terça-feira, 6 de abril de 2004

História, Património e Ambiente

Acho os textos do arqueólogo Marco Osório absolutamente ilustrativos e claros para dinamizar algumas aulas com os alunos quando se debatem assuntos relacionados com a sustentabilidade ou património.
Deixo-vos um dos últimos textos que mais me despertou a atenção e que transcrevo-o na íntegra.

Eles comem tudo... II
Gostava de saber se alguém me consegue explicar porque é que um parque eólico com menos de 20 aerogeradores, em zona não classificada (patrimonial e natural) ou com menos de 10 turbinas, em área protegida, não requer estudo de impacto ambiental prévio.
Será que os legisladores que fazem os regulamentos têm uma lógica própria que nós não conseguimos alcançar? Será que as instituições públicas responsáveis não souberam explicar esta lógica a eles? Haverá nuances de interesses pelo meio?
O impacto sobre os vestígios arqueológicos e sobre a natureza efectuado por 9 hélices é menos merecedor de um estudo preliminar que um parque eólico com 11 hélices?
Tanto pode destruir um elemento patrimonial um aerogerador, como um conjunto de 21 hélices. Tanto podem matar as aves 5 hélices como 11. Os caminhos abertos até ao topo dos montes para colocar 3 ou 30 hélices produzem os mesmos estragos e danos ambientais.
Não poderão, assim, as empresas que lucram com esta iniciativa energética alternativa, e que conhecem a legislação, reduzir, propositadamente, o número de geradores eólicos para não arcar com estudos inconvenientes feitos por arqueólogos e biólogos chatos?

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