hectares supplémentaires.
En se projetant, les chercheurs aboutissent à deux scénarios. Le plus pessimiste envisage que les rendements agricoles puissent diminuer de 4 % à 14 % pour le riz, de 2 % à 20 % pour le blé, et jusqu’à 23% pour le maïs. Le plus optimiste compte, lui, sur un bénéfice de la hausse de la concentration en CO2 et de son effet fertilisant ! —
(1) « The impacts of climate change on water resources and agriculture in China », in Nature, septembre 2010.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ainda sobre as Ilhas de Plástico nos Oceanos: soluções- fabrico de madeira de plástico 100% reciclada



Parece madeira, mas é plástico e não apodrece
No Brasil, Rio Grande do Sul, dois irmãos encontraram um solução para o grande volume de plástico que mensalmente se acumulava. Uma solução inteligente e ecológica. Obg, Cristina Pinto
Mais matéria aqui


Sobre as ilhas de plástico nos oceanos Atlântico e do Pacífico podem consultar informação mais detalhada nesta postagem no meu blogue  



quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Craig Venter revela "vida sintética"



Craig Venter e a sua equipa fizeram uma proclamação histórica: criaram a primeira célula completamente funcional e divisível controlada por DNA sintético. Ele explica como o fizeram e porque é que este feito marca o início de uma nova era para a ciência.


Full bio and more links

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Video da Semana - MAKROMORPHOSIS, do premiado Jens Kull



JENS KULL's Awardwinning Videoclip MAKROMORPHOSIS is a journey into the invisible world of microorganisms and life-forms, which unites with the Macrocosmos. On a metaphysical level the this shortanimation tries to show that everything is conected. Music by mexican compositor Silvestre Revueltas played by swiss pianist Jean-Baptiste Mueller (2004).

Biografia e site
Jens Kull

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cinzas da extracção do carvão é um problema global- alerta da Greenpeace

Greenpeace image: coal ash in China
Greenpeace image: coal ash in China 


Today, our colleagues at Greenpeace China released a report and photo essay documenting the coal ash problem across their country. Their findings are strikingly familiar. Coal ash ponds there leach toxic material into the water supply just as they do in the US. Coal ash used in building materials there breaks down and threatens to enter people’s bodies just as it does in our homes. Coal ash is comprised of dangerous chemical compounds in China, just like it is here. And as in the US, the Chinese government has failed to effectively regulate this massive threat to the public’s health and safety.

I hope you’ll spend a few minutes with their report — and please take a look at the images below, our selections from the photo essay. We need a global energy revolution that solves the coal ash problem — and all of the many impacts of fossil fuels — once and for all.


Above: 07/11/2010. Emissions and wastewater from the state-owned Xuanwei Power Station in Xuanwei, Yunnan province, have greatly damaged local people’s health. High concentrations of nitrates in the water have been linked to high incidences of cancer in the area. The power plant’s coal ash disposal site is in Hongqiaopu village, about 3km away. The road between is heavily trafficked with huge trucks carrying coal ash to the dump, at a rate of about two to three trucks per every 10 minutes. The workers have absolutely no protective gear, leaving them in close contact with the hazardous fine particles of coal ash for long hours every day. The impact on their health is huge. © Simon Lim / Greenpeace


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dia Internacional da Mulher Rural


O primeiro Dia Internacional da Mulher Rural foi observado no dia 15 de outubro de 2008. Este novo dia internacional, estabelecido pela Assembleia Geral em sua resolução 62/136 de 18 de dezembro de 2007, reconhece “o papel crítico e a contribuição das mulheres rurais, incluindo mulheres indígenas, no reforço do desenvolvimento agrícola e rural, melhorar a segurança alimentar e a erradicação da pobreza rural.”
As mulheres que vivem em ambientes rurais desempenham um papel fundamental nas economias rurais de ambos os países desenvolvidos e em desenvolvimento. Na maior parte do mundo em desenvolvimento participam na produção agrícola e cuidados de animais, fornecem alimentos, água e combustível para as suas famílias, e se engajam em atividades não-agrícolas para diversificar os meios de subsistência de suas famílias. Além disso, elas desempenham funções vitais no cuidar das crianças, idosos e doentes.

Mensagem do Secretário-Geral para o Dia Internacional da Mulher Rural 2011

“O Dia Internacional deste ano de Mulheres Rurais cai em um momento de consciência da importante contribuição que as mulheres estão fazendo para o progresso social. As mulheres têm sido justamente reconhecidas por seus papéis no apoio aos movimentos pela democracia, direitos humanos e paz. Sua contribuição para o desenvolvimento sustentável é igualmente significativo.
Estudo após estudo demonstrou que as mulheres rurais são fundamentais para enfrentar a desnutrição, a fome e a pobreza. Elas são as agricultoras e fornecem alimento, empresárias e educadoras, curadoras e auxiliares que podem contribuir para a segurança alimentar e crescimento econômico nos ambientes mais remotos e vulneráveis ​​do mundo.
Apesar da pesada responsabilidade no ombro das mulheres rurais, elas não têm acesso igual a oportunidades e recursos. Isso dificulta seu avanço e das demais pessoas. Mais de 100 milhões de pessoas poderiam ser retiradas da pobreza rural se as mulheres tivessem o mesmo acesso aos recursos produtivos que os homens, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. A produtividade das mulheres em fazendas aumentaria até 30 por cento. O número de pessoas com fome iria cair para perto de 17 por cento – um impacto que se traduz em melhorias para até 150 milhões de indivíduos. Os benefícios poderiam reverberar ainda mais com as crianças dessas mulheres obtendo melhor acesso aos serviços de saúde, educação e nutrição.
Nós sabemos como alcançar estes ganhos: Investir nas mulheres rurais. Eliminar a discriminação contra elas na lei e na prática. Assegurar que as políticas respondam às suas necessidades. Dar-lhes acesso igual aos recursos. Proporcionar às mulheres rurais, um papel na tomada de decisões.
Estas medidas irão ajudar a impulsionar o desenvolvimento sustentável – um dos grandes imperativos do século XXI. Enquanto nos preparamos para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a ser realizada no próximo ano no Rio, lembremo-nos que as mulheres rurais têm enorme potencial inexplorado para gerar resultados.
Neste Dia Internacional, apelo a todos os parceiros para reconhecer a contribuição das mulheres rurais ao nosso mundo, e para ajudá-las a fazer ainda mais para o nosso futuro comum.”
Ban Ki-moon

Página Oficial
Rural Women Day

Dossiê BioTerra aconselhado:

E-Livro da Colecção "Explorando o Ensino"- Astronomia

colecaoexplorandooensino_Astronomia



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Herbicida de soja transgénica pode causar defeitos de nascimento

[Fonte: Agropages]
Plataforma Transgénicos Fora, 2010/09/24

NOVOS ESTUDOS CIENTÍFICOS DEMONSTRAM IMPACTOS NEGATIVOS
Uma equipa internacional de cientistas conceituados publicou este mês um relatório sistematizando as provas acumuladas sobre os riscos ambientais e para a saúde humana do Roundup (o herbicida mais vendido no mundo) e respectivo cultivo de soja transgénica Roundup Ready (manipulada para receber a aplicação desse herbicida).
O relatório “Soja GM: Sustentável? Responsável?“(1) realça a investigação pioneira(2) do cientista do governo argentino, Professor Andrés Carrasco, que prova que o glifosato causa malformações e defeitos de nascimento em animais de laboratório, mesmo em dosagens muito inferiores às usadas na pulverização agrícola. “Os resultados em laboratório são análogos às malformações observadas em embriões humanos expostos ao glifosato durante a gravidez”, aponta o Prof. Carrasco.
Este relatório é lançado em conjunto com testemunhos filmados(1) de aldeões argentinos cujas vidas foram destruídas pelo cultivo da soja transgénica (GM). Na Argentina e no Paraguai, médicos e habitantes das zonas de produção da soja GM relatam efeitos nefastos na saúde resultantes da pulverização de glifosato, incluindo índices elevados de malformações, abortos espontâneos, cancros e aumento de casos de nados-mortos.(3) Os estudos científicos reunidos no novo relatório confirmam a ligação entre a exposição ao glifosato e numerosíssimos efeitos nefastos para a saúde, incluindo danos no DNA e órgãos reprodutores.
Carrasco diz que “as pessoas que vivem nas zonas de cultivo de soja na Argentina começaram a reportar problemas em 2002, apenas dois anos após as primeiras colheitas em grande escala da soja GM Roundup Ready”. Residentes das áreas afectadas relatam também danos ambientais resultantes do uso do glifosato, como a contaminação das culturas agrícolas e ribeiros cheios de peixes mortos na sequência da sua aplicação. Estas observações são sustentadas por estudos científicos trazidos a lume pelo novo relatório que demonstram que o glifosato é tóxico para o meio ambiente.
O relatório “Soja GM: Sustentável? Responsável?” refuta fundamentadamente as afirmações da indústria sobre a sustentabilidade do cultivo da soja GM e a segurança dos herbicidas à base de glifosato como o Roundup. Mas a Mesa Redonda sobre Soja Responsável (Round Table on Responsible Soy, RTRS), um fórum misto com representantes da indústria e algumas organizações não governamentais para a produção sustentável de soja, planeia lançar a nível internacional um rótulo para essa soja, dita “responsável”, cujo objectivo é assegurar aos consumidores e distribuidores com preocupações éticas que a soja foi produzida tendo em conta as pessoas e o ambiente. Certificará também a soja GM pulverizada com glifosato como sendo responsável.
A RTRS reúne multinacionais tais como ADM, Bunge, Cargill, Monsanto, Syngenta, Shell e BP, e associações – muito contestadas – como o WWF e Solidaridad.
Claire Robinson, da GMWatch, comenta assim essa intenção:
“É uma farsa cruel chamar sustentável e responsável ao modelo de agricultura que envolve a soja transgénica e o seu herbicida Roundup. Os critérios da RTRS convêm à indústria mas são tão fracos que não protegem a população local dos riscos conhecidos da soja GM e do Roundup, documentados no relatório. Nem sequer protegem a floresta tropical, um dos objectivos iniciais. A RTRS também ignora os problemas sociais causados pelas monoculturas de soja GM. Os meios de subsistência locais e a segurança alimentar são erodidos à medida que as terras usadas para produzir alimentos são entregues às monoculturas desta soja tóxica, maioritariamente exportada para a Europa para alimentar o gado.”
O relatório mostra que a proporção de pessoas pobres e famintas na Argentina subiu de 15% em 1996 – o ano da introdução da soja transgénica – para 47% em 2003.
A soja GM Roundup Ready é também importada para Portugal, onde alimenta vacas, galinhas e porcos que mais tarde fornecem a carne que comemos. Além disso, é utilizada para produzir lecitina de soja, usada em centenas de alimentos humanos. Por isso Margarida Silva, coordenadora da Plataforma Transgénicos Fora, afirmou já que “A soja transgénica é uma ameaça global e os estudos científicos mais recentes demonstram que a realidade é bastante pior do que se suspeitava. Portugal não pode continuar a importar esta soja transgénica como se nada fosse. Os bifes e galinhas que comemos, quando provenientes de produção intensiva, trazem consigo um rasto de sangue, doença e muitas famílias desfeitas. O Roundup tem de ser proibido e as Medidas Agro-Ambientais que o apoiam têm de ser desde já reformuladas.”(4)
Adaptado do comunicado internacional do GM Watch: www.gmwatch.org
Notas
1. O relatório “Soja GM: Sustentável? Responsável?”, testemunhos de aldeões, entrevista com o Professor Andrés Carrasco, imagens e mais informações disponíveis no site da GM Watch, por este link: http://www.tinyurl.com/39hsj4e
2. Paganelli, Gnazzo, Acosta, Lopez, Carrasco (2010) Glyphosate-Based Herbicides Produce Teratogenic Effects on Vertebrates by Impairing Retinoic Acid Signaling. Chem. Res. Toxicol. DOI: 10.1021/tx1001749 Disponível por este link: http://www.tinyurl.com/3ymshvo
3. Os cientistas e todos os que contestam o modelo de agricultura baseada em soja transgénica reportam ser alvo de censura e assédio. Em 2010 a Amnistia Internacional chamou a atenção e apelou à investigação de um ataque violento na vila argentina La Leonesa de um grupo organizado sobre pessoas reunidas para ouvir o Professor Carrasco falar sobre a sua pesquisa.
4. Em Portugal, o Roundup e muitos outros produtos comerciais tambem à base de glifosato, são abundantemente utilizados na agricultura e em zonas urbanas, sendo até recomendados para a prática agrícola da não mobilização ou mobilização mínima do solo. O objectivo de proteger o solo contra a erosão é louvável, mas o uso de Roundup não pode ser financiado pelas Medidas Agro-Ambientais, com subsídios da União Europeia e do Estado português. Os dados contrariam a posição das empresas fabricantes – que divulgam o glifosato como um herbicida biodegradável – mostrando que no solo o glifosato se transforma numa susbtância ainda mais tóxica, mais persistente e poluente para os solos e para as águas – o AMPA (ácido aminometilfosfónico).



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dia Internacional para a Redução de Castástrofes Naturais


O Dia Internacional para a Redução de Catástrofes observa-se a 13 de Outubro.

Originalmente celebrado na segunda quarta-feira de Outubro, o Dia Internacional para a Redução de Catástrofes passou a ser celebrado anualmente a 13 de Outubro em 2009, por decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

A data foi criada em 1989 com o intuito de alertar as nações para a necessidade de adoção de políticas protetivas relativamente aos desastres naturais. Neste dia os países e os cidadãos são convidados a fazerem parte da edificação de uma comunidade mais resiliente a desastres naturais.

Prevenção, mitigação e preparação são os motes do Dia Internacional para a Redução de Catástrofes.

Mais de 90% das catástrofes naturais mundiais estão relacionadas com a água: ao seu excesso ou à sua falta.

No caso de Portugal, as cheias foram o desastre natural que mais morte provocou no século XX.

Dossiês Bioterra relacionados
Água
Economia
Geografia
Geologia
Politica

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Arquitectura do Futuro- quintas verticais- o projecto DragonFly

By Karen Cilento, May 2009


Amidst financial buildings and high-rise apartments, Belgian architect Vincent has redefined the conventional skyscraper. His 132 story complex for the south edge of Roosevelt Island addresses the pressing need for environmental and ecological sustainability. This conceptual design focuses on creating a completely self-sustaining organism that not only utilizes solar, wind, and water energies, but also addresses the pending food shortage problem.

More after the break.

The mixed programs in ’s are centered around two main towers. These symmetrically arranged towers allow growth to expand vertically rather than horizontally to account for the crowded Manhattan conditions. A sprawling greenhouse links the two towers and helps carry the load of the building. The complex is arranged in a way that housing units and work offices are interspersed between meadows and farms.
The metal and glass wings, directly inspired by the exoskeleton of a , house the plant and animal farms. Due to the appropriate sun and wind conditions within these wings, proper soil nutrient levels can be achieved to maximize plant growth. Exterior vertical gardens filter rain water, and once that water is mixed with domestic liquid waste, both are treated organically in order to be reused for farming needs.
The space between the wings accumulates warm air from the exoskeleton to heat the complex during the winter, while natural ventilation teamed with plant evapo-perspiration will cool the air during the summer.
imagines the occupants of the caring for its vast fields, thus allowing each user the opportunity to make the complex a success. Although Dubai seems like the perfect place for such an experiment, has not given up hope that New Yorkers can also pave the way during this sustainable era.
Seen at Designboom.

sábado, 9 de outubro de 2010

Curta-Metragem- A working day without travel


Save time, save money, and save the world! YOU can do all of that at once when you avoid the stresses and strains of business travel and chose to use teleconferencing instead.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

10 Human Fingerprints On Climate Change

By John Cook
The NOAA State of the Climate 2009 report is an excellent summary of the many lines of evidence that global warming is happening. Acknowledging the fact that the planet is warming leads to the all important question - what's causing global warming? Here is a summary of the empirical evidence that answers this question. Many different observations find a distinct human fingerprint on climate change:


Click to see a larger image

To get a closer look, click on the pic above to get a high-res 1024x768 version (you're all welcome to use this graphic in your Powerpoint presentations). Or to dig even deeper, here's more info on each indicator (including links to the original data or peer-reviewed research):
  1. Humans are currently emitting around 30 billion tonnes of CO2 into the atmosphere every year (CDIAC). Of course, it could be coincidence that CO2 levels are rising so sharply at the same time so let's look at more evidence that we're responsible for the rise in CO2 levels.
  2. When we measure the type of carbon accumulating in the atmosphere, we observe more of the type of carbon that comes from fossil fuels (Manning 2006).
  3. This is corroborated by measurements of oxygen in the atmosphere. Oxygen levels are falling in line with the amount of carbon dioxide rising, just as you'd expect from fossil fuel burning which takes oxygen out of the air to create carbon dioxide (Manning 2006).
  4. Further independent evidence that humans are raising CO2 levels comes from measurements of carbon found in coral records going back several centuries. These find a recent sharp rise in the type of carbon that comes from fossil fuels (Pelejero 2005).
  5. So we know humans are raising CO2 levels. What's the effect? Satellites measure less heat escaping out to space, at the particular wavelengths that CO2 absorbs heat, thus finding "direct experimental evidence for a significant increase in the Earth's greenhouse effect". (Harries 2001, Griggs 2004, Chen 2007).
  6. If less heat is escaping to space, where is it going? Back to the Earth's surface. Surface measurements confirm this, observing more downward infrared radiation (Philipona 2004, Wang 2009). A closer look at the downward radiation finds more heat returning at CO2 wavelengths, leading to the conclusion that "this experimental data should effectively end the argument by skeptics that no experimental evidence exists for the connection between greenhouse gas increases in the atmosphere and global warming." (Evans 2006).
  7. If an increased greenhouse effect is causing global warming, we should see certain patterns in the warming. For example, the planet should warm faster at night than during the day. This is indeed being observed (Braganza 2004, Alexander 2006).
  8. Another distinctive pattern of greenhouse warming is cooling in the upper atmosphere, otherwise known as the stratosphere. This is exactly what's happening (Jones 2003).
  9. With the lower atmosphere (the troposphere) warming and the upper atmosphere (the stratophere) cooling, another consequence is the boundary between the troposphere and stratophere, otherwise known as the tropopause, should rise as a consequence of greenhouse warming. This has been observed (Santer 2003).
  10. An even higher layer of the atmosphere, the ionosphere, is expected to cool and contract in response to greenhouse warming. This has been observed by satellites (Laštovika 2006).
Science isn't a house of cards, ready to topple if you remove one line of evidence. Instead, it's like a jigsaw puzzle. As the body of evidence builds, we get a clearer picture of what's driving our climate. We now have many lines of evidence all pointing to a single, consistent answer - the main driver of global warming is rising carbon dioxide levels from our fossil fuel burning.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Green Power Island: A Vision for Renewable Energy Storage

With plans already drawn for several locales, including Copenhagen, Bahrain, Jiangsu, and Tampa, Florida, each island is designed to enhance the surrounding environment and utilize the space with mixed used capabilities. Built primarily around storage of wind energy, the islands can also include PV and concentrated solar, and even biomass production. Many islands also have plans for recreation trails, beaches, harbors,  even residential and business units.


por Tom Schueneman August 5, 2010 

Are energy storage islands the green solution we need?

Denmark is a windy place. Windy enough to provide 20 percent of the country’s power generation from both onshore and offshore wind farms. As growth in wind power continues, the problem of large-scale energy storage from wind becomes an increasing challenge.

With a focus on the abundant wind energy in Denmark and an understanding of the challenge, Copenhagen-based architectural firm Gottlieb Paludan has proposed an innovative design for energy storage called Green Power Island.

While the design for Green Power Island is new, the fundamental concept behind it isn’t, using pumped hydro to store renewable energy – an idea already in wide use. Conventional pumped hydro systems use vertically separated reservoirs to utilize the power of water and gravity. During low demand water is pumped using excess energy from the lower to the upper reservoir. As demand increases, the water is allowed to flow downhill into the lower reservoir, generating electricity in the process.

The system is limited by the amount of water that can be stored and the height difference between the two reservoirs. Gottlieb Paludan takes the idea and gives it a unique “Danish twist.” Green Power Island proposes using seawater pumped into a lagoon-like reservoir built into an artificial island. When demand is low, pumps driven by wind turbines empties the reservoir. At peak periods, water is allowed to flow back into the reservoir, through turbines generating electricity to meet the rising demand.

How green is that island?

Are there substantial engineering and environmental concerns with the Green Power Island concept? As one ex-governor might say, you betcha. Issues that Sten Sedring, communications officer for Gottlieb Paludan, readily acknowledges. Concerns of the impact on the seabed and surrounding habitat chief among them. Nonetheless, it does provide a means of utility scale renewable energy production and storage near demand centers (no need for long distance transmission lines), and Sedring argues that with mixed-used planning as a key feature, Green Power Islands could enhance their surroundings in a variety of ways beyond just power production.

It beats climate negotiations (business as usual)…

I first learned of Green Power Island last December while playing hooky for a day from the COP15 climate conference in Copenhagen. Given the choice of spending another day watching the bitter, log-jammed negotiations unfold at the Bella Center, I opted instead of joining a small band of journalists for a press trip highlighting Danish innovation. It was a refreshing change of pace.

There are no doubt significant hurdles to overcome before Green Power Island could ever become reality. Some might say that even if it were possible, it would be little more than a huge manmade offshore monstrosity. To those I would suggest, consider the options. We are digging deep into the ocean’s depths, wringing tar from sand, blowing the tops off of mountains – all for one more drop of oil, one more lump of coal. To most of us, this environmental destruction is largely out of sight, out of mind. That is, until disaster strikes, as surely it does, and surely it will.

We find ourselves at a time when we desperately need solutions, business as usual won’t cut it anymore. If there is one certainty, it is that the world we live in will look very different 50 years from now than it does now – one way or another.

Whether Green Power Island becomes a viable solution or not, it is at least an idea, a sincere attempt at a solution and a vision for how our world might look in future. It could be worse.